ANJO INESPERADO
Aconteceu numa noite fria. Numa rua deserta, Edna esperava o ônibus. Já era tarde. Olhava o relógio com preocupação. A condução demorava. O vento frio soprava.
A preocupação aos poucos convertia em medo: “Meu Deus” pensou olhando mais uma vez para o pequeno relógio de pulso. Foi quando avistou uma figura se aproximando. Parecia um homem. Carregava alguma coisa parecida com “Um carro de mão”.
Aos poucos a figura foi se revelando. Um homem. Roupas surradas. Uma barba desgrenhada marcava seu rosto sério. Edna sentiu medo. “E agora?”. Pensou o pior. Quando chegou próximo, o sujeito parou. Seu olhar sério encontrou o olhar de Edna. O medo a fez pesar em várias situações. Lembrou-se das muitas noticias de mulheres assassinadas; violentadas; desaparecidas. Pensou na família; nos sonhos; na vida. Uma lágrima molhou seu rosto. “E agora?”. Um misto de tristeza e dor confundiu mais ainda seus pensamentos.
Num repente, o homem correu em direção ao ponto. Instintivamente, Edna encolheu o corpo! Baixou a cabeça! E...
Sentiu quando um vento tocou seu corpo. O homem passou por ela numa corrida e estendeu a mão. Foi aí que Edna percebeu um ônibus parando lentamente e o tal homem acenando para que o motorista esperasse. Depois ele parou e "segurou" a porta do coletivo e ficou ali, olhando pra ela. Surpresa, ela andou em passos lentos. Entrou no veiculo e viu quando a figura largou a porta do carro e seguiu de volta a sua caminhada.
“Meu Deus, ele estava tomando conta de mim...” Percebeu ao mesmo tempo em que via o tal sujeito se afastar. “Obrigado” disse numa voz tímida, seguida de um sorriso.