O primeiro de abril de Gersônia
Juvenal, depois de bater cabeça no fabrico de móveis com o irmão Manuel, na Abadia, conseguira aquele trabalho na Estrada de Ferro do Centro-Oeste. Vagão-restaurante, onde servia refeições aos passageiros.
Entre as idas e vindas, conhecera Gersônia em Divinópolis, um primor de jovem casadoira. Trabalhava nos bordados como ninguém, enquanto sonhava com as bodas vindouras.
Mas surgiu Maria na inequação. Bonitona, imponente e de um discurso da advogada. Juvenal afastou-se de Gersônia e de suas belas guarnições. No primeiro de abril, o maquinista, colega de Rede Ferroviária, Davi Guerra trouxe-lhe a notícia de que, apaixonada, no leito de morte, Gersônia ansiava por um derradeiro encontro.
Juvenal, pelo calendário, intuiu um primeiro de abril. E não era. E a paixão, sem se consumar, consumiu Gersônia.