Uma chuva forte tomava a noite, estrondos provenientes de trovões e relâmpagos deixava acordado qualquer um que estivesse abaixo da tormenta. Enrolada em um coberto, Raquel tentava se proteger do frio que chegava em seu quarto, vindo das frestas da janela. A escuridão em alguns minutos tornava-se um imenso clarão devido a trovoada.
No quarto de pequenas dimensões, uma penteadeira chamava a atenção. Um grande espelho refletia a vaidade da bela que se preparava todos os dias à sua frente para sair, dando ênfase a sua necessidade de se manter majestosa.
No meio da madrugada o som do telefone invade o quarto, levando Raquel a se levantar e procurá-lo em sua cômoda. Enrolando-se em seu cobertor - na intenção de proteger o seu corpo desnudo - chega próxima ao telefone, atende e do outro lado da linha uma voz rouca, de difícil entendimento sussurra : - Saía agora!
Um calafrio percorre o seu corpo. O cobertor se solta de suas mãos desvendando a sua nudez, deixando suas belas linhas juntarem-se as imagens desfocadas de seu quarto. Um estranho som, vindo do lado de fora da janela, a leva a correr pelos corredores de seu apartamento até chegar junto à porta da sala. Um estrondo, como a uma explosão, toma conta da noite. Um tremor a induz a abrir a porta de seu apartamento, enquanto seus olhos, profundamente assustados, observa o teto de seu apartamento lentamente se rachar e nas frestas começar a cair uma grande quantidade de água. Ela sai de seu apartamento.
Correndo nua pelo corredor do andar onde ficava seu apartamento, seu desespero foi interrompido por uma mão que a segurou e colocou-lhe um roupão (saída de banho) em seu corpo. Olhando para o lado ela pôde observar sua vizinha, que também corria para fora do prédio, usando uma pequena camisola que estava coberta pelo roupão com uma pequena etiqueta com o nome Elangela, que agora cobria a sua nudez. As meninas chegaram do lado de fora do prédio. A chuva tomava a madrugada, as luzes da tempestade iluminava a noite em pequenos intervalos. Abraçadas, tentando se proteger do frio através do calor de seus corpos, puderam olhar atentamente para o apartamento e tomar conhecimento da tragédia que ocorrera.
A chuva encharcara o teto do prédio. A estrutura desgastada pelo tempo cedeu e desmoronou sobre o apartamento de Raquel que por poucos segundos conseguira sair ilesa. Abraçada a sua vizinha escutava os bombeiros a informar que, provavelmente, todo o prédio ficaria interditado. Mas em sua mente não saia o som de uma voz rouca que a fez ganhar os minutos que salvou a sua vida, "Saía Agora!".
A rua estava tomada por policiais e bombeiros. A defesa civil fora acionada. Elangela e Raquel estavam sentadas em um pequeno banco sendo entrevistadas por policiais. Raquel chorava compulsivamente, Elangela, também abatida, falava-lhe que ambas deveriam seguir para a casa de seu Pai. Elas se levantaram para pegar um táxi no instante em que um homem passou à frente de ambas olhando atentamente para seus rostos e corpos. Mais assustadas, decorrente dos olhos que as observavam, entraram em um táxi e seguiram para a casa do Pai de Elangela.
O frio da madrugada tomava o corpo das meninas. Molhadas, assustadas, desceram frente a casa do Pai de Elangela. Avisaram ao motorista que entrariam na casa para pegar o dinheiro da corrida. Elangela pegou uma chave que ficava escondida debaixo de um vaso de flores frente à porta de entrada da casa de seu Pai. Abriu a porta e mandou que Raquel entrasse, enquanto colocava a chave de volta ao local de tirara. Pediu que tomasse cuidado para não acordar o seu Pai que naquele horário deveria estar dormindo profundamente. Raquel começou a entrar na casa, ouve-se dois tiros. Raquel caiu para traz, um homem pulou pela janela da casa saindo para a rua e correu madrugada adentro. O taxista saiu do veículo a fim de ajudar e carregou Raquel, desfalecida, para dentro da casa enquanto Elangela chorava em desespero. Dentro da casa, o taxista e Elangela, puderam ver o corpo do Pai dela caído na sala. Elangela desmaiou.
O sol tomava a manhã. A chuva da madrugada deixara a sua marca derrubando árvores, alagando ruas, deixando várias famílias desabrigadas. Elangela estava sentada em uma sala na Delegacia. Vestira uma calça comprida e uma blusa que chegara até a altura de seus quadris. Distraída deixara de colocar um sutiã, ficando então seus seios, inadvertidamente, erguidos pela própria gravidade e sua jovialidade, chamando a atenção de quem passava.
