Supernatural - Cap. 1
SUPERNATURAL - CLAP YOUR HAND IF YOU BELIEVE
CAPÍTULO UM: A VERDADE ESTÁ LÁ FORA
Algumas semanas depois...
– Estou aqui porque acredito que Elwood, Indiana se tornou um centro de atividades extraterrestres – disse um dos moradores de Elwood sobre os desaparecimentos repentinos e sem explicação da cidade.
– Teve essa luz. E então Patrick desapareceu – explicou Claire aos jornalistas algumas semanas depois do desaparecimento de seu namorado. Mesmo depois de contatar a polícia, Patrick continuava desaparecido.
– Tudo isso está acontecendo, sabe? Quero dizer, essas entidades vieram para ajudar a levar a humanidade para um nível melhor – disse uma ruiva hippie da cidade ao ser entrevistada.
– Meu nome é Weyne Whitaker Junior – O morador, que era um especialista em atividades extraterrestres e acreditava que Elwood se tornara um centro de atividades extraterrestres, continuou seu relato aos jornalistas. – Eu mesmo gravei dezenas de depoimentos de testemunhas oculares. Estranhas luzes no céu. Presenças misteriosas tentando entrar em contato.
– Desde que essa palhaçada começou aqui na cidade, ninguém parece perceber que temos quatro casos de pessoas desaparecidas em aberto. Meus amigos perderam pessoas queridas – desabafou o xerife da cidade parecendo aborrecido com todo o boato de extraterrestres que se espalhou pela cidade.
– O que aconteceu com ele? – perguntou Claire exasperada aos jornalistas como se eles tivessem a resposta. Ela sabia que havia algo terrivelmente errado no milharal. Aquela luz estranha, os círculos. Ela arregalou os olhos azuis, nervosa. – Algo o pegou! Eu sei disso!
– Estamos no meio do que nós, especialistas, costumamos chamar de “Surto OVNI” – continuou o especialista em E.Ts dando um enorme sorriso. Os olhos brilhando. – E eu estou mais feliz do que pinto no lixo.
– Posso garantir que não tem nada a ver com OVNIs, ou homenzinhos verdes, nem extraterrestres ou o que seja – prosseguiu o xerife ajeitando seu chapéu e coçando a cabeça.
– É claro que não são OVNI’s – disse uma senhora sorridente. – São fadas!
– Fadas? – repetiu Dean, o falso jornalista. A senhora fez que sim olhando para ele de forma tão profunda que ele começou a se sentir constrangido. – Tá certo. Obrigado pelas suas informações.
Ele se virou pronto para ir embora daquela loucura. Entrevistara cinco pessoas e nenhuma lhes dera uma informação útil. Três afirmando aquela baboseira de OVNIs e extraterrestres, um xerife que não fazia ideia do que causara os desaparecimentos, embora também não acreditasse na história dos ETs, e uma senhora que era claramente pirada acreditando em fadas. É claro que a senhora passara do limite da bizarrice, mas não perderia tempo discutindo com uma senhora. Seu irmão por outro lado parecia pensar diferente.
– Discos voadores não é loucura o bastante para você? – perguntou Sam, o outro falso jornalista, com o caderninho de anotações na mão. Ele olhava para a senhora com as sobrancelhas erguidas acusadoramente como se deixasse claro que a achava maluca.
A senhora olhou para Sam ofendida.
– Para qual jornal você disse que trabalha?
Dean deu meia volta olhando de seu irmão para a senhora, momentaneamente sem reação e surpreso pelo modo rude como seu irmão estava tratando à senhora. Sam fechou o caderninho e encarou a senhora.
– Se você quer colocar glitter na cola que cheira está bem, mas não tente despejar sua doideira em cima de nós – disse ele ignorando a expressão alarmada e ofendida da senhora. – Não vamos cair nessa.
– Bem, já terminamos – interrompeu Dean, antes que Sam dissesse mais alguma idiotice que os complicasse, ele lhe puxou pelo braço tentando levá-lo para fora dali o quanto antes.
– O que está te faltando são duas dúzias de gatos – comentou Sam enquanto Dean o arrastava dali.
– É um problema de açúcar no sangue – explicou Dean para a senhora que permaneceu ali olhando para eles ofendida. – Minhas desculpas.
Eles começaram a andar afastando-se da senhora das fadas.
