A carta (fragmento de um livro meu)

A carta

(fragmento do meu livro "VIDAS CRUZADAS & VIDROS QUEBRADOS")

Havia na cidade uma moça chamada Sara. Uma moça mimada que sempre tinha tudo o que queria e mandava em todos de sua casa. Mas o seu coração era na verdade tão doce como mel. Então em uma manhã de segunda feira ela chegou da escola, entrou no quarto, fechou a porta e apagou a luz. As pessoas da casa estranharam esta atitude, pois sempre que ela chegava da escola dava ordens para prepararem seu lanche; neste dia ela entrou calada e triste. Entretanto concordaram que era apenas uma coisa da idade:

- estes jovens de hoje andam com os nervos a flor da pele - pensou sua mãe.

Durante três dias a porta do quarto de Sara permaneceu fechada. Seu pai, o senhor Cláudio, preocupado com a saúde da filha resolveu pedir para que ela abrisse a porta. Seus esforços foram em vão, a porta não se abriu; ele em uma ação desesperada arrombou a porta, ao olhar para o teto do quarto da moça tomou um terrível susto, ela estava pendurada em uma corda: Sara tinha se suicidado. Ela ainda usava as mesmas roupas que tinha regressado da escola três dias antes.

O bilhete:

"Lis, você é como uma mãe para mim e por isso eu preciso te escrever essa carta. Amanhã quando eu voltar para casa eu... vou... me matar, pois não aguento mais viver assim. O meu pai, minha madrasta, minha tia, meus irmãos e irmãs não ligam para mim e acho até que eles nem irão notar minha ausência por um dia inteiro. Eu te amo professora. Não chore. Ore por mim".

Sara (02/09/2010)

Adílio Junior de Souza
Enviado por Adílio Junior de Souza em 11/05/2018
Reeditado em 11/05/2018
Código do texto: T6333200
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