As informações ia-lhe chegando como a uma avalanche de más notícias. Raquel estava em coma em um hospital particular. Os tiros que lhe acertaram romperam órgãos. Os médicos induziram o coma para melhor acompanhar o tratamento. A imagem de seu Pai, morto, atirado no chão frio da sala mergulhado em uma poça de sangue a perturbava. O prédio, de propriedade da família, estava interditado e o acidente configurava-se como crime, considerando que antes da queda do teto houvera uma explosão causada por dinamite. Todos os acontecimentos ainda não tinham uma explicação.
Na Delegacia chega um primo de Elangela, Bruno. Ao observá-la sentada em uma sala sua face corou, sua testa começou a enrugar e suar em gotas. Pegou um lenço e enxugou o seu rosto. Virou-se e saiu lentamente da Delegacia. Um jovem policial, observando o ocorrido, o seguiu pela cidade.
- Ela está viva! - Falava Bruno ao telefone.
- Não! Eu a matei.
- Ela está na Delegacia, e é a única herdeira. Não poderei por as mãos na propriedade com ela viva. Tudo deverá ser demolido para a construção de um Shopping! Termine o serviço!
- Vou tentar.
- Se não conseguir nada de dinheiro.
Cinco horas se passaram até o momento que Elangela conseguisse sair da Delegacia. Depois de percorrer a cidade chegou até o hospital onde Raquel se encontrava em coma. Chegando até o quarto o seu olhar se voltou para a sua vizinha que mantinha um tubo em sua garganta, uma máscara de oxigênio em seu rosto e vários aparelhos ligados ao seu corpo conectados a máquinas para garantir a sua vida. Entristecida, lentamente caminhou para próximo à cama. Se sentou em uma cadeira própria para visitas e começou a rezar.
Frente ao hospital um homem entra sem se identificar. Procura um banheiro, adentra em um reservado e começa a trocar de roupa. Vestido como a um médico caminha até chegar à porta do quarto de Raquel. Pega uma arma, com um silenciador acoplado, aponta para Elangela e começa a entrar lentamente. É realizado um disparo.
O sangue se espalhou pelo quarto. Pedaços de cérebro se juntara à roupas brancas de pacientes. Elangela olhava assustada para a arma ainda fumegante de Rogério que com um simples aceno de cabeça informava que tudo dera certo - Desconfiado das atitudes de Bruno, Rogério (jovem policial) o seguira. Considerando que Raquel usara o roupão de Elangela, poderia ser ela o verdadeiro alvo. Por precaução resolveu vigiar seus passos - . Pelo rádio foi disseminado um alerta contra Bruno. Deveria ser detido a fim de responder sobre os fatos ocorridos.
Tranquilamente Bruno se aproxima de sua casa. Observa que várias viaturas da polícia estacionara frente a sua residência. Fez o retorno e voltou pelo mesmo caminho que chegara. Conduziu o seu carro até entrar na rodovia interestadual. Seu corpo tremia, seu olhos giravam desorientados, o velocímetro marcava 200 km. Procurou esticar os braços até o banco de trás. Uma forma arredondada, que tocara, o assustou. Olhou pelo espelho retrovisor e a imagem refletida causou-lhe uma forte pressão no coração. A sua respiração começou a oscilar. O carro rodopiou na estrada, capotou, bateu na mureta e se perdeu em chamas no meio da rodovia.
Um mês se passara
O carro de Elangela chega ao hospital. Ela pôde ver Raquel sendo levada de cadeira de rodas para fora, se levantar e começar a caminhar. Um belo sorriso abriu-se na face de ambas. Levantando da cadeira, caminhando lentamente se aproximou do carro enquanto sua amiga descia, corria e dava-lhe um caloroso abraço. As amigas entraram no veículo e partiram em direção a casa do falecido Pai de Elangela.
Estacionando frente a residência, desceram e caminharam até a porta de entrada. Cansada, mas recuperada dos tiros, Raquel pediu para que Elangela entrasse enquanto apreciava o movimento da rua, o belo sol que tomava aquela tarde de terça-feira. Elangela entrou e Raquel caminhou até a beira da rua. Um carro desgovernado subiu na calçada e jogou Raquel a metros de distância. Sua cabeça bateu no chão espatifando-se. Lentamente seu olhar foi se perdendo enquanto várias pessoas a cercavam. A vida saiu de seu corpo.
Raquel olhava apavorada a multidão cercando uma pessoa que sangrava na calçada. Suas mãos frias chegava-lhe ao rosto. Faltava-lhe entendimento sobre o que ocorria. Elangela chorava compulsivamente frente à porta de sua casa. Uma mão toca-lhe o ombro chamando a sua atenção. A voz que escutara na noite do acidente em seu apartamento chega-lhe ao ouvido:
- Acabou. - Raquel olha para trás assustada.
- Mas o Sr. Está morto!
