Mistério de Saint Cleire

Saindence Saint Cleire era mais um orfanato qualquer criado por freiras, essas santas mulheres de Deus que cuidavam da gente como anjos. Padre Morrison administrava tudo com grande exito. Eu não reclamava da rotina, aguentávamos até bem... De manhã as rotineiras orações e a escola. As aulas de português, Inglês e francês, matemática, ciências todas em seu tom tedioso. De vez em quando rolava umas brincadeiras para mudar o clima, que terminava sempre aos gritos de padre Morrison. A tarde era hora dos trabalhos, as meninas ficavam na horta ou na cozinha, mas eu era um desastre em ambas atividades, o que por fim me pôs como ajudante do padre com documentos e papeis. Ele sempre me dizia: Separe os rosas, os azuis e os verdes. Nos verdes carimbo, no rosa 3 pontos, e os verdes você me dá. Eu sempre entregava os azuis e ele dizia: Não! O azul é para o lixo! Eu me divertia com a cara de nervoso do padre.

As missas era sempre a noite e o sermão looooongo! No final não sabíamos diferenciar quem estava ou não acordado. E assim nos arrastávamos. Nós esperávamos sempre ansiosos pelos feriados, os favoritos era a pascoa para caça aos ovos e o aniversario de Saint Cleire.

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Era dia 18 de setembro, faltava 2 dias para o aniversario de nosso orfanato, estávamos ansiosos. Havia 20 anos que tinha começado. Dizia por todo lugar que Saint Cleire guardava um segredo sombrio, e quem o descobrisse carregaria a maldição consigo. Nunca acreditei nisso, mas sempre que chegava o dia, a escola ficava com todas as mesas de cabeça para baixo, a capela cheia de folhas e as áreas de trabalho uma completa devastação. Ninguém nunca descobrira quem tinha feito tudo aquilo, mas parecia que as freiras tinham certa ideia. No dia eu estava me preparando para os problemas, escondi doces e comidas na sala secreta da biblioteca. Aquele era o único lugar intacto durante a bagunça. Carreguei meu celular e a bateria extra, não pretendia sair dali até que tudo acabasse. Quando o padre me procurou para terminar de assinar os documentos meu esconderijo já estava todo equipado. Quando deu dia 19 estava um grande alvoroço. A gente não sabia o que fazer, quando chegou as 6 da noite Saint Cleire já estava indo para a cama, eu fui as 9 para o esconderijo.

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Quando acordei senti um grande tremor, mas nada sofri. Não ouvi os livros caírem, o que era bem estranho. Me encolhi e ignorei, foi quando ouvi gritos muitos altos que depois de uns 15 minutos deram lugar ao silencio total.

Não ousei sair do meu cubículo, somente depois de horas ali trancada ouvi um choro bem baixinho e depois uma sirene. Quando voltei a mim ouvi um grito: Tem alguém aí? Foi quando saí e gritei onde estava.

Um homem forte e grande me pegou e levou pelos corredores. Enquanto passávamos somente dava para ver o vermelho forte manchando todo o corredor e vários corpos pelo chão. Contei a ele que ouvi um choro e ele me disse que não havia mais ninguém.

No outro dia só podia se ouvir a reportagem: Mistério em Saint Cleire: 849 mortos e 1 sobrevivente. Fui a sobrevivente 1.

Dana Reinoso
Enviado por Dana Reinoso em 04/10/2015
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