– O que foi? – perguntou Sam sem entender.
– O que foi?! – repetiu Dean. – Você ainda pergunta?
Ele olhou para seu irmão e percebeu que ele estava realmente confuso. Dean balançou a cabeça lembrando-se do motivo. O preço a pagar para ter seu irmão de volta sem a alma estava sendo maior e mais complicado do que ele esperava. Definitivamente eles precisavam pegar a alma do Sammy de volta o quanto antes possível, pois estava cada vez mais difícil conviver com aquele Sam.
– É, tá certo – resmungou ele. – Você ainda tem que perguntar.
– Olhe me desculpe, mas isso é uma brincadeira, certo? – perguntou Sam. – Não vamos levar essa droga de OVNIs a sério.
– Cara, o ET é feito de borracha, todo mundo sabe disso – concordou Dean. – Mas existem quatro desaparecimentos nessa cidade. Algo está acontecendo. E Sam, a propósito... Não é culpa dela se está tomando uma droga ruim.
– E então?
Dean balançou a cabeça, desanimado.
– Compaixão, cara. Compaixão – disse ele tentando explicar da melhor maneira possível. Lembrou-se de como Sammy costumava ser. Queria que esse Sam lembrasse também, que voltasse a ser seu velho e sensível irmão mais novo de sempre. – O antigo Sam faria um olhar fofo e lacrimoso.
– O antigo Sam tinha uma alma – esclareceu Sam ainda parecendo confuso com aquela conversa. – Era uma alma, que seja.
Eles atravessaram a rua.
– Certo – concordou Dean pensando sobre isso. – Sim, e... E você não tem. Ou é, que seja.
– Certo – Ambos concordaram.
Eles prosseguiram pela rua, enquanto carros e pedestres passavam por ali como um plano de fundo sem importância. Dean ainda se sentia incomodado com aquele novo jeito de Sam.
– Você não se importa – Ele comentou, embora tenha soado mais como uma acusação.
– Bem...
– Você tem que se importar – insistiu Dean.
– Com o quê, exatamente?
– Com tudo, cara. Com... O fato de ser humano, ao menos.
Sam suspirou cansado daquela conversa.
– Olhe Dean, obviamente você se importa e muito. Isso é ótimo. Mas não posso me importar... – Ele não sabia como se expressar melhor, como explicar o que seu irmão não compreendia. – Não posso me importar... Você sabe? O que posso fazer? Fingir?
Ele fez uma careta de encenação para Dean. Este revirou os olhos, mas fez sinal de OK com as mãos balançando a cabeça.
– Sim, perfeitamente. Finja. Finja até o fim.
Eles atravessaram a rua novamente e caminharam até o Impala preto estacionado ali perto.
– Você quer que eu seja completamente honesto – disse Sam, lembrando-se de momentos anteriores onde Dean lhe cobrara total honestidade. Agora não compreendia porque seu irmão estava nessa de fingimentos.
– Você quer virar um menino de verdade, Pinóquio? – zombou Dean. – Tem que vestir a camisa.
Ele parou na porta do carro, enquanto Sam parecia exaltado.
– Eu estava fingindo Dean – protestou ele apoiando-se no carro. – Desde que voltamos pra estrada. Eu ficava escolhendo as palavras a dedo. É cansativo.
Dean estava perdendo a paciência com aquele Sam.
– Tá certo – disse ele. – Mas até você pegar a sua alma, eu serei a sua consciência, certo?
Sam trocou o peso dos pés. Olhou para Dean de olhos semicerrados.
– Então você está dizendo que vai ser meu Grilo Falante?
– Cale a boca – respondeu Dean abrindo a porta do carro. – Mas é isso aí, “marionete”. É exatamente o que estou dizendo.
Ele entrou no carro, deixando Sam absorver a conversa. Este suspirou e entrou logo em seguida. Dean ligou o motor do carro e eles seguiram pela rua. Aquela conversa podia ficar para depois, no momento eles precisavam checar os misteriosos desaparecimentos que rondavam a cidade de Elwood, afinal esse era o seu trabalho, salvar pessoas, caçar coisas, o negócio da família Winchester. E definitivamente OVNIs e fadas não eram suas principais opções.
**(Só pra deixar claro mais uma vez que é uma Fanfic da série Supernatural, episódio 9 da 6ª temporada... Então todos os direitos são dos criadores originais).