O Pacto - Capítulo 3
Sempre imaginei a Morte como um ser desprezível, mas definitivamente eu precisava refazer esse conceito em mim. Estava sobrevoando Nova York, com minha foice na mão esquerda, ninguém podia me ver, ninguém sentia a morte chegando.
É claro que meu trabalho era um pouco degradante, mas de certa forma havia um lado bom, eu me certificava que as pessoas não sentissem dor, que não sofressem na partida. Mas claro, essas interferências me causaram punições. Morte não podia deixar que um novato tentasse inovar o estilo padrão de ceifar vidas e portanto fui exilado por meses.
-O que pensa que está fazendo? – perguntou Morte.
-Só queria que as pessoas não sentissem dor, todos continuam partindo, não deixei de cumprir minha função. – respondi.
-Mas você está mudando a realidade e não pode interferir nisso, você não tem esse direito.
-Entendo, desculpe. – baixei a cabeça e esperei minha sentença.
-Peter, você sabe que não posso deixar barato, o que os outros pensariam de mim? Mas creio que esta pode ser uma solução, o que me diz de guardar as portas de um dos locais mais temidos de todos os tempos?
-O que? Vai me mandar cuidar das portas do inferno? – perguntei.
-Não. Quero que cuide do Purgatório.
-É real?
-Sim, escondido de todos, por mim e por Deus.
-E por que eu estou descobrindo isso? – perguntei.
-Se você contar a alguém terei que lhe matar. Entenda Peter, este lugar é necessário, nele habitam criaturas tão antigas e perigosas que se fossem soltas ameaçariam o equilíbrio do mundo. Então, me diga, aceita ou não?
-Aceito.
Os primeiros meses como guardião da porta do Purgatório foram tranquilos, já havia me acostumado com os barulhos feitos pelas criaturas que estavam lá dentro, mas o que mais me incomodava era saber que possivelmente seria um trabalho logo e eterno.
Passou-se dois anos e lá estava eu, com minha missão de manter aquele lugar seguro, minha foice nunca mais fora usada para nada, quando de repente ouço alguém se aproximar.
-Você continua firme, sem reclamar. – falou Morte.
-O que eu poderia fazer, é meu trabalho, devo minha vida a você. – respondi.
-Não era seu trabalho, mas você mesmo assim o aceitou, obrigado.
-O quê? – perguntei. – Já sei, estou sonhando. – completei.
-Não está sonhando e se estivesse não seria aqui que estaria não é mesmo? – perguntou ele.
-Não.
-Vamos, saia um pouco, volte ao mundo e continue seu trabalho, tenho alguém para ficar aqui e lembre-se você nunca viu ou ouviu nada sobre esse lugar, está claro?
-Sim senhor.
Não via o sol a dois anos e seu brilho quase cegou meus olhos, demorei algumas horas até me acostumar com toda aquela velha e maravilhosa claridade. Morte continuava a demonstrar-se gentil e amigável comigo, o que me levantava várias questões, por que ele faria aquilo? Afinal eu era apenas mais um de seus servos.
Meu coração queria que eu fosse visitar Lizzy, mas minha razão sabia que eu poderia sofrer ao ver ela com sua relação bem encaminhada com outro homem, decidi tentar esquecê-la pelo menos por enquanto.
Se você contar a alguém terei que lhe matar. Entenda Peter, este lugar é necessário, nele habitam criaturas tão antigas e perigosas que se fossem soltas ameaçariam o equilíbrio do mundo. Então, me diga, aceita ou não?
-Aceito.
Os primeiros meses como guardião da porta do Purgatório foram tranquilos, já havia me acostumado com os barulhos feitos pelas criaturas que estavam lá dentro, mas o que mais me incomodava era saber que possivelmente seria um trabalho logo e eterno.
Passou-se dois anos e lá estava eu, com minha missão de manter aquele lugar seguro, minha foice nunca mais fora usada para nada, quando de repente ouço alguém se aproximar.
-Você continua firme, sem reclamar. – falou Morte.
-O que eu poderia fazer, é meu trabalho, devo minha vida a você. – respondi.
-Não era seu trabalho, mas você mesmo assim o aceitou, obrigado.
-O quê? – perguntei. – Já sei, estou sonhando. – completei.
-Não está sonhando e se estivesse não seria aqui que estaria não é mesmo? – perguntou ele.
-Não.
-Vamos, saia um pouco, volte ao mundo e continue seu trabalho, tenho alguém para ficar aqui e lembre-se você nunca viu ou ouviu nada sobre esse lugar, está claro?
-Sim senhor.
Não via o sol a dois anos e seu brilho quase cegou meus olhos, demorei algumas horas até me acostumar com toda aquela velha e maravilhosa claridade. Morte continuava a demonstrar-se gentil e amigável comigo, o que me levantava várias questões, por que ele faria aquilo? Afinal eu era apenas mais um de seus servos.
Meu coração queria que eu fosse visitar Lizzy, mas minha razão sabia que eu poderia sofrer ao ver ela com sua relação bem encaminhada com outro homem, decidi tentar esquecê-la pelo menos por enquanto.