Eu Vim Conversar III

Eu Vim Conversar III

Velha Elisa

O grupo já tinha quatro pessoas, eu, Nick, Lucy e Danny. Não imaginávamos em como conseguir mais pessoas, mas sabíamos que sem provas ninguém acreditaria. Nos caçávamos espíritos em casas assombradas, é engraçado falar assim mas aqui onde moramos existem varias historias assombrosas, principalmente sobre as casas abandonadas ou aquelas que moram pessoas mais velhas do que o bairro.

Eu formei esse time de especialistas, nos assistimos todos os grandes filmes de terror, assistimos todas as series sobre o assunto e eu li tudo que tinha na internet para saber o que podia para combater esses seres de outro mundo.

As outras crianças não acreditavam nas nossas palavras, eles queriam provas e um monte de coisas, foi quando escolhemos nossa primeira missão.

A casa escolhida é da Velha Elisa, meu pai dizia, “Essa velha sempre foi chata, deve ter um seculo que anda infernizando o pessoal por aqui”, pelo o que meu pai dizia e pelos meus cálculos, ela já tinha mais de 100 anos, mas algo chamava a atenção, ela não parecia ter esta idade.

Eu dei a genial ideia de entrar na casa dessa mulher, saber o que tinha lá dentro, qual o segredo que ela escondia a mais de cem anos, se ela usava algum tipo de magia para se manter viva ou se ela tinha sido dominada por um espirito ruim de uma mulher jovem e assim à deixou com essa aparência mais jovial.

Danny armou todo o equipamento que era 4 celulares, duas câmeras, uma era minha e uma da mãe dela, um pau de selfie e um gravador do pai do Nick, o pai dele era jornalista.

Nick só dizia, “Essa mulher é perigosa”, “ela pode nos matar”.

Lucy tinha o plano, que ai começar as 00H, no dia 13 do mês 10, faremos o reconhecimento, infiltração, contenção do ser maligno e fugir. Entramos juntos e vamos sair juntos, em ordem. Eu pego todo meu equipamento, que era o sal, bíblia, estaca, alho, uns talheres de prata, água benta e uma bolsa com mais algumas coisas.

O time esta preparado.

O lugar combinado é no beco, atrás da minha casa. Sempre fomos pontuais, também, eu e Lucy somos irmão, Nick é meu primo e mora do lado de casa e do outro lado mora Danny, que é meu melhor amigo.

O clima é tenso, uma garoa finíssima que só São Paulo pode nos dar.

A casa da Velha Elisa fica à duas quadras da minha, é um sobrado, nós corremos em direção a ela. Haviam arvores frente o portão da casa, eu consegui escalar à mais baixa, joguei a corda para o pessoal e eles subiram aos poucos.

Eu fui direto para a janela que ficava do lado direito, e fiquei de observação, eu só via uma cadeira no meio da sala, só tinha isso ali dentro, só isso mesmo. Era uma sala grande, vazia, só tinha uma luz amarelada acessa ali. Era um ambiente estranho mas acho que era uma boa, mas confesso que me assustei com isso, mas não falei nada, queria que o pessoal não ficasse preocupado.

Eu os motivos.

“Vamos pessoal, isso só prova que estamos certos”.

Pego uma das câmeras que tínhamos, começo a gravar tudo, o melhor era que aquilo estava sendo transmitido ao vivo para o YouTube, queríamos que o grupo crescesse e esse seria um bom modo de convencimento.

O pessoal está apostos para invadir pela porta da frente, na Internet tem um tutorial de como arrombar uma porta, e Nick tinha virado especialista nisso. A porta foi aberta, eu continuava na janela à espreita de algum movimento.

Danny abre a porta, e anda até a cadeira que falei. Ela faz um sinal com as mãos, como se tivesse ouvido um barulho vindo do andar de cima. Ela decide subir, mas faço um sina para ela esperar, se for subir, vamos subir todos juntos.

Passamos pela sala vazia, havia uma outra porta entre a berta, ali ficava a cozinha, uma outra dava para um escritório. Passamos pela sala vazia? Cade a maldita cadeira? Eu viro a câmera para mim mesmo e faço um sinal de OK, se a cadeira não esta mais ali significa que estamos super certos.

A escada fazia barulho, foi complicado subir em silencio.

Lá em cima tinha um corredor com cinco portas, três para um lado e duas para a outra e uma janela no final do corredor

.

A coisa tá ficando seria, ainda mais quando nós ouvimos um som, um gemido de dor, era alto o som. Nick se tremeu todo, puxava minha roupa em direção a saída, mas nós já estávamos lá, seria impossível sair correndo, eles nos descobririam, isso é, se já não tinham descobrido.

Lucy foi em direção a primeira porta que ficava a direita. Rodou a maçaneta com um cuidado jamais visto, sem fazer nenhum barulho. Lá dentro não tinha nada, nada mesmo, só uma sala escura.

Danny olha para a camera e faz um sinal de que ia na próxima porta. Ela já abre á outra porta com menos maestria que Lucy, mas foi eficaz. E nada lá dentro, nada.

Como Nick estava morrendo de medo eu deixei a câmera com ele, e fui em direção a outra porta.

Mas foi nesse momento que nós ouvimos outro gemido, eu confesso que tremi. Eu estava com medo, estiquei a mão em direção a maçaneta, senti um gelo na barriga, depois à sentir doer, que medo, mas eu estou certo, preciso provar pro pessoal o que esta acontecendo aqui, um espirito maligno esta aqui nessa casa.

