O primeiro de abril de Gersônia

Juvenal, depois de bater cabeça no fabrico de móveis com o irmão Manuel, na Abadia, conseguira aquele trabalho na Estrada de Ferro do Centro-Oeste. Vagão-restaurante, onde servia refeições aos passageiros.

Entre as idas e vindas, conhecera Gersônia em Divinópolis, um primor de jovem casadoira. Trabalhava nos bordados como ninguém, enquanto sonhava com as bodas vindouras.

Mas surgiu Maria na inequação. Bonitona, imponente e de um discurso da advogada. Juvenal afastou-se de Gersônia e de suas belas guarnições. No primeiro de abril, o maquinista, colega de Rede Ferroviária, Davi Guerra trouxe-lhe a notícia de que, apaixonada, no leito de morte, Gersônia ansiava por um derradeiro encontro.

Juvenal, pelo calendário, intuiu um primeiro de abril. E não era. E a paixão, sem se consumar, consumiu Gersônia.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 01/04/2018
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