- Verdade e quanto a você, eu apenas consegui adiar a sua morte.
- E o que você faz aqui?
- Apenas ajudando a quem me ajudou.
Fim...
No quarto de pequenas dimensões, uma penteadeira chamava a atenção. Um grande espelho refletia a vaidade da bela que se preparava todos os dias à sua frente para sair, dando ênfase a sua necessidade de se manter majestosa.
No meio da madrugada o som do telefone invade o quarto, levando Raquel a se levantar e procurá-lo em sua cômoda. Enrolando-se em seu cobertor - na intenção de proteger o seu corpo desnudo - chega próxima ao telefone, atende e do outro lado da linha uma voz rouca, de difícil entendimento sussurra : - Saía agora!
Um calafrio percorre o seu corpo. O cobertor se solta de suas mãos desvendando a sua nudez, deixando suas belas linhas juntarem-se as imagens desfocadas de seu quarto. Um estranho som, vindo do lado de fora da janela, a leva a correr pelos corredores de seu apartamento até chegar junto à porta da sala. Um estrondo, como a uma explosão, toma conta da noite. Um tremor a induz a abrir a porta de seu apartamento, enquanto seus olhos, profundamente assustados, observa o teto de seu apartamento lentamente se rachar e nas frestas começar a cair uma grande quantidade de água. Ela sai de seu apartamento.
Correndo nua pelo corredor do andar onde ficava seu apartamento, seu desespero foi interrompido por uma mão que a segurou e colocou-lhe um roupão (saída de banho) em seu corpo. Olhando para o lado ela pôde observar sua vizinha, que também corria para fora do prédio, usando uma pequena camisola que estava coberta pelo roupão com uma pequena etiqueta com o nome Elangela, que agora cobria a sua nudez. As meninas chegaram do lado de fora do prédio. A chuva tomava a madrugada, as luzes da tempestade iluminava a noite em pequenos intervalos. Abraçadas, tentando se proteger do frio através do calor de seus corpos, puderam olhar atentamente para o apartamento e tomar conhecimento da tragédia que ocorrera.
A chuva encharcara o teto do prédio. A estrutura desgastada pelo tempo cedeu e desmoronou sobre o apartamento de Raquel que por poucos segundos conseguira sair ilesa. Abraçada a sua vizinha escutava os bombeiros a informar que, provavelmente, todo o prédio ficaria interditado. Mas em sua mente não saia o som de uma voz rouca que a fez ganhar os minutos que salvou a sua vida, "Saía Agora!".
A rua estava tomada por policiais e bombeiros. A defesa civil fora acionada. Elangela e Raquel estavam sentadas em um pequeno banco sendo entrevistadas por policiais. Raquel chorava compulsivamente, Elangela, também abatida, falava-lhe que ambas deveriam seguir para a casa de seu Pai. Elas se levantaram para pegar um táxi no instante em que um homem passou à frente de ambas olhando atentamente para seus rostos e corpos. Mais assustadas, decorrente dos olhos que as observavam, entraram em um táxi e seguiram para a casa do Pai de Elangela.
O frio da madrugada tomava o corpo das meninas. Molhadas, assustadas, desceram frente a casa do Pai de Elangela. Avisaram ao motorista que entrariam na casa para pegar o dinheiro da corrida. Elangela pegou uma chave que ficava escondida debaixo de um vaso de flores frente à porta de entrada da casa de seu Pai. Abriu a porta e mandou que Raquel entrasse, enquanto colocava a chave de volta ao local de tirara. Pediu que tomasse cuidado para não acordar o seu Pai que naquele horário deveria estar dormindo profundamente. Raquel começou a entrar na casa, ouve-se dois tiros. Raquel caiu para traz, um homem pulou pela janela da casa saindo para a rua e correu madrugada adentro. O taxista saiu do veículo a fim de ajudar e carregou Raquel, desfalecida, para dentro da casa enquanto Elangela chorava em desespero. Dentro da casa, o taxista e Elangela, puderam ver o corpo do Pai dela caído na sala. Elangela desmaiou.
O sol tomava a manhã. A chuva da madrugada deixara a sua marca derrubando árvores, alagando ruas, deixando várias famílias desabrigadas. Elangela estava sentada em uma sala na Delegacia. Vestira uma calça comprida e uma blusa que chegara até a altura de seus quadris. Distraída deixara de colocar um sutiã, ficando então seus seios, inadvertidamente, erguidos pela própria gravidade e sua jovialidade, chamando a atenção de quem passava.
