CARONA FATAL.

O pai de Tiago acabara de presentear o filho com um Hyundai último modelo. O rapaz convidou seu amigo Lucas para estrearem o carro. A tarde prometia, estava ensolarada, e assim partiram para uma aventura.

Depois de alguns quilômetros rodados, Tiago resolveu completar o tanque. Parou num posto à beira da estrada, onde também havia um ponto de parada de ônibus pinga-pinga. O carro que já estava quase lotado, começou a deixar o posto, quando um homem saiu correndo atrás dele. Mas foi em vão porque o motorista não notou, e aquele passageiro perdeu o ônibus. Esse homem se vestia de maneira bem simples, com uma camisa mal passada e carregava uma sacola de plástico, toda amassada, onde levava seus pertences.

Lucas teve uma idéia. Que tal a gente oferecer uma carona e aprontar com o “tiozinho”, deixando-o no meio do caminho? – Tiago adorou a idéia, e foi até o pobre homem que se mostrava desolado. Ele aceitou de pronto a carona e nem sabia como agradecer. Após o carro ter percorrido um quilômetro, Tiago pegou um atalho que disse conhecer e, assim, chegariam logo à cidade onde desceria o indivíduo. Este concordou e seguiram viagem.

Todavia, assim que achou um local ermo, Tiago parou o carro. Os amigos saíram do veículo. Lucas havia trazido um revólver da coleção de seu pai, e mostrando a arma, mandou o “tiozinho” deixar o carro. Ele girava a arma no dedo indicador, e gargalhava. Na verdade, estava zoando porque mal sabia segurar a arma. - Aquele homem meio acaipirado, que parecia estar amedrontado, se posicionou de maneira bem diferente. Rapidamente pegou o revólver que trazia na sacola de plástico, saiu do carro, e apontou a arma contra Lucas. Num grito, mandou que ele desse um tiro na perna de Tiago e se não atirasse, receberia uma bala na cabeça. O “tiozinho” repetiu com um grito:
Se não atirar logo, eu estouro os seus miolos! 

Lucas não viu escapatória, tremendo, apontou para a perna de Tiago e atirou, porém acertou a barriga. Muito sangue jorrou e tingiu de vermelho a camiseta do amigo que foi ao chão. Lucas começou a chorar. O “tiozinho”, sem dar um tiro, comandava a situação. Mirou o revólver para a cabeça do rapaz. Este implorou que não o matasse.  Nova ordem o "tiozinho" mandou: Jogue essa merda de revólver pra bem longe, JÁ! – A voz de Lucas conseguiu ser ouvida como se fosse uma suplica: Eu jogo, eu jogo, mas não me mate, pelo amor de Deus.  O rapaz arremessou a arma com o resto de força que tinha. – O “tiozinho”, como um relâmpago, entrou no Hyundai, e bastou girar a chave para sumir do local.

Ele bem conhecia a área e logo estava na estrada principal. Foi a jato para onde deveria ir. Ao chegar numa rua muito calma, buzinou. Um alto portão de madeira se abriu, e foi logo ouvindo:
Salvador, como você demorou!! O Chefão está impaciente, prepare-se. Ao entrar com o carro no armazém, ele escutou: Ainda bem que trouxe uma JÓIA!Mas, por que você não me telefonou, PÔ?! perguntou o Chefão. Salvador, tranquilamente respondeu: Meu celular está sem crédito.  E acrescentou: Agora pode “desmanchar” o belo pacote de presente.

Ele já ia saindo do armazém quando ainda ouviu: Você é dos bons, Meu SALVADOR!
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 06/02/2017
Reeditado em 07/02/2017
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