Na hora que giro a maçaneta, Lucy segura minha mão, olha fundo nos meus olhos e me mostra o celular dela.

Era um mensagem do meu pai.

“O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AI? EU TAMBÉM SEI USAR INTERNET E SEI VER O YOUTUBE, CORRAM PRA CASA OS 4. VOCES ESTÃO FERRADOS”

Droga, fomos descobertos e pior pelo meu pai.

Eu solto, seguro o celular e baixo minha cabeça. Nós estamos voltando para a porta da frente, descemos bem de vagar as escadas e passamos pela sala de novo, a cadeira estava lá de novo. Pulamos o muro e voltamos pra casa.

Eu e Lucy levamos a maior surra do mundo.

Nick também se ferrou, tanto é que eu não o vejo online à uns 4 dias.

Danny ficou de castigo também.

Foi complicado, ainda mais que descobrimos que naquela mesma noite a Velha Lisa morreu.

Os gemidos que ouvimos era dela, acho que podíamos ter à salvado do espirito maligno.

Mas não será assim que nosso grupo vai acabar, vamos continuar a caçar esses malditos espíritos ruins.

Final Alternativo:

Na hora que giro a maçaneta, Lucy segura minha mão, olha fundo nos meus olhos e aponta para o fundo do corredor. A velha estava parada ali, esperando alguma coisa, estava virada para a janela que tinha no corredor. Com um movimento lento, ela começa a se virar para a gente, faço sinal para que filmem aquilo.

Ela se virá totalmente pra onde estamos e começa falar.

“Eu vou caçar a alma de vocês, eu quero que vocês morram, seus malditos”

E correu em nossa direção, foi nessa hora que tiro uma arma da bolsa que estava comigo e atiro três vezes no peito da velha que cai, mas algo interessantemente terrível acontece, o corpo se levanta e corre de novo vindo até nós.

Eu corro para a porta que eu tinha quase aberto, e faço o pessoal entrar comigo. Estamos em uma escuridão profunda, a não ser pelas luzes dos celulares. Foi horrível. Do nada meu celular toca, era o numero da Lucy. Eu pergunto.

“Lucy, cadê seu celular?”

Ela procura o celular mas não o encontra.

Eu decido atender.

Só ouvia uma respiração pesada e um leve riso.

E alguém fala.

“Vocês estão mortos, vão morrer, estão na minha casa, na casa onde morri e minha filha viveu”

O problema é que enquanto eu ouvia a voz pelo telefone, todos ouvíamos a voz pelo lado de fora da porta. Eu estou com medo.

Mas prefiro pensar que podemos escapar.

A câmera ainda esta ligada, mas o medo é maior que a vontade de aparecer, fora que a essa altura todos já deviam acreditar na gente. Nick estava estático sentado no chão, morrendo de medo, mas preciso da ajuda dele. Corro até ele e digo.

“Vamos conseguir sair daqui e você vai me dar aquele seu box de Filmes do Star Wars, que tal sermos Jedi's do que caçadores de fantasmas?”

Ele sorri para mim e é tomado por coragem, afinal de contas, ninguém quer perder um box do star wars.

A velha começa a bater na porta, com pouquíssima força.

Ela bate e bate bate, nada acontece.

Nick pega minha bolsa e procura a corda que usamos para invadir, ele amarra a ponta da corda na maçaneta, era o único lugar possível para se amarrar alguma coisa, não tinha nada ali no quarto vazio.

Ele joga à outra parte da cordo pra fora da janela, vamos descer e correr o mais rápido possível.

Primeiro foi Lucy, depois Danny e em seguida foi Nick, eu fiquei esperando até eles chegassem lá em baixo. A porta continuava sendo golpeada e me lembro de algo, em uma das minhas pesquisas li que alguns espíritos que tomavam os corpos do vivoa, só tinha a força do corpo que dominaram, ou seja, esse espirito só tinha um força de uma velha.

Tiro a água benta que eu tinha na bolsa jogo do lado de dentro e sobre a porta e jogo sal na entrada também.

Ouço um silencio, a porta ão é mais golpeada. Assim que pego a corda para descer ouço um novo barulho, era um som de ferro sendo arrastado, do nada a porta é destruída por um tiro de 12, a velha pegou uma arma que tinha na casa e atirou, estilhaços me acertaram, a essa altura meu corpo todo estava do lado de fora, só a minha cabeça que ficava um pouco sobre a janela, para ver o que acontecia lá dentro.

E espero cinco segundos, foi o tempo dela recarregar, dar um paço e atirar. BUUM.

A velha começa a pegar fogo.

Eu tinha levado á gasolina para ser batizada. Acho que fui esperto, funcionou.

Fiz um rastro de gasolina até perto da janela, e quando ela atirou um estilhaço acertou a gasolina e queimou até chegar nela.

E ela não passa da barreira de sal que fiz, e fica pegando fogo.

Eu consegui descer e sair rapidamente de lá com o pessoal.

A velha pegou fogo, com o tempo a casa pegou fogo. Fugimos o mais rápido possível.

E foi assim que conseguimos mais pessoas para o grupo, e foi assim que fomos presos também, afinal, foi tudo transmitido ao vivo no YouTube.

Mas com o tempo fomos libertados, parece que fizeram tudo parecer brincadeira e nos tiraram de lá, afinal, meu pai era o delegado da cidade mesmo.