Controle Absoluto

A dor de fato é ruim, mas quando ela é sentida por muito tempo, acaba se tornando um vicio extremo. Quando se esta sozinho e nada mais resta além do vazio eminente e silencioso, você não consegue sentir dor ou raiva ou amor ou qualquer sentimento que te leva a fraqueza.

Eu creio que não sou o primeiro nem o último há perceber o tão patético que o ser humano é quando se trata de sentimento, nesse caso é fácil resolver o problema quando as coisas começam a sair do controle. alguns acham que eu não passo de um aproveitador doente, frio e calculista, pode até ser assim, mas, eu não sou um fraco.

Contarei minha história, ela não é uma história com final feliz… pelo menos aos seus olhos não será .

Eu não tinha amigos e evitava qualquer contato com parentes, sempre fui assim… solitário. Um dia eu conheci uma moça, uma jovem linda, frágil e delicada, seu nome era Helena. Um ser tão diferente e curioso. Ela era um pouco confusa e desajeitada, mas ao menos tempo tão bela e atraente, com seus olhos cor de jabuticaba e sua pele de mármore, ela tinha belas curvas e lábios carnudos. Eu a observava todo os dias voltando da biblioteca onde trabalhava. Eu ia ali todo os dias, lia alguns livros só para observa-la. Como era bela. Normalmente eu apenas desaparecia com elas, mas aquilo que sentir por ela nunca havia ocorrido, entretanto seguir em frente e esquecer aquela linda e adorável garota seria impossível. Os dias foram se passando e minha obsessão por helena foi desencadeando algo que eu sabia que no futuro poderia me trazer problemas.

Eu tinha que me afastar, mas eu não conseguia, o corpo, a voz, os cabelos, o perfume, tudo era demasiadamente convidativo e hipnótico. Eu nunca amei antes, todos os poucos contatos que eu já tive com uma pessoa era por mero interesses egoístas e sempre alguém terminava morto. Estava olhando para helena, quando percebi, um cara vindo em sua direção cerrei os punhos e fiquei há observar a intimidades dos dois. Eu não sabia quem era, mas quando os dois se beijaram sentir que ele era uma pedra em meu caminho, tratei de imediato a descobrir tudo dele.

O tempo se passou e eu já sabia tudo sobre ele, sabia os intervalos das refeições a hora que saia e chegava em casa, cada detalhe. Em um dia chuvoso eu esperei ele sair da biblioteca, fui atrás dele, puxei papo disse estava precisando de ajuda pois meu carro tinha quebrado, ele se ofereceu a ajudar liguei pro “guincho”, enquanto esperava convidei ele pra uma bebida num bar em frente a onde estava, minha boa aparência sempre ajudava as pessoas a se sentirem mais a vontade, meu jeito comunicativo e convencedor deixa tudo mais fácil. Foi simples atrair ele, fiz-me amigável e confiável, falei de assuntos convenientes, ( já estava tão acostumado a fazer aquilo que era espontâneo ) o convidei pra uma partida de sinuca, já q ele gostava tanto. Alguns copos de wisck aqui outros ali e ele já não estava tão sóbrio, disse que morava ali perto que ele podia ir pra minha casa, ele deu um sorriso quando entramos no carro dele ele se debruçou pro meu lado agarrou minha nunca e me beijou eu retribuir o beijo com as mãos na coxa dele, propus minha minha casa, onde claro iria concluir o planejado. Chegamos lá já tava tudo preparado quando ele se distraiu com um só golpe na cabeça ele desmaio, o mantive acorrentado por seis dias, tempo suficiente para terminar de resolver as coisas os últimos detalhes.

Quando eu tive o que queria eu o matei com um tiro na cabeça...O desaparecimento dele já estava nos noticiários, eu continuava minha rotina na biblioteca, serviço e agora nos dias de folga eu passava a noite observando Helena pelo lado de fora da casa dela, nessa altura normalmente eu já teria desaparecido com ela também, mas por algum motivo eu não conseguia mata-la, ela era como uma bonequinha que ficava na minha estante esperando o momento certo para eu brincar. Tive que sumir por um tempo pra dar jeito no corpo, eu usei minhas técnicas e conhecimentos legista como sempre fui cuidadoso e perfeccionista em cada detalhe, desmembrei o corpo separei carne dos ossos, é mais fácil de esconder um corpo quando não se tem ligação alguma com a vítima, ele agora não passava de mais um dos meus prêmios.

