BATMAN – O MORCEGO – 2

ARKHAM

Gotham City é uma cidade peculiar. Oriunda da Idade Média, ela abriga alguns castelos, que hoje viraram prédios, como a Prefeitura, no centro da cidade velha e a Mansão Wayne, no norte da cidade. Porém um dos castelos, Arkham, ainda exibe características do seu passado sombrio. A áurea de Arkham é sinistra e maligna. Muita gente morreu em Arkham. No passado fora da Igreja Católica, que em nome da Igreja, matou muita gente. Posteriormente Arkham foi passando de mão em mão, para pessoas, grupos, países, entidades, grupos de bandidos, até virar, agora no seu ocaso, um manicômio. Ainda com aparência gótica, porém envelhecido e mal-cuidado o manicômio de Arkham virou a prisão oficial em Gotham os piores vilões que por ali trafegaram. Devido a uma peculiaridade no solo, que absorve calor demais durante o dia, à noite sobe um vapor que sobe até parecer que Arkham está envolto numa sinistra nuvem espessa e gélida. O ar de Arkham é maligno e assuta até os animais, sendo que por ali somente animais peçonhentos vivem.

Pouca gente sabe, entretanto, que abaixo de Gotham, existe um canal de túneis que ligam todos os castelos entre si. Só que é tão intrincada a rede de túneis, que mesmo com um mapa, muitos já se perderam e não encontrando a saída, acabaram morrendo. Então andar nos túneis não era para qualquer um, a cada esquina um novo cadáver aparecia.

Naquela noite um homem de capa preta, encapuzado entrou arrastando o agora bêbado Bruce Wayne, pela gola da blusa, como se não fosse pesado aquele homem de dois metros de altura. Das celas os bandidos regozijaram, pois Wayne fora jogado numa das celas de Arkham, Sem que os guardas soubessem. Os bandidos sabiam que Wayne tinha alguma espécie de ligação com seu arqui-inimigo, o Batman, que fora quem conseguira prender e jogar na prisão, quase todos os bandidos que ali estavam. Alguns reconheceram o homem que o estava arrastando e o jogou no fundo da cela, com toda a brutalidade possível. Esses que reconheceram o homem que arrastava Bruce Wayne deram um passo atrás, alguns com medo.

Algumas horas se passaram até que Bruce começou a acordar. Sua mente não raciocinava direito desde eu ele matara a doutora Harley Quinzel, por quem se apaixonara perdidamente...

MANSÃO WAYNE

Era uma noite quente e agradável, que uma festa para angariar fundos era realizada na Mansão Wayne. Já se passavam duas horas do mais entediante possível que uma festa poderia ser, pensava Bruce, até que um mulher linda, magra, alta e muito jovem subia as escadas, escoltada por Alfred, que com seu habitual bom humor e sabedoria, conseguia arrancar risos verdadeiros da pessoa mais soturna. O sorriso da doutora Quinn era a única coisa que Bruce conseguia ouvir numa festa com mais de duzentos convidados, todos falando ao mesmo tempo. De repente, para desespero do senhor Wayne, ele notou que Alfred se encaminhava diretamente para ele, com a linda doutora sorridente o acompanhando.

- Patrão Bruce, está que vem nos visitar é a doutora Harley Frances Quinzel, que trabalha no asilo Arkham, como pisicóloga. Com licença – disse Alfred, com um sorriso no rosto, já se afastando.

Bruce pensou em como Alfred era ardiloso e como gostaria de o ver casado. Sempre vivia tentando arrumar uma ou outra para ver se ele se aquietava com alguém. Dessa vez, entretanto a sua escolha mexera terrivelmente com Bruce, pois a doutora Quinzel era realmente linda. Com jeito de menina ainda, apesar de seus vinte e poucos anos, dez a menos que Bruce, ela tinha o sorriso meio torto, o que lhe dava uma característica interessante. Ela parecia ser toda meiga e quietinha, pois conversava com Bruce, de vez em quando olhando para baixo, aparentemente com vergonha.

