IRONIAS DO DESTINO

Abriu os olhos e não conseguia acreditar no que via. Sua cabeça doía, sua mente toda era um turbilhão. No local, pessoas gritavam de um lado para outro, barulho de carros e sirenes. Levantou-se com a ajuda de um desconhecido, que pela roupa branca denotava ser um profissional da saúde.

Olhava ao redor e não conseguia atinar acerca do que fazia ali, aquelas pessoas estranhas se agitando. Deu alguns passos e parou diante de um despenhadeiro e lá embaixo avistou o que havia restado do que provavelmente teria sido um ônibus e concluiu que se encontrava em meio a um acidente de trânsito. Não conseguia se lembrar de mais nada, foi levada a um hospital para verificar se havia sofrido alguma lesão.

Estava em um quarto de hospital sozinha quando entrou um enfermeiro, foi angustiada até ele e perguntou o que estava acontecendo, pois não conseguia se recordar de nada e ele entregou-lhe uma bolsa com seus pertences. Pegou a bolsa e jogou tudo o que havia nela em cima da cama e começou a procurar algo que lhe mostrasse para onde ia e com quem estava.

Acabou descobrindo que viajava com destino a São Paulo na companhia de alguns amigos, bateu-lhe um desespero quando se lembrou destes, saiu pelos corredores à procura de alguém que soubesse o paradeiro deles, ninguém sabia lhe informar. Quando apareceu aquele mesmo enfermeiro anterior que vendo-a em prantos perguntou o que estava lhe acontecendo, disse-lhe que queria saber de seus amigos, ele lhe respondeu que não sabia, mas iria ajuda-la a procura-los, pois parte das pessoas acidentadas se encontravam em outro hospital.

O que mais a atormentava era o fato de que dentre as pessoas que procurava havia uma de que ela gostava muito, mas que por motivos passados não se falavam, porém nada disto mais importava, naquele momento a única coisa que queria era vê-los e torcer para que estivessem bem.

Chegando ao outro hospital o enfermeiro realmente constatou que eles se encontravam ali, disse-lhe que estavam bem, mas isto não bastou queria vê-los.

Entrou num dos quartos e se deparou com aquela pessoa querida, viu um rapaz deitado e com os olhos semicerrados e por um momento hesitou, seu coração acelerou e pensou que talvez estivesse morto, correu até ele e chamou pelo seu nome ao que ele respondeu com um olhar maroto e um belo sorriso. Seu semblante se iluminou a constatar que ele estava bem, chorou muito e agradeceu por ele estar vivo.

Daquele momento em diante não houve um só dia em que não refletisse acerca de suas ações, procuraria compreender melhor as pessoas e acima de tudo, que as pessoas erram e tem o direito a uma segunda chance.

Este acontecimento limite levou-a a refletir a importância desta pessoa em sua vida e não deixou que nada atrapalhasse aquele momento sublime em que duas almas gêmeas se reencontraram para juntas poder trilhar e compartilhar suas vidas.

Afrodite

Zolani Almeida
Enviado por Zolani Almeida em 23/08/2014
Código do texto: T4933539
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