Confuso (Mordido 2ª Parte)
No dia seguinte, eu me encontrava deitado numa cama com lençóis brancos e macios, os raios de sol batiam no meu rosto. Quando fui me virar senti uma dor muito forte, mas nada se comparava à dor anterior, fui me levantando aos poucos e coloquei minha mão no meu lado esquerdo cujo mesmo estava com gaze e várias faixas.
Tentei me lembrar do que acontecera, mas tudo não passava de um borrão na minha mente. Olhando com mais atenção, eu não estava no meu quarto, tudo estava muito bem decorado com cortinas de seda cor-de-rosa, bem claro.
- Que bom que acordou você estava dormindo há dois dias.
Era uma voz feminina muito doce, mas ao mesmo tempo parecia preocupada.
Assim que me virei para olhar, me deparo com uma garota ruiva, estatura mediana olhos lindos e verdes, usava calça jeans preta e uma blusa azul clara.
Nossa como ela era linda! Me senti hipnotizado não conseguia parar de encará-la.
- Você está bem?
Perguntou a garota que se aproximava aos poucos.
- Sim, estou bem... Eu acho o que foi que aconteceu?
A garota se sentou ao meu lado, seu cabelo era liso e sedoso, lábios carnudos e rosados.
- Bom você estava coberto de sangue na rua perto de um sítio, pensávamos que você estava morto.
Interrompi a garota subitamente;
- Pensávamos?
- Sim, eu e meus pais voltávamos para casa quando encontramos você, meu pai viu que você estava se movendo, então carregamos você até o carro e, bom cá estamos.
Ela deu um sorriso tão sincero e maravilhoso, fiquei pasmo com sua beleza, sua voz.
Fui surpreendido por uma dor de cabeça intensa, e minha mente foi bombardeada por fragmentos do que poderia ter acontecido, eu me contorcia de dor.
- O que houve moço? Está tudo bem?
Com a mesma rapidez a dor se foi, e aos poucos fui recuperando a sanidade.
Fui me levantando aos poucos da cama, o mais estranho era que a dor no meu lado esquerdo havia desaparecido por completo.
- Onde fica o banheiro?
Perguntei a minha gentil anfitriã;
- Fica no final do corredor a esquerda, você deve estar faminto, vá se limpar e venha tomar café conosco.
Disse a garota com um sorriso de orelha a orelha.
- Muito obrigado... Senhorita.
- Me chame de Vanessa, e você como se chama?
- Me chamo Noah, muito prazer.
- O prazer é todo meu.
Me virei e segui em direção ao banheiro entrei e fechei a porta.
Eu já podia mover meu braço com facilidade, retirei as faixas e olhei para o espelho.
Arrepiei-me ao ver, era uma cicatriz enorme e profunda do que pareciam ser unhas ou dentes.
O que poderia ter causado tal ferimento?
Olhando fixamente para o espelho, a imagem dele começara a se distorcer e vi algumas imagens sem forma definida, e eu jurava que tinha visto o rosto de uma garota mas, quem era ela?
Por que está acontecendo tudo isso?
Ouvi baterem a porta.
- Noah, está tudo bem? Posso entrar?
Vanessa entrou logo em seguida e me viu completamente atônito.
- O que aconteceu? Pensei que...
Ela parou de falar e viu minha cicatriz e a tocou, mas não demostrara nenhuma surpresa. Suas mãos eram lisas, seu toque era muito gentil.
- Ah, já está quase curado! Isso é muito bom.
Era tudo muito confuso, pois, eu deveria estar muito ferido, era uma faixa enorme.
Para meu desespero, eu não conseguia me lembrar.
Depois de um tempo, lavei minhas mãos e meu rosto e me dirigi até a cozinha onde estavam os pais de Vanessa.
O pai de Vanessa era enorme, cabelos negros como a noite, uma barba impecável, sobrancelhas grossas e cara de poucos amigos, a mãe de Vanessa era semelhante a ela, tinha o rosto igualmente angelical, era alta como o pai de Vanessa.
- Sente-se Noah, o café vai esfriar.
Vanessa puxou uma cadeira para que eu me sentasse, a mesa generosa de café da manhã.
Nossa eu estava faminto, parecia que eu não comia há mais de uma semana, não me fiz de rogado e comecei a comer como aqueles bárbaros da idade média.
Quando me dei conta e olhei para eles, os três estavam sorrindo, eu não entedia o porque, mas no decorrer do dia eu iria acabar descobrindo.
Parei de comer, não sabia o que fazer para disfarçar meu constrangimento. Me dirigi aos três sem saber o que dizer;
- Eu... Não sei o que deu em mim, por favor, me perdoem por presenciarem essa cena tão grotesca.
Os três começaram a dar gargalhadas, o que serviu apenas para me deixar mais constrangido.
- Está tudo bem meu caro, não há motivo para se desculpar.
Disse o pai de Vanessa, sua voz era grave.
- Ainda não nos apresentamos, me chamo Joseph e essa é minha esposa Amélia e já conhece nossa amada filha Vanessa não é mesmo?
- Sim Senhor.
Balancei a cabeça positivamente.
- Bom muito obrigado por cuidarem de mim, nem sei como agradecer, tenho que voltar para o sítio meus amigos devem estar preocupados.
- Fique aqui hoje pelo menos meu querido, depois nós o levaremos até seus amigos, lanche conosco, queremos conhecer você melhor.
Disse Amélia com um tom doce.
- Eu concordo, fique um pouco mais meu caro.
- bom, se insistem tanto, só espero não incomodar.
- De Forma alguma, venha vamos até seu quarto.
Vanessa fez um sinal para eu segui-la, ela me levara até o mesmo quarto. Os lençóis foram trocados, tudo impecável como se ninguém havia estado deitado ali.
Me dirigi para uma pequena poltrona para me sentar, Vanessa ficou um tempo de pé mas, logo depois se sentou na cama. Eu ainda estava sem jeito pela minha cena durante o café.
- Vanessa me desculpe pelo meu comportamento hoje, sinto muito.
- Já dissemos para não se preocupar, você esteve dormindo por dois dias, é normal que esteja faminto. Fale mais de você o que o trouxe para o interior?
Vanessa parecia estar realmente interessada em saber minha história.
- Bom, eu moro perto do centro da cidade, meus amigos me chamaram para vir nesse sítio, eu nunca fui de sair muito, mas dessa vez dei o braço a torcer e bom, cá estou eu.
Minhas memórias só eram claras até o momento em que tropecei e vi aquela criatura imensa, eu não sabia o que era nem porque não me matou quando teve a chance.
Mas a falta de surpresa de Vanessa e seus pais me incomodavam. Eu estava curioso para saber, o motivo.