Prólogo: Confissões de um detetive.
- Ora, Vamos, Dale! Isso vai lhe ajudar. - disse a doutora.
- E como isso me ajudaria? - retruquei.
- Você viu muita coisa. Escrever sobre suas histórias vai ajudar a se livrar desse peso.
Assim terminamos nossa consulta. Eu e a doutora June, no consultório da antiga rua da feira movimentada de Livstone. Ela insistia naquela história de que eu devia escrever minhas investigações ao lado de minha antiga parceira, Mona.
Duas coisas me irritavam naquela mulher: O fato de ela ser uma psiquiatra comum a atender um ex psiquiatra forense com dotes peculiares como eu, e a maneira irritante de como ela fingia ser indecifrável.
Todas as terças eu era vítima daquele encontro desconfortável. Com aquela poltrona ridícula de couro, e aquela postura de quem acha que entende um homem que participou de centenas de casos.
"Dale B. Heart, o homem que teve ligação direta com Robert Sósia naquele domingo de 1979. Um homem fiel a lei e aos pobres cidadãos de Devilla".
Prometi a mim mesmo que não me mataria, por mais que o tédio me canse, tirar a vida de alguém com habilidades extraordinárias é um disperdicio.