As informações ia-lhe chegando como a uma avalanche de más notícias. Raquel estava em coma em um hospital particular. Os tiros que lhe acertaram romperam órgãos. Os médicos induziram o coma para melhor acompanhar o tratamento. A imagem de seu Pai, morto, atirado no chão frio da sala mergulhado em uma poça de sangue a perturbava. O prédio, de propriedade da família, estava interditado e o acidente configurava-se como crime, considerando que antes da queda do teto houvera uma explosão causada por dinamite. Todos os acontecimentos ainda não tinham uma explicação.
Na Delegacia chega um primo de Elangela, Bruno. Ao observá-la sentada em uma sala sua face corou, sua testa começou a enrugar e suar em gotas. Pegou um lenço e enxugou o seu rosto. Virou-se e saiu lentamente da Delegacia. Um jovem policial, observando o ocorrido, o seguiu pela cidade.
- Ela está viva! - Falava Bruno ao telefone.
- Não! Eu a matei.
- Ela está na Delegacia, e é a única herdeira. Não poderei por as mãos na propriedade com ela viva. Tudo deverá ser demolido para a construção de um Shopping! Termine o serviço!
- Vou tentar.
- Se não conseguir nada de dinheiro.
Cinco horas se passaram até o momento que Elangela conseguisse sair da Delegacia. Depois de percorrer a cidade chegou até o hospital onde Raquel se encontrava em coma. Chegando até o quarto o seu olhar se voltou para a sua vizinha que mantinha um tubo em sua garganta, uma máscara de oxigênio em seu rosto e vários aparelhos ligados ao seu corpo conectados a máquinas para garantir a sua vida. Entristecida, lentamente caminhou para próximo à cama. Se sentou em uma cadeira própria para visitas e começou a rezar.
Frente ao hospital um homem entra sem se identificar. Procura um banheiro, adentra em um reservado e começa a trocar de roupa. Vestido como a um médico caminha até chegar à porta do quarto de Raquel. Pega uma arma, com um silenciador acoplado, aponta para Elangela e começa a entrar lentamente. É realizado um disparo.
O sangue se espalhou pelo quarto. Pedaços de cérebro se juntara à roupas brancas de pacientes. Elangela olhava assustada para a arma ainda fumegante de Rogério que com um simples aceno de cabeça informava que tudo dera certo - Desconfiado das atitudes de Bruno, Rogério (jovem policial) o seguira. Considerando que Raquel usara o roupão de Elangela, poderia ser ela o verdadeiro alvo. Por precaução resolveu vigiar seus passos - . Pelo rádio foi disseminado um alerta contra Bruno. Deveria ser detido a fim de responder sobre os fatos ocorridos.
Tranquilamente Bruno se aproxima de sua casa. Observa que várias viaturas da polícia estacionara frente a sua residência. Fez o retorno e voltou pelo mesmo caminho que chegara. Conduziu o seu carro até entrar na rodovia interestadual. Seu corpo tremia, seu olhos giravam desorientados, o velocímetro marcava 200 km. Procurou esticar os braços até o banco de trás. Uma forma arredondada, que tocara, o assustou. Olhou pelo espelho retrovisor e a imagem refletida causou-lhe uma forte pressão no coração. A sua respiração começou a oscilar. O carro rodopiou na estrada, capotou, bateu na mureta e se perdeu em chamas no meio da rodovia.
Um mês se passara
O carro de Elangela chega ao hospital. Ela pôde ver Raquel sendo levada de cadeira de rodas para fora, se levantar e começar a caminhar. Um belo sorriso abriu-se na face de ambas. Levantando da cadeira, caminhando lentamente se aproximou do carro enquanto sua amiga descia, corria e dava-lhe um caloroso abraço. As amigas entraram no veículo e partiram em direção a casa do falecido Pai de Elangela.
Estacionando frente a residência, desceram e caminharam até a porta de entrada. Cansada, mas recuperada dos tiros, Raquel pediu para que Elangela entrasse enquanto apreciava o movimento da rua, o belo sol que tomava aquela tarde de terça-feira. Elangela entrou e Raquel caminhou até a beira da rua. Um carro desgovernado subiu na calçada e jogou Raquel a metros de distância. Sua cabeça bateu no chão espatifando-se. Lentamente seu olhar foi se perdendo enquanto várias pessoas a cercavam. A vida saiu de seu corpo.
Raquel olhava apavorada a multidão cercando uma pessoa que sangrava na calçada. Suas mãos frias chegava-lhe ao rosto. Faltava-lhe entendimento sobre o que ocorria. Elangela chorava compulsivamente frente à porta de sua casa. Uma mão toca-lhe o ombro chamando a sua atenção. A voz que escutara na noite do acidente em seu apartamento chega-lhe ao ouvido:
- Acabou. - Raquel olha para trás assustada.
- Mas o Sr. Está morto!
- Verdade e quanto a você, eu apenas consegui adiar a sua morte.
- E o que você faz aqui?
- Apenas ajudando a quem me ajudou.
Fim...