A Viúva

Sempre quando ela entrava no ambiente em que eu estava, era como se uma nuvem invisível, porem densa e pesada, pairasse no ar.

Sua presença me causava calafrios, me fazia enregelar o corpo.

sera que era o seu aspecto? Sombrio, soturno como o mau imaginário que ronda, em nossos pesadelos mais obscuros? Ou talvez o pelo simples fato de ter conhecimento de histórias macabras relacionadas

a sua pessoa? Relatos que diziam que aquela mulher, ainda de luto, vestida de preto, havia matado o seu marido, assim como os três pobres coitados antes desse?

Eu, sentado num canto mau iluminado pelas velas de luzes bruxuleantes, via, arrepiado, o olhar mórbido e sádico daquela mulher a contemplar o rosto imóvel e pálido do defunto.

Não havia expressão em seu rosto que denotasse ternura ou sofrimento. Mas sim, havia um semblante firme como o mármore, imparcial!

Eu estava absorto em meus pensamentos sórdidos quando, ao olhar novamente para o rosto dessa viúva, notei, aterrorizado que seus olhos me fitavam severamente, como se aquele monstro pudesse estar lendo os meus pensamentos. Nunca senti tanto medo como naquele dia, nunca mais voltei a ver minha mãe!

Luiz Etrerre
Enviado por Luiz Etrerre em 12/08/2014
Reeditado em 12/08/2014
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