Em Uma Noite Escura.

Esperava a espreita, um feixe de luz, que relevasse o corpo, que se dirigia para o lugar em que estava escondido.

O suor frio tomava a face, e o respirar ofegante, transparecia o medo que sentia.

Não consigo enxergar a face daquela silhueta, a contra-luz me revela apenas um corpo negro assustador.

Li em alguma manchete de um jornal antigo, que hoje seria o dia da minha morte, poderia ser alguma brincadeira de mau gosto, mas melhor nem arriscar.

O dono da silhueta acende um cigarro, a luz das chamas revelam seus olhos, um brilho tenebroso habita neles, olhos da morte.

abaixo-me para que não possa me ver, mas sem querer piso em algo que exala um som que o rouba a atenção.

Ele sem levantar o rosto diz:

_Não preciso se esconder meu velho, sei que estas ai.

Começo a suar frio, e meu corpo treme.

Ele continua:

_Não a escuridão que esconda algo de meus olhos, deveria temer-me antes de brincar comigo, nunca entro em um jogo para perder.

Fecho os olhos e faço preces a Deus.

Ele desaparece, e com alivio, volto a ficar de pé, mas ao levantar, sinto uma presença a minhas costas, ao me virar, vejo aqueles mesmos olhos de morte, que me diz:

_Não adianta implorar para seu Deus, ele nada mais pode fazer por ti,

jurastes a mim a tua alma, dei tudo que querias, agora venho buscar o que é meu.

As nuvens negras passam diante da lua, e a escuridão toma todo o lugar, um silêncio súbito se propaga, aos poucos a luz da lua revela tudo novamente, mas não existe nada mais a não ser um cigarro pela metade, com a brasa ainda acesa ao chão.

DjavamRTrindade
Enviado por DjavamRTrindade em 07/08/2014
Código do texto: T4913411
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