OS GUARDAS E A ENTIDADE
Ambrósio e Jovino eram guardas de rua há mais de 10 anos e ficavam com apitos e cassetetes na mão, andando de uma esquina à outra, espantando possíveis ladrões. No bairro ficava um cemitério, e algumas prostitutas transavam com eles cotidianamente, a troco de amizade, cigarro e bebida...
Certo dia, chuvoso, aparecera uma mulher alta, bonita, bem trajada, de cócoras fazendo xixi atrás de um carro. Eles, ao longe e maravilhados, disputavam quem iria transar primeiro com ela. A indumentária da moça era um vestido cigano e chamava mesmo a atenção de qualquer mancebo...
Ambrósio, mais atiçado, pois era curioso ao extremo, adianta-se e corre ao encontro da mulher, cortejando-a: - Ei, mulher bonita, eu quero “ficar” com você hoje... Ela continuou a andar, não dando crédito ao que ele dizia, forçando-o a reagir, pondo a mão sobre o ombro direito da mulher...
O inocente homem, ao puxá-la, toma um susto, fica sem voz e trêmulo. A mulher ao encará-lo, mostra a verdadeira face: Olhos vermelhos, algodão na boca e nariz! Anda bem devagarzinho em direção ao cemitério e entra a um jazigo como um fantasma. Ambrósio pede demissão no outro dia e até hoje faz terapia, tendo Jovino como testemunha...