O ADVOGADO
O ADVOGADO – MEDALHA DE OURO
(Valéria Guerra Reiter - Petrópolis / RJ)
Afonso era advogado, ele gostava de sê-lo, e quando surgia alguém em seu récem escritório, pois só havia dois meses que ele inaugurara o que chamava de Recanto do Afonsinho: pois quando chegava alguém lá, ele se sentia como um faraó, um verdadeiro Hórus Vivo na Terra. Ele fazia aquele local não só de escritório advocatício, mas também de casa de massagem, isso porque de vez em quando ele levava algumas moçoilas para lá!
Afonso era um típico advogado brasileiro: matreiro, boa pinta e sobretudo malandro. Seu hobby era jogar tênis, e de vez em quando um bom xadrez; mas advogar na verdade era sua religião. Ele trabalhava de várias maneiras, para o pobre, como defensor público, e para o rico...no comando de seu escritório, que agora para dois mil e dezesseis ele já almejava ampliação...O sujeito era muito ambicioso, tanto que agora seria contratado por um pastor famoso que soube de sua “competência” em casos nacionais - casos em que ele teve um êxito bem “hollywoodiano”...
Um dia o nosso bom vivant nas artes do direito, ou esquerdo, já nem sem mais...ia pela rua andando rápido e viu um garoto correndo com uma arma na mão (pitoresco); bom, ele procurou ser ligeiro, para não levar um tiro, entrou no estacionamento onde seu carro estava, só que quando olhou viu que o veículo (2015) não estava lá...ah pra quê? O homem surtou, ficou vermelho, azul, laranja, bege: ficou colorido...e começou a gritar, ele gritou tanto, que desmaiou, um senhor que ia saindo de carro, viu a cena e voltou; saltou do veiculo e tentou acudir Afonso, só que o nobre advogado...se assustou, sacou da arma, que portava ilegalmente e atirou a queima roupa no homem que tentava auxiliá-lo... O homem morreu ali, naquele chão quente de verão da dita Babilônia, ou melhor, Rio de Janeiro, começou a chegar gente, a polícia, bombeiros...e o pior desta desdita, é que aquele que morreu, era o pastor que havia contratado nosso advogado carioca.