A mulher ao lado da minha cama

Era uma bela mulher- tinha o rosto que conservava uma eterna expressão insólita,impassível-algo do sorriso de Monalisa-frágil , tímido, misterioso,pouco espaçoso na face.Tinha o olhar frio,porém, intrépido,penetrante,avassalador.A pele era de brancura diáfina,como se fosse um cadáver.Poder-se-ia dizer de forma macabra que se portava pela textura pálida que por se encontrar em breve estado de putrefação ainda fresco.A sua cintura e a disposição dos bustos fartos, sedutores expunham-se dispostos numa exposição relevante para os desejos proíbidos,censuráveis. As coxas eram torneadas e roliças .O bumbum era saliente e convidativo ao olhar,por ser de arrebite. Duas elevações de bom torno a encaixar-se nas coxas e na cintura que era fina,de violão.Tinha lábios vermelhos,carnudos e semi-abertos,como se estivessem sempre dispostos para um beijo prolongado, molhado. Estavam quase sempre entre abertos. Parecia estar sempre ávida em receber carinhos ousados,audaciosos,onde na penumbra pudesse dar e receber os mais ousados prazeres censuráveis. Vestia uma saia vermelha,de tecido fino e transparente,que revelava estar sem nada a mais por baixo.Era visível a sua penugem do baixo ventre,aparada com esmero num desenho audacioso valorizando a púbis.Ela ficava ali,diante de mim madrugada a dentro-observando-me,e num eterno estado convidativo.Os dedos de uma de suas mãos ficavam passeando pelos seios-que eram empinados,durinhos,furavam o fino tecido de sua roupa.Apalpavam os biquinhos e os seguravam,como se estivesse sentindo prazeres desmedidos. levava uma das mãos pela sua região vaginal e,ali ficava passando-a,com movimentos suaves,ora circulares,ora perpendiculares ao dorso intercalada com expressões angustiantes no seu belo rosto,com o olhar flamejante convidativo. A particularidade estava no seu olhar de mulher impura e vulgar descompromissada com a moral familiar,social.Não tinha uma disposição visível para o pudor e o exercício dos bons costumes.Comportava-se como um ser inteiramente dependente da libido exercida com total vulgaridade,e no desespero para a obtenção dos mais repugnantes prazeres proibidos na calada da noite.

-Acho absurdo que eu não consiga lhe seduzir ficando neste estado de excitação e de anseios desesperados na ânsia para obter desejos incontroláveis.Inconfessáveis,até para os mais impuros seres da sombras. Queimo em chamas por entre as pernas.

Não lhe respondi.Virei o corpo para a parede e fechei os olhos.Adormeci sem pestanejar,ou esboçar alguma reação. A vela que havia acendido,antes de deitar-me na cama ainda se consumia em ardente chama.Um vento sussurrava da janela e fazia a sua chama bailhar de forma nervosa a ponto de querer apagar-se.

-Não me deseja,sei disso.Parece vacinado contra contra os meus mais proíbidos desejos ardentes que insinuo...E,como desejo realizações,decerto por prazeres desmedidos,Ardo numa chama que me consome a libido.Vivo latejando nos desejos da carne...Sabe que pode me ajudar,e disso,até tirar proveito,se quiser e obter os maiores prazeres censuráveis-não entendo o por que de poder resistir.

-Oro antes de dormir.E a vela que acendo antes de dormir é para iluminar a sua escuridão. Vive nas sombras e iludida pelos prazeres que seduzem,parecem incontroláveis,porém se diluem por um breve momento logo após a sua realização,feito o éter em contato com o ar...Busco prazeres menos densos,mais compensatórios.

Disse-lhe quebrando o seu monólogo.

-Não adianta ficar à espreita tentando aguardar-me ao sair do meu corpo,irei para paragens Espirituais de Luz,onde não poderá ir,enquanto viver absorta pelos prazeres que a deixam submissa e aquém de estar numa vibração mais elevada,onde possa se ocupar com atividades mais nobres e que te elevem a alma.O sexo,os desejos,as taras.A sede incontrolável pelos prazeres da carne não realizam,em essência-apenas acalentam uma sede que pode ser esquecida por breves momentos.

-Quero fazer sexo.,e e te dar prazeres...muitos desmedidos... ..prazeres,desmedidos demais,até-acredite. Eu sei que posso...

A lua cheia pairava sobre negras nuvens num céu pouco estrelado.Era uma madrugada fria e silenciosa. Os meus amigos espirituais estavam chegando numa carruagem alada guiada por dois belos corcéis brancos. Ela me olhava com decepção.Era muito visível a sua excitação sexual.Enquanto eu saía do meu corpo denso,ela se desmanchava em prazeres censuráveis usando os seus dedos longos,de unhas pintadas de vermelho.Berrava,urrava-tinha um animalizado comportamento. Contorcia o dorso,tremia as pernas,alisava-se com sofreguidão.Esfregava-se por completo.Uma cena chocante-talvez,pensasse que me excitaria desta forma-tinha um sentido bem contrário,angustiante-censurável.

-Fique hoje nesta noite comigo e me dê todos os prazeres que busco e que preciso .Por favor,eu preciso.Não existe outro que possa me servir...queimo entre as pernas.Queimo por dentro.Eu preciso de um encarnado quente e malicioso. Fazer esta troca de energia tão,tão necessária... por favor...(gemendo).

-Existem prazeres mais necessários para a humanidade.

-Quais seriam...? Não vejo necessidades mais angustiantes do que poder ter os prazeres oferecidos por um macho no cio ( encarnado) para uma alma penada necessitada que se queime em atrozes necessidades genésicas,após prolongado desencarne.Estou no cio,vivo no cio.E u preciso,fique comigo,satisfaça-me,por favor...

-Socorrer os necessitados. Fazer a caridade para os fracos.

-Eu preciso de socorro.Os prazeres do sexo são minhas necessidades,carências inoportunas. Uma necessidade aterradora,incontrolável. O meu grelo treme,pulsa,necessita de carinhos de um macho.Estou ardente....Beije-me,morda-me por inteiro.

Adentrei na carruagem alada e segui com os companheiros da luz na carruagem dos socorristas do além.Não comentaram a respeito da presença daquela mulher fogosa e sensual.Apenas disseram que as tentativas para desviar o serviço nobre serão muitas e que serei sempre explorado nas minhas fraquezas,de outrora.Enquanto afastáva-mos, de minha casa ouvíamos os seus escandalosos gemidos naquela desenfreada masturbação.Os corcéis empinaram e relincharam.Seguimos vencendo as nuvens molhadas.Os carentes de todo o Globo precisavam dos nossos préstimos-muito mais do que ter as realizações dos prazeres voláteis que se desgastam as nobres energias do genésico. Mesmo tendo sido eu, no passado,em outra reencarnação o famoso Mestre dos Prazeres das donzelas daquela região que ficava na Europa Vitoriana,onde a igreja prendia,julgava e mandava para a fogueira os que se deixavam arder pelos prazeres da chama dos prazeres censuráveis que acorrentavam a carne às mais repugnantes viciações. Outrora,estive com a burguesia no Palácio de Versailles-eu sei sei o que seja ser dominado pelos prazeres escravizantes,principalmente os da burguesia do poder. Muitas foram as minhas viagens na carne até estar,onde me encontro hoje encontrando gozo nos prazeres da caridade.

LG

fim

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 15/05/2016
Reeditado em 14/08/2018
Código do texto: T5636594
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