A Cidade do Nevoeiro - CAPÍTULO 7 - VAZIO
"Morte."
" Isto soa tão infeliz?"
"O medo os persegue e logo os encontrará"
"Este mundo fora criado a partir de cinzas de um mundo já esquecido."
"Nós não pertencemos a este lugar."
"Eu fui justo ao fazer isto e mais justo por ter os deixado viver aqui."
"Estão parados e perdidos sem direção."
"Não possuo vontade alguma."
"Mas..."
" Vou me aproximar e dizer qualquer coisa."
Um ser emergiu das sombras, a escuridão parecia o abraça-lo como se estivesse o acolhendo, como se fossem apenas parte de um só, as folhas secas que eram esmagadas pela caminhada do estranho ser se esmigalhavam pelo chão, passos decididos em linha reta como se não fosse o parar. Um homem alto de aproximadamente um e oitenta de altura, longos cabelos prateados e uma belíssima armadura negra que cobria praticamente todo seu corpo, em seu rosto uma máscara branca, mas que não possuía nenhuma expressão e sim a forma de um rosto de forma bem simples, em sua cintura uma longa espada com uma bainha dourada e belíssimos detalhes encaracolados e vermelhos, também uma longa capa vermelha que dava um ar ainda mais elegante para este estranho ser.
Seus olhos eram intrigantes, a única coisa que podiam ver pela máscara, eram roxos e profundos, como se olhassem diretamente na alma da pessoa e pudessem compreende-la por completo, todos ali se sentiam reconhecidos por completo na presença daquele estranho homem, porém na visão deles os olhos dele eram demasiadamente vazios.
O silêncio acompanhado pela presença deles foram suficientemente sufocantes para que todos ali ficassem imóveis e parados apenas atentos a cada movimento que ele iria fazer.
Logo começou a falar:
- Almas perdidas vagam por estes locais, sempre em busca de uma resposta para tudo que as cerca, atrás de vocês um lago criado por uma bruxa traidora que antes servia um ser extremamente diabólico, um ser que domina este mundo de forma cruel, eu vejo aqui três criaturas das mais frágeis, perdidas e desoladas, mas olhe eu já não possuo um propósito ou sentido para dar a minha vida, mas posso lhes dar uma direção, sigam por entre aquelas duas pedras rosadas. – Aponta para as pedras o estranho ser. – Sigam por entre elas e em breve irão chegar a casa da bruxa cinza, ela provavelmente irá os ajudar, ao contrário de mim.
O silêncio tomou conta do local, estranho ser apenas se virou e adentrou a floresta desapareceu em meio à escuridão da névoa.
Após ele desaparecer o ambiente foi novamente preenchido por algum tipo de vida, algum tipo de energia mais confortável do que quando ele estava ali.
A reação de todos fora a mesma, estavam se entreolhando sem saber de fato o que aconteceu, se perguntaram por vezes quem diabos poderia ser aquele homem, mas não chegaram a nenhuma resposta.
"Vejo em seus olhos algo que a um longo tempo atrás foi-me familiar."
"Esperança."
"Eles sempre tem e terão esperança?"
"O que farão com ela agora?"
"Intrigante o coração de um deles."
" Observarei mais de perto."