Suspiros da Alma
Em uma noite fria, nenhum feixe de luz havia em meu quarto. Acordei assustado ouvindo alguém sussurrar ao meu ouvido, uma voz que não conhecia. Levantei em um pulo, acendi a luz e ninguém estava lá - Será que foi apenas um sonho? - Pensei comigo mesmo.
Voltei a dormir tranquilamente e pela manhã
tive a certeza que havia sido apenas um sonho. Dias se passaram, minhas noites eram tranquilas e já não me lembrava do acontecido. Foi quando tudo mudou.
Em um sábado, ainda cedo, um sono insolúvel caiu sobre mim, como um quase desmaio, deitei-me e então, como se houvesse passado horas, após alguns minutos novamente aquela voz desconhecida despertou-me, mas agora, bem mais audível.
Um arrepio intenso tomou conta de meu corpo, senti todos os meus músculos tremerem, meu coração estava acelerado. Encolhi-me na cama. Com meus olhos totalmente abertos, pensei - Não pode ser um sonho, estou acordado. Belisquei o meu braço duas ou três vezes para ter a certeza que aquilo era real e era.
Procurei então acalmar-me e tentar entender a causa daquela experiência no mínimo estranha. Aquela voz não se calava um instante sequer, mas meu medo impedia-me de entender o que me dizia. Decidi então iniciar um diálogo:
- Quem é você e o que queres?
- Sou alguém que te conhece melhor que você mesmo.
- Mas o que queres de mim?
- Nada.
- Como assim nada, por que me acordas no meio da noite falando ao meu ouvido?
- Não fui eu que te acordei, sempre estive aqui, mas você não havia me notado.
- Mas porque só agora eu teria lhe notado, quem é você?
- Me notastes agora, pois buscastes dentro se si respostas e Eu, bom - Eu sou você. O que estás ouvindo agora não são palavras e sim os suspiros de sua própria alma, onde conseguistes entender por conta de sua imersão dentro do seu próprio ser.
A partir daquela afirmativa, emudeci-me.
Como uma estátua, durante alguns longos segundos permaneci.
A voz ou os suspiros de minha alma silenciaram, despertei de um estado semelhante a um transe, passei algum tempo ainda refletindo sobre aquele rápido diálogo, o qual posso chamar até de um monólogo.
Deparei-me com respostas de antigas perguntas e entendi que ao invés de buscar soluções nas coisas ou pessoas, para as indagações que surgem com o passar dos anos, posso encontra-las sutilmente, bastando apenas ouvir os suspiros da alma.
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