O SUSTO
AQUELA NOITE CHUVOSA PARECIA QUE ESTAVA MAIS ESCURAS QUE AS ANTERIORES. MESMO ASSIM , PEREIRINHA ,TOMOU CORAGEM E ADENTROU NOITE A FORA.
ESTAVA DESDE CEDO JOGANDO CARTEADO NA CASA DE MARACAIPE , NO ENTUSIASMO ESQUECEU QUE AS HORAS PASSAVAM.
NAQUELE HORÁRIO , JÁ BEM PRÓXIMO A MEIA NOITE , ERA DIFÍCIL TER ALGUMA VIVALMA QUE SE ARRISCASSE SAIR DE CASA. AINDA MAIS COM AS ESTÓRIAS QUE ULTIMAMENTE VINHAM CIRCULANDO NA CIDADE. ESTÓRIAS DE ASSOMBRAÇÃO , QUE NINGUÉM AFIRMAVA OU NEGAVA SEREM VERDADEIRAS.
POIS JUSTAMENTE NO CAMINHO DE CASA , PEREIRINHA TINHA QUE PASSAR PELA RUA DO CAMPO SANTO.
E COMO AS COISAS TEM DIA E HORA PRA ACONTECEREM, EXATAMENTE QUANDO PASSAVA DIANTE DO CEMITÉRIO , ESCUTOU UMA VOZ , QUE DIZIA : MOÇO , EI MOÇO.
NÃO ESPEROU CHAMAR DUAS VEZES , TENTOU CORRER, ESCORREGOU NA POÇA DE LAMA , INDO AO CHÃO. TREMENDO IGUAL TIVESSE SIDO ACOMETIDO DE MALÁRIA , GRITOU : POR FAVOR ALMA PENADA , ME DEIXE EM PAZ. VOU REZAR DEZ PAI NOSSOS , MAS ME DEIXE IR EMBORA. O VULTO CHEGOU MAIS PERTO , PEREIRINHA ESVERDEAVA DE MEDO . FOI QUANDO SENTIU UMA MÃO NO SEU OMBRO E UMA VOZ DIZENDO : CALMA RAPAZ , EU SÓ QUERIA PEDIR EMPRESTADO O FÓSFORO PARA ACENDER MEU CIGARRO.
ERA TARDE DEMAIS , AS CALÇAS DE PEREIRINHA JÁ ESTAVAM BORRADAS.