Pedras que falam.
Conta à boca miúda que ali viveu uma família de pessoas estranhas, que pouco se comunicavam com a vizinhança, pouco ou quase nada se sabia daquela família. Segundo alguns curiosos pela beleza do lugar, arriscaram chegar mais perto e que se ouviam conversas de crianças na casa, mas que ninguém conseguiu vê-las.
A casa tinha um belo jardim com grande presença de pássaros de todos os tipos e cantos. O que deixava as pessoas curiosas era ver o senhor da casa sempre carregando pedras numa carroça puxada por um burro. Que parecia já cansado daquela tarefa, devido os gritos daquele homem com ele para prosseguir.
Certa manhã percebeu-se, que havia um silencio na região da casa, mas ninguém arriscou saber, o que se passava. Passados alguns dias, Zé Mané um cabra metido a bravo da vizinhança, falou que ia por lá descobrir, o que estava acontecendo e montou no seu cavalo alazão seguiu para o terreno daquela gente estranha.
Quando chegou o silencio era geral, nenhuma criação viu pelo terreiro nem roupas estendidas no varal como de costume. Resoluto decidiu descer do cavalo e circular pelo quintal. Quando chegou ao fundo ficou maravilhado de ver um campo verde, que dava para a mata próxima do rio, pelo chão viu alguns restos de brinquedos quebrados, mas o que lhe chamou a atenção foi uma organização de pedras empilhadas artisticamente formando uma espécie de paredão circular e neste algumas plantas hospedeiras se faziam presentes.
Mas quando se aproximou, algumas pedras se mexeram e ouviu uma espécie de suspiro profundo saindo das pedras, saiu como um louco e num galope rápido montou no seu cavalo, como um raio sumiu no horizonte e só parou quando chegou na cidade e falou para um amigo e sumiu na estrada. Até hoje ninguém mais soube dele e nem o que aconteceu de fato naquele lugar, que hoje em ruínas guarda segredos, que ninguém ousa se aproximar.
O paredão de pedras cada vez mais coberto pelas plantas trepadeiras formando um lindo lugar para ver de longe e muitas fotos foram espalhadas pelo mundo. O que estaria enterrado debaixo daquelas pedras, carregadas anos e anos pelo estranho morador?
Toninho