O Voo 305
Cassandra levava uma vida que sempre quis ter.
Trabalhava em uma grande Empresa que lhe pagava adiantado, além de ser bem sucedida.
Era uma mulher sozinha que vivia longe de sua família por conta de seu Emprego ser em outra cidade.
Tendo chegado suas férias, ela decidiu ir visitar seus pais, pois há tempo não os viam, mantendo contato apenas por telefone.
Arrumou as malas, comprou a passagem e estava aguardando o dia da viajem.
Quando finalmente chegara o dia de sua partida, Cassandra pegou um taxi até ao Aeroporto.
Entrando no carro, viu o motorista que estava encarando-a. Estranhou o jeito daquele homem, pois estava sério e usava uma roupa toda suja e rasgada.
- Qual é o destino? - Perguntou o taxista.
- Aeroporto, por favor.
- Vai visitar os pais?
Cassandra não entendeu o porque da curiosidade.
Como ele sabe que irei ver meus pais? - Pensou ela.
Mesmo assim, não respondeu a pergunta do motorista e se mostrou incomodada com a pergunta, pigarreando disfarçadamente.
O taxista deu um sorriso maléfico olhando para Cassandra.
- Você tem coragem de viajar naquele aeroporto. Ali ocorre muitos acidentes de aviões a cada semana. Dizem que aquele aeroporto é amaldiçoado.
- Não vai acontecer nada comigo, meu senhor. - Disse Cassandra.
- Bom, de qualquer forma te darei um conselho... Não pegue o voo 305. Esse avião dá muito problema, e sempre ele consegue pousar em segurança por pura sorte. Além do mais, algumas pessoas que viajaram nele desapareceram e nunca mais foram encontradas.
- Como você sabe de tudo isso?
- É só olhar nos noticiários... - Disse o sujeito olhando fixamente para a moça.
Chegando no local de viajem, Cassandra saiu do carro e seguiu em direção ao aeroporto.
Quando olhou para trás, procurou e não encontrou mais aquele taxi.
Cassandra pegou sua passagem e verificou seu voo de partida.
Por coincidência ou não, seu avião era o 305.
Nesse momento, lembrou do que disse aquele taxista e de repente um vento gelado tomou conta daquele lugar.
A moça estava indecisa se pegaria esse avião ou não.
- Moça, você vai nesse ou não? - Perguntou a atendente.
Cassandra não hesitou e decidiu pegar o voo.
- Sim, irei nesse mesmo.
Ao entrar no avião, viu que o mesmo estava lotado e se sentou na última poltrona vazia que sobrara.
Quando a aeronave decolou, a moça estava tendo um mal presentimento e ao mesmo tempo sentindo um pouco de receio por tudo que ouviu outrora daquele indivíduo.
O tempo de viajem era de 6 horas, e passado 3 horas dentro daquele avião, Cassandra tinha adormecido.
Acordou com a aeronave balançando e sentindo um cheiro de queimado.
Quis se desesperar, mas o comandante logo deu o aviso de que estava tendo uma forte turbulência nunca acontecido antes, e para todos os passageiros se acalmarem e ficarem em seus devidos lugares.
A moça tentou se acalmar, mas o cheiro forte estava incomodando-a. Foi então falar com os responsáveis sobre o incidente.
Como não viu a aeromoça, entrou na cabine do comandante para informar o ocorrido, mas ao chegar ao local, se deparou com o piloto e o comandante desacordados e com os olhos abertos.
Se desesperou, e correu em direção ao seu assento. Porém, ao notar, não havia ninguém mais além dela naquele avião.
- O que está acontecendo aqui? - Perguntou a si mesma, apavorada.
Como se não bastasse, as luzes da aeronave começaram a piscar, apagando-se em seguida, dando um ar de terror no ambiente.
Sozinha no escuro e nos ares, ouviu um barulho de algo se quebrando. Seguiu o som e viu que era de onde vinha o cheiro de queimado. De repente, a parte da asa daquele avião se partiu ao meio e estava vazando um óleo.
A moça correu para a cabine em meio aos tropeços afim de tentar fazer alguma coisa para se salvar daquela tragédia, mas ao se deparar com a visão logo a sua frente, deu seu último suspiro antes da aeronave colidir com uma rocha.
Cassandra acordou no meio da viajem faltando apenas 1 hora pra chegar ao seu destino. Estava toda suada e assustada pela adrenalina que tinha passado no sonho.
- Foi só um pesadelo... - Disse a moça aliviada momentos antes de sentir um cheiro de queimado e de passar por uma forte turbulência.