A mala de Oscarina

A beleza incomum e as tentações da carne selaram o des(a)tino de Oscarina. Expulsa de casa, não lhe sobrava espaço no povoado operário do Brumado.

A ida à estação, com a malinha de couro, continente de seu futuro, foi o trajeto mais penoso de sua existência. Dos olhares curiosos, penalizados alguns, mas silentes todos, alguma lágrima terá rolado.

Mas não havia perdão paterno, ou materno, à transgressão. Não escrita, a lei se lê, se espevita, e a intolerância grita. Lei de Deus, lady, adeus...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 03/04/2018
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