O passeio de bicicleta

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A primavera era a estação que deixava a linda Szentendre ainda mais charmosa. As flores já brotadas nas árvores e as mesas dos restaurantes ao ar livre indicavam que o frio intenso do inverno já tinha ido embora. As pessoas nas ruas agora andavam mais alegres, passeando com suas famílias a beira do rio Danúbio aproveitando aquele ensolarada manhã de junho. Szentendre é uma cidade húngara, cerca de 20 quilômetros da capital Budapeste, que atrai muitos turistas com seus pequenos labirintos no meio de suas construções barrocas. Muitos também aproveitam para pedalar, fazendo um trecho Budapest-Szentendre atravessando pequenas florestas e rodovias. Carolina também teve essa ideia, porém não esperava o que fosse acontecer.

Carolina era brasileira, nascida e criada em Passo Fundo, no estado do Rio Grande do Sul. Já morava em Budapeste há 2 anos, mas ainda não tinha tido a oportunidade de fazer esse passeio de bicicleta, muito insistido pelos seus amigos. O clima era bom e iria acompanhada de duas outras amigas, Sandra, uma sueca que era sua colega de trabalho e Maria, uma mexicana com quem havia dividido o apartamento logo que chegