CAMOMILA - MULHER

CAMOMILA - MULHER

Camomila era uma rosa de mulher, cheirava bem, multicolorida, atlética, e muito romântica. Motivada pelas Manifestações que julgava serem verdadeiras no submundo do crime que se esconde no “Brazil”, ela vivia espreitando uma saída para sua vida de dançarina. Dançava, dançava e nunca enricava.

Camomila gostava de viver, de correr, saltar, e de ler, sim, de vez em quando a Camomila lia fotonovela, gibi, livro de receitas, ou uma revista de fofocas de mídia, destas que fazem as pessoas ficarem bem adestradas e alienadas.

Numa noite quente de um verão escaldante no Rio de Janeiro, a moça de 24 anos, estava deitada assistindo a um Canal de Televisão que passa reprises de novelas, e outros bichos globais - e cá, com ela mesma meditava assim: nossa que pessoas maravilhosas “tinham” nessa época, pessoas que parecem muito mais estilosas que as atuais...

A menina vivia realmente o clima da “Plim-Plim” como se fosse um novo céu, na Terra: tão famigerada Terra. Ela tinha realmente uma cultura televisiva bem engajada, só que às vezes esquecia de seu gosto mais peculiar... e via um filme ou outro, como O Circo de Charles Chaplin. Um dia o Dayvison chegou mais cedo, e sugeriu que ambos assistissem “O garoto” (também de e com Chaplin). A moça ficou curiosa, riu, e chorou das cenas, mas em um determinado momento levantou e proferiu: Ah! Dayvison desliga esse filme aí; parece que essa gente toda é fantasma, além do que o menino tá sofrendo muito. Que pena que nossa Camomila da Silva e Souza, não conseguiu assistir a película até o final. Ela se encantaria.

Camomila recebeu este nome do pai, que era botânico nas horas vagas, porém sua mãe queria Ana Maria ou Elis, como a cantora. Porém Camomila não tinha vergonha do nome não! Ela se acostumou e achava que era sexy. A moça amava seu pai. E, óbvio, que Eraldo, soaria muito militar...

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 16/06/2015
Reeditado em 25/09/2021
Código do texto: T5278972
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