Os doze crimes de Hércules. Sexto Crime.

OS DOZE CRIMES DE HÉCULES.

A TOMADA DO CINTURÃO DE HIPÓLITA.

A morte do prefeito Leônidas trouxe grande comoção à cidade de Mor, era o quinto caso seguido de assassinato sem solução, o assassinato do novo prefeito extrapolou os limites, colocando os moradores em total desespero. O corpo de Leônidas estava bem de frente para o delegado, os olhos arregalados a marca de dedos no pescoço e a mesma inscrição enigmática, Hércules numero cinco, naquele momento estavam presentes o delegado e dois investigadores, e dois secretários da prefeitura, todo o quarteirão foi cercado pela polícia, a prefeitura também foi cercada, os policiais fizeram uma busca em cada cômodo em cada canto do prédio e nada foi encontrado, nenhum sinal de arrombamento, tudo estava no seu devido lugar.

As marcas dos dedos no pescoço da vitima eram bem visíveis, fotos foram tiradas e todo o ambiente vasculhado, e mais uma vez nada foi encontrado, não havia sinais de digitais desconhecidas no gabinete, o delegado Apolo com as mãos segurando o queixo, apenas observou, pediu para um dos rapazes que estava acompanhando as investigações que pegasse o depoimento de todos os funcionários, para ver se alguém tinha notado qualquer coisa estranha, por mínima que fosse. Como o delegado e o detetive Abderis tinham em mente um suspeito, tiveram uma ideia para tentar sanar a dúvida que os corroía.

_Por favor, policial, disse o delegado a um dos que ali estavam, emita um chamado, quero todos os policiais aqui em meia hora, nos reuniremos na sala de reuniões da prefeitura.

_Tudo bem delegado, respondeu o policial.

Meia hora depois estavam todos os policiais reunidos na sala, cerca de cem policiais, a frente da prefeitura ficou congestionada com o numero enorme de viaturas, em poucas horas uma multidão de pessoas se reuniram na frente da prefeitura, todos curiosos para saberem o que tinha acontecido. O delegado e o detetive entraram na sala, havia um silencio absoluto, os olhos atentos de Apolo percorreu toda a sala, os seus muitos anos a frente da delegacia o fez conhecer cada policial que estava sob seu comando, logo ele percebeu que faltava um, não disse nada, apenas piscou para Abderis que entendeu o recado piscado também.

_Senhores obrigado pela rapidez, chamei-os aqui para ressaltar a necessidade de um maior esforço da nossa parte para capturarmos o assassino, sem uma ajuda mutua jamais conseguiremos, de hoje em diante apenas lhes peço que reforcem as rondas, que trabalhem em numero de três em cada viatura, e também quero um relatório na minha mesa no final de cada turno, obrigado mais uma vez, os senhores estão dispensados, podem voltar aos seus postos, e boa sorte.

_Muito inteligente delegado, disse Abderis, dessa vez ele não nos escapa.

O corpo do prefeito foi levado para o necrotério, enquanto o delegado e os investigadores retornaram para a sala de investigações. Apenas alguns dos investigadores estavam na sala, e havia novidades importantes que ajudaria no caso.

_Alguma novidade, perguntou o detetive Abderis.

_Sim, temos, respondeu Roberto. Os cortes feitos na testa das vitimas com o nome de Hércules e a numeração, pela precisão e profundidade, indicam serem feitos por alguma ferramenta extremamente afiada, o mais provável é que seja um bisturi cirúrgico.

_Muito bem, obrigado Roberto. Mas tenho um palpite e também um plano vou precisar da ajuda dos senhores, dessa vez ele não nos escapa.

_Roberto, perguntou o delegado, você já descobriu qual a ordem certa dos trabalhos de Hércules que o assassino está usando.

_Descobri sim, o sexto trabalho é a tomada do cinturão de Hipólita, nesse trabalho o destemido herói toma da Rainha das amazonas o seu cinturam, mas ele acaba matando ela, e também o sexto signo é o de virgem. Outra coisa esses dias percebi que um dos seus policiais estava com a parte inferior da farda com um pequeno rasgo, sem que ele percebesse eu o fotografei, depois comparei a foto que tirei com o pedaço que encontramos no estabulo, e não é que bateu, portanto eu já sei que esse individuo é a suspeita dos senhores, estou certo.

_Brilhante Roberto, simplesmente brilhante. Agora é só arquitetar o plano que se dará da seguinte maneira...

Era costume na cidade de Mor ter um concurso de beleza todos os anos, todas as moças da cidade e das cidades circunvizinhas participavam, e o concurso seria naquela semana, embora o clima da cidade fosse de terror as autoridades politicas resolveram que não iam impedir o concurso de acontecer, as rondas policiais estavam mais frequentes, e o povo tentava assimilar tudo o que estava acontecendo muito rápido.

Na praça principal foi montado um grande palco, cheio de luzes e enfeites, arquibancadas foram montadas, pessoas importantes foram convidadas, tudo estava pronto, policiais estavam posicionados em diversos locais estratégicos, apenas alguns foram deixados fora do esquema propositalmente, principalmente o policial da qual eles desconfiavam.

O evento começou as cinco da tarde, muitos camarins foi montado, um em especial seria a da ganhadora do concurso, o delegado e o investigador estavam disfarçados no meio da multidão, um dos detetives estava próximo aos camarins, o concurso começou, tudo corria na sua normalidade, quase no final do concurso o delegado recebeu um telefonema de seu informante dizendo que o suspeito tinha acabado de sair, dizendo que teria que atender um chamado policial, a delegacia era próxima do evento, em cinco minutos o suspeito estaria ali, era necessário agir com rapidez. Enquanto isso o nome da ganhadora já tinha sido anunciado, em dez minutos ela retornaria no palco para receber a premiação.

_Abderis é agora vamos. Disse o delegado usando um pequeno rádio portátil.

Em poucos minutos depois de se desvencilhar da multidão o detetive chega ao camarim principal onde a ganhadora estava, chamou pela moça, mas ela não respondia, então uso da força para arrombar a porta, qual não foi a sua surpresa, bem diante dos seus olhos, com uma faca nas mãos toda ensanguentada estava o policial suspeito, mas era tarde demais, a moça que havia ganhado o concurso estava morta. Ela tinha apenas dezesseis anos, filha de um dos vereadores da cidade, seu nome era Ângela.

_Mãos para o alto, gritou o detetive,

_Tarde demais detetive, tarde demais.

_Cale a boca coloque as mãos onde eu possa ver.

Neste momento o delegado entra no camarim, assustado não acreditava no que os olhos viam, seu plano tinha funcionado bem, ele só não contava que o assassino fosse mais rápido que eles. O policial assassino foi algemado, e levado para a viatura, à multidão estava assustada com a morte da ganhadora do concurso, mesmo assim aplaudiu a policia, finalmente aquele tormento terminaria.

_Fim da linha para você Ariel, que decepção, logo você, meu melhor policial, foi difícil, mas conseguimos parar essa loucura. Disse o delegado.

_Não se preocupe delegado, estou apenas começando, não se esqueça de que são doze os trabalhos, são doze os signos, aquilo que não terminei, meus discípulos terminaram, isso eu lhe garanto, disse o policial no momento em que foi colocado no camburão da policia.

Assim tanto a equipe como o delegado foram para a delegacia, regozijastes por terem parado o assassino, ou pelo menos pensaram que tinha parado.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 07/02/2015
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