Os Onze
Eu nunca fui muito de festas, preferia ficar em casa com um livro em minhas mãos.
Mas aquela noite fui intimidado a uma balada.
Balada essa que mudou minha vida de um jeito... Crucial.
***
Sentado em um banco, eu tinha uma bebida em minhas mãos que levava a boca em leves goles, para não ficar bêbado.
Uma garota senta no banco ao meu lado e pedi uma bebida.
– não parece muito feliz em está aqui – ela diz, puxando assunto.
– sim, meus amigos babacas me arrastaram pra cá e agora sumiram. – comento.
Ela rir.
– e você, porque está aqui? Não parece muita interessada – digo, virando- me para ela.
E Deus, como era linda.
– meu namorado terminou comigo, se eu ficasse em casa estaria chorando com filmes melancólicos como companhia. – ela diz, e rir perante a própria desgraça.
– bem, agora temos a companhia um do outro. – sorrio galanteador.
***
E bem as coisas aconteceram um tanto rápido.
Empurro de leve Katarina
(descobri este ser seu nome) contra a parede, ela põe sua mão em minha nuca e me beija ferozmente.
Arrasto minhas mãos por suas curvas, e ela me puxa mais forte contra ela.
Até que foi uma boa sair de casa.
– vamos pra minha casa? – ela diz entre beijos.
– sim... – respondo baixinho.
Nos soltamos e ela me puxa para longe daquela festa.
– deixa só eu avisar meu amigo – digo, avistando um ao longe.
– não, vamos logo, eles não vão se importa – ela comenta, e olha de forma sedutora para mim.
– é... Eles não vão.
Ela sorrir.
No lado de fora, ela sobe em uma moto e me convida a subir também.
Faço como pedido, ela põe a chave na ignição e começa a dirigir, sinto uma sensação de liberdade fluir de dentro de mim.
Ponho a mão em sua cintura e aperto-a forte contra mim.
Chegando a sua casa, ela me convida a entrar.
Tranca a porta e diz maliciosa:
– agora é só eu e você.
E terminamos o que começamos mais cedo.
***
Acordo, com mãos e pernas amarradas, completamente nu.
Meu Deus.
Não sabia que Katarina era dessas brincadeiras, mas bem eu não a conhecia muito bem de qualquer forma.
Ela entra no quarto com um sorriso malicioso nos lábios.
– vejo que já acordou – ela diz.
– sim... Da pra me soltar? – digo, meio aflito.
– não – é tudo o que ela diz.
– como assim não?
– você não conhece um não? – ela fala.
Olho-a confuso.
– você se aproveitou de uma garota que sofria de um término e agora eu vou me aproveitar de você. – ela diz sombria.
– olha aqui, eu não me aproveitei de ninguém, você queria tanto quanto eu.
– a questão não é essa, a questão é que vocês homens são todos iguais, e eu vou acabar com suas raças.
Oh meu Deus.
Que isso não seja verdade, ela parecia tão boazinha...
– o que você pretende fazer? – pergunto intrigado.
– matar você – ela diz simplesmente.
Oh não.
– porque?
– porque vocês são todos iguais, eu já disse.
– da pra você me explicar bem essa história? – peço.
Ela se senta ao meu lado e põe uma almofada sob minhas partes íntimas.
– eu já tive onze namorados e todos, TODOS, sem excessão alguma me traíram, todos se aproveitaram de mim, até se abusarem, até se cansarem, e então me trocaram por outras e depois me abandonaram, o último foi Mike, o peguei no flagra com a vadia... E ele ainda teve a ousadia de dizer que a culpa daquilo foi minha... Por ser estranha demais. – ela finaliza e me olha como se tivesse razão por está fazendo aquilo.
– olha, sem querer ofender seu raciocínio, mas porque me matar?, porque não matar eles?
Ela me olha como se eu fosse o louco.
– porque eu ainda os amo – ela responde, como se aquilo fosse óbvio.
– mas se você me matar não estará se vingando, para você se vingar terá que matar o causador de sua dor... Eu serei apenas um alívio momentâneo.
Vejo em seu olhar que ela cogita o que eu disse.
– mas... Se eu os matar, nunca mais o verei.
– exatamente, nunca mais verá quem te fez sofrer.
– você tem razão – ela diz.
Solta-me braços e pernas, então me estico, recuperando meus movimentos.
Encontro minhas roupas ao chão, visto-as e tento sair o mais rápido possível dali.
– e como vou saber que você não irá me entregar? – ela pergunta intrigada.
Pelo visto, ela não era tão burra quanto pensei.
– eu não vou, estou do seu lado – sorrio.
Ela olha-me cautelosamente.
– vejo que a situação se repete – comenta.
– o que?
– você – ela diz, e aponta para mim.
– conheci todos em festas, todos me usaram e no dia seguinte quiseram ir embora, que nem você... Você não vai.
Engulo em seco.
– você não disse que eram seus namorados?
– sim, e você também é, você é o numero doze.
Inspira, expira.
Continua entrando na dela.
– certo, eu sou seu namorado e não vou embora.
– promete? – ela diz baixinho.
– prometo. – afirmo.
Passei o dia ali, fingindo ser seu namorado.
Motivo de eu não fugir?
Ela tinha uma arma, e não saia de perto dela.
– você me ama? – ela diz quando estamos abraçados na cama.
– sim – digo, pela milésima vez.
Cerca de seis da noite, ela diz que irá me fazer uma surpresa.
Logo depois, alguém bate a porta, ela se levanta e vai abrir, vou logo atrás dela, pensando que aquilo poderia ser minha salvação.
Três rostos surgem diante de mim... Meus amigos.
– SURPRESA – eles entoam em um coro.
Fico sem entender nada.
– o que diabos ta acontecendo aqui?
– Ue, não gostou do nosso presentinho? Uma psicopatinha... Ela atua bem né não?
– SEUS FILHOS DA...
– calma garoto – um deles me interrompe.
– você vive trancado dentro de casa, precisava de uma diversão.
Olho- os embasbacado.
– e a arma? – pergunto.
– é claro que é de mentira – um deles zomba.
– não é não – Katarina se pronuncia e passa a atirar em cada um dos três.
Choque, não descreveria o que eu senti.
Ela vira em minha direção, abaixa a arma que estava com um silenciador e diz:
– os calei, eles incomodavam meu amor.