FRANCO ATIRADOR
Dezoito anos e vinte e cinco quilos a mais e eu ainda era capaz de me manter horas a fio naquela posição. Tinha a cabeça do sujeito na mira. Uma bobeira e eu mataria a vítima que chorava presa naquela chave de braço enquanto meus companheiros negociavam com o meliante na cena que se desenrolava lá embaixo. Eu não reflexionava sobre absolutamente nada. Respirava com calma. Suava. Para meus ouvidos só existia o rádio ao lado de onde viria a ordem para o tiro. Meu dedo firme e pétreo no gatilho. Os músculos tesos.
Foi então que espirrei e meu dedo se retraiu.
Morpheus