Planeta Bomba

Beirute 1:45 da manhã, lá fora se ouve um trovão, a capital parece endoidecida,.Não, não, não vou contar aqui mais uma dessas estórias tenebrosa onde o terror se estampa em todas as primeiras páginas dos vespertinos ,nas bancas do planeta Bomba. Prefiro descrever o vôo de uma borboleta em que soluçando desconserta a arte de seu temível predador.

Posso também dispor desse meu tempo de contemplação ,para ver realizado o sonho necessário, do alimentar de néctar, mais um raro beija-flor, e se assim meu proceder ,se alongar por tempo indefinido ,na certa eu vou concluir a minha historia muito leve o que contrario, não teria sido.

Ela me apareceu numa manhã qualquer ,não sou mesmo de fixar datas na memória,porem de detalhar minuciosamente palavras trajes comportamentos em fim tudo,opa ! tudo não ,as datas eu não sou capaz,mas voltamos ;estava ela deslumbrantemente ,num verde esmeralda ,sapatos a combinar com o tom de sua vestes, me lembro muito bem de seus cabelos tão sensual por sobre os ombros, a deslizar no vento como num convite às caricias de meus dedos em comprimento, e com um olhar provocador ,aqueles que estonteia a gente ,me disse um oi como quem diz, vamos,e eu inebriado ao teu perfume ,dei minhas mãos num comprimento bem formal.

Dalila o nome dela bem me lembro,e aquele perguntar ,como está ? mesmo que o olhar vê tudo bem ,saiu de forma nada natural ,deixei cair de mim a intenção ,e ela notou aquele meu olhar sem direção,foi logo me perguntando se eu era o homem do recado deixado em sua secretaria eletrônica , eu disse ,sim ,sem dúvida,e a frase veio, então vamos.

Passava por esse momento um pipoqueiro ,daqueles que só se via nas pracinhas de interior

Onde em coretos tocavam valsas e os casais giravam em círculos ,mais parecendo um carrossel .Bem naturalmente fiz menção em auxiliá-la com uma valise que pelo curvar do ombro esquerdo,me parecia de um peso incomodo,mais que prontamente aceitou meus préstimos,agradecendo de maneira elegante entregou-me a valise mesmo que num desconforto tendo ela que desvencilhar do algemado punho.Achei estranho porem ,ela confiar tão preciosa carga ,em um recado de secretaria eletrônica,somente com uma exigência pouco estranha para um até então desconhecido,solicitando que á acompanhasse em um lan house,

Pois teria que transferir dados confidencias o mais urgente possível,.

Confesso que a partir daquele momento ,senti que algo muito serio estava por acontecer,e meu sexto sentido me desestabilizava emocionalmente de uma maneira muito estranha.

Comecei a pensar seriamente no conteúdo daquela agora minha algemada valise, perguntei então se a posse da chave ficaria comigo e ela me disse num tom lacônico”não há chave,você receberá instruções pela sua secretaria eletrônica” .Lan house a dentro ela começa e digitar freneticamente e em códigos que me era totalmente desconhecido,que de nada me valeu ficar por sobre seu dorso esticando ao Maximo meu poder de visão,ao passo que tamanha sua certeza de que eu leigo ,não sentia incomodo algum com minha presença no mínimo deselegante.

Concluído sua mensagem,deletou com senhas onde um vírus mortal entrou na rede apagando todos os comandos dos últimos seis minutos ,coisa que seu tempo de rede tenha sido exato três minutos e quarenta e quatro segundo ,um tempo mais que necessário para não deixar nenhum vestígio de sua estada no referido terminal .

Tudo era loucura ,parecia aqueles filme de K G B e C I A.

Sinistramente como chegou ,a aquela silhueta,que agora já não ,me era tão deslumbrantemente encantadora ,desapareceu ,ainda esvoaçando ao vento aquela linda cabeleira.

O que me ocorreu naquele instante foi mais que depressa regressar ao meu aparte - hotel

Para então me ocupar da secretaria eletrônica, e ver se o enigma que se formara, teria o sentido esperado ou seja,respostas à tantas interrogações que fervilhava em minha mente.

Mas nada ,nenhum recado ,se, quer de ligações corriqueiras , que dirá do que me aprisionara aquela agora maldita valise.

O que fazer,? se não esperar e esperar o tilintar da campainhas do bendito Granbell,

Sair a rua com o adorno indesejado ,nem pensar,pois lembre-se era de um peso considerável , Preso pela curiosidade, em um desatino que me alucinava,bati com a mão no bolso desesperado tomei consciência de que me restava apenas um cigarro ,não me dei conta que compulsivamente havia consumido tanto em tão pouco tempo.

Tratei de requisitar a um dos serviçais que me trouxesse dois maços desses longos,pois o dia ia ser interminável e com café seria meu único alimento.

As horas iam se passando e nada do telefone tocar ,e minha agonia cada vez mais me consumindo,de repente,eis que aquele silencio mórbido foi quebrado,se quer esperei que a secretaria eletrônica fosse ativada de salto retirei do gancho o punho do telefone.Alo,gritei,porem do outro lado da linha ninguém me respondeu,talvez querendo conferir quem teria atendido o telefone ,insistido perguntei ,--quem está ai ?responda? e foi o suficiente para eu ouvir aquele tom de ocupado,tom, tom, tom, tom, tom, não sei como não arremessei longe o aparelho.Respirei fundo e contei até dez e novamente o telefone tocou ,agora eu suavemente atendi ,-alô ,por gentileza gostaria de falar com quem? E só então uma voz um tanto misteriosa me fez ouvir -.Primeira parte concluída , a valise já está contigo, agora é só se dirigir ao aeroporto, e lá encontrará alguém trajando um terno cinza escuro e um chapéu panamá da mesma cor, que lhe entregara passa-portes e passagens ,seu vôo está previsto para as vinte e três e cinco , por tanto trate de se apreçar ... Mas, interrompi, e a valise?o que é que tem dentro? e como retirar do punho ,para a revista? ,e a voz nu tom de arbitrariedade me responde –( O homem de terno cinza ) , e desligou.Olhei no meu rolex .

Imitação barata , eis que nove e trinta, por tanto ,nada me veio a cabeça se não a valise,ou iria ao aeroporto ou tentava desvencilhar daquele que já me fizera prisioneiro no aeroporto.

Mais sensato,não sei porque me ocorreu naquele instante uma duvida ,seria mesmo Dalila o nome daquela mulher ? e porque eu não resistia com avidez aquela situação,algo me atraia e eu não conseguia vencer ;Troquei apenas de calças e sapatos pois camisa não tinha como uma vez que a valise não deixara ,segui para o aeroporto em um carro que já estava à minha espera frente ao Hotel ,e sem que o motorista fizesse nenhuma menção quanto a

Bagagens.

Finalmente ,Galeão ,não foi difícil avistar o tal senhor de terno cinza pois sua estatura de jogador de basquete ,deixava à vista seu Panamá de mesma cor.

Óculos escuro o que não me causou surpresa alguma ,se aproximou ...e como um fleche

Estava eu acordando em Beirute 1:45 da madrugada sem valise alguma ,numa capital endoidecida,e sem nunca ter conhecido o conteúdo da misteriosa valise .

Talmeida

23 / 05 / 06

Talmeida
Enviado por Talmeida em 28/04/2007
Código do texto: T467437
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