Os dias se passaram tão rápido, quando voltei há biblioteca parecia que eu era a réplica perfeita dele assumir uma nova personalidade, fazia as coisas como se fosse ele, agora eu vestia como ele, falava como ele, andava como ele, eu me “transformei” nele.

Quando ela me viu, me olhou um tanto curiosa, percebi que ela tinha perdido peso, seus olhos fundos e aparência cansada, percebi o quanto ela estava frágil e não tinha momento melhor para eu me aproximar.

No começo ela tentou me evitar mas depois q ela viu o quando eu lembrava ele… estar comigo foi quase um vicio para ela. os meses se passaram e começamos a namorar, nossa intimidade foi crescendo e percebi o quanto ela ainda amava ele, as vezes ela parecia tão distante, e isso não me agradava em nada, mas se parecer com ele deixou as coisas mais fáceis, pois eu sabia muito bem o que fazer, o que falar, como a tratar. Helena estava cada vez mais apaixonada… como eu disse no inicio… a dor pode ser viciante.

Isso não foi o suficiente pra mim… eu queria mais, eu tinha que saber tudo a todo momento. Os momentos que eu passava com Helena parecia que ela estava cada vez mais distante, parecer com ele não era mais suficiente. Eu sabia com quem ela trabalhava, seus horários, amizades eu sabia que ela me amava, mas ainda não era o suficiente.

Comecei a controla-la, levei Helena pra morar comigo, eu a fiz sair do serviço, com a desculpas que ela tinha que cuidar mais dela e da casa. O tempo foi passando e Helena já não tinha mais contato com os amigos e nem parentes, eu a fiz se afastar de todos, ela sempre reclamava que nunca saia de casa, que não tinha mais vontade própria, ela começou a me evitar, eu a procurava todas as noites, mas ela sempre arrumava uma desculpa e reclamava da vida. Um dia qualquer cheguei do serviço e a forcei a ficar comigo ela era minha e não tinha o direito de recusar meu corpo tão pouco meu amor. Ela já não olhava pra mim como antes, mas com medo e submissão.

Um certo dia eu a tranquei dentro de casa, cortei o telefone a internet cancelei o cartão de crédito dela e o celular, me lembro que ela ficou furiosa, eu percebi pelo seu olhar, mas ela aceitou, pois se lembrou da ultima lição que dei a ela quando afrontou-me.

Eu sempre mantive o porão trancado, pois ali eu guardava meus prêmios, quando voltei do serviço, a porta do porão estava arrombada, eu corri gritando o nome dela pela casa furioso e preocupado, quando desci as escadas ela estava la em baixo com as roupas dele nas mãos chorando. Não me lembro muito pois fiquei cego de raiva, eu a peguei pelo braço a levei lá para cima, levantei a mão pra dar um tapa nela, mas eu olhei aquele ser angelical e lindo e a mordacei pois fiquei sem saber o que fazer, ela tinha descoberto tudo, todas as informações que eu tinha do ex noivo dela estava no porão, inclusive as roupas que ele usava na ultima noite que eles se viram. Eu pedi demissão do serviço, pois precisava de tempo para pensar no que ia fazer, mas não estava muito preocupado, pois eu tinha Helena em minhas mãos.

Eu cheguei em casa e ela ainda estava lá amordaçada, a alimentava três vezes ao dia, eu a soltei fazendo ela prometer que ela ia se comportar, caso contrario eu mostrei uma seringa com um sedativo, ela ficou quietinha um tempo, quando me distrair, la correu para a cozinha eu fui atrás, ela me ameaçou com uma faca elétrica e me perguntou o motivo pra eu ter feito aquilo com ela, eu fui pra cima dela, mas ela me empurrou e colocou a faca na minha garganta. Por um momento ela ficou fora de si, mas ela exitou em me matar, la se afastou de mim olhou em meus olhos e cortou a própria garganta … eu sorrir.

Poliana Fernandes
Enviado por Poliana Fernandes em 13/01/2016
Reeditado em 04/05/2017
Código do texto: T5509337
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