Entre o céu e o chão - Ilusão - LXVII
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Os dias foram passando e a cada novo encontro já não mais
nos preocupávamos em buscar riquezas e fortunas em jogos de azar ou em loterias com a ajuda da penada que já estava sendo deixada de lado por mim e aparentemente pelo homem que a prendia em seus porões.
Minha sala de consultas deixou de ser o único local para nos vermos.
Gostávamos de locais estranhos, um deles era em frente ao cemitério municipal; sentíamos protegidos neste ambiente sossegado e habitado por silentes seres.
Não poucas vezes, Gina tentou se vingar de mim por ter se aproximado do seu menino que carregava, nesta altura, cansaço nos pés e até mesmo nos sonhos. De tudo ela tentou, mas o que ela não desconfiava é que eu guardava escondida em mim uma força que ninguém acreditava que eu podeira ter; dessa forma, tirei ela do meu caminho.
Alguns carregam espadas para lutar, outros preferem as muletas ou os prazeres das batalhas fáceis; meu amado escolheu a mais sórdida opção e junto com sua defunta seguiu seus passos junto com sua nova presa que nem desconfiava que preparava a ceia diariamente para três e não para dois como seus olhos conseguiam enxergar.
Eu voei as trevas e aos céus, hoje pairo em nuvens além de egos, tempos e nós. Onde estou tudo vejo e nada sinto.
Borboletas voam ao sair do casulo e a liberdade por nascer é tão maravilhosamente saboreada que nenhuma dor de parto pode levá-las a ter medo de viver....