- Doutora Quinn, a doutora dos brinquedos, como viemos a saber, que agora trabalha conosco, em Gotham no Asilo Elizabeth Arkham para os Criminalmente Insanos. É uma honra vir à nossa festa de arrecadação de fundos para a prefeitura de Gotham.

- O Asilo tem um nome grande não é? – disse olhando para os pés, meio acabrunhada em olhar diretamente para Bruce, enquanto arrumava um mexa de cabelos que insistia em cair em frente ao seu rosto. Quando ela levantou os rosto, Bruce viu aqueles olhos lindos, verdes cor-de-esmeralda, que tiraram seu fôlego. Ainda assim ele lhe fez uma pergunta que era na verdade uma pesquisa do Batman.

- A senhora trabalha com o Dr. Hugo Strange, dizem que ele não é muito fácil. – Bruce deixou meio no ar o que queria dizer, mas ele notou que ela entendera a pergunta.

- Parece que um dos motivos do Dr. Strange trabalhar no Hospital Arkham, é porque a maioria dos internos foi feita prisioneira pelo Batman. Que na verdade eu nem sei muito bem se acredito ou não...

- Você não acredita que o Batman existe?

- Dizem que ele existe, mas é difícil imaginar um justiceiro que anda por ai dormindo de dia e prendendo bandidos à noite.

- Que interessante doutora. A senhora acha que o tal do Batman fica dormindo durante o dia e a noite vai brincar de mocinho e bandido?

Com o comentário ela deu uma grande e gostosa gargalhada.

- É mais ou menos isso mesmo. Mas nós não fomos devidamente apresentados, o senhor é...

- Perdão. Eu sou Bruce Wayne e esta é a minha casa.

- Senhor Wayne... – disse a doutora Quinzel enquanto abaixava a cabeça, mexendo mais uma vez de forma meiga nos cabelos.

- Sim doutora, a senhora quer dizer algo?

- Bom, é que o senhor tem a fama de ser bastante mulherengo. – Isso desnorteou Bruce, que ficou meio sem reação. Era mais fácil pegar bandidos.

- Sabe doutora, posso lhe confessar um segredo?

- Sim, disse ela.

- Muito do que se Le a respeito de mim nos jornais são apenas propaganda, mídia. Na verdade eu não sou tudo o que dizem de mim. Mas me conte sobre os brinquedos – disse afastando a pergunta anterior para longe.

SANATÓRIO ELIZABETH ARKHAM PARA OS CRIMINALMENTE INSANOS

Já faziam horas que Bruce não bebia alguma coisa, por isso a sua mente foi ficando refrescada e voltavam algumas lembranças, como o carro com a doutora Quinn virando e explodindo enquanto ele perseguia um bandido. Horas se passaram e Bruce muito fraco, começava a pensar que havia algo em sua bebida, ouvia muitos gritos e vozes e pessoas falando e gritando nos corredores de Arkham. Há pelo menos duas horas ele ouvia alguns presos gritando que iriam entra na sua cela e o fazer confessar onde estava Batman, onde aquele morcego miserável se escondia durante o dia, quando de repente a porta se abriu e Bruce viu um Morcego na sua frente, com asas abertas, negras e assustadoras, mas que era menor do que aquele que ele vira na praça, e havia outro, mais atrás, meio magro, mais alto e velho. Com sua mente desanuviando ele percebeu que os dois morcegões eram na verdade dois Batmans, um menor e outro mais alto e magro. Um era uma mulher, o baixinho e o outro era um homem.

Os dois Batmans pegaram o ainda fraco Bruce Wayne pelos braços e o ajudaram a sair dali. Passando quase desapercebidos, o Batman mais alto e magro apertou um tijolo numa parede e a parede se abriu, para um túnel escuro e assustador. Entrando no túnel, sumiram pelo labirinto abaixo de Gotham City.

...continua.

pslarios
Enviado por pslarios em 03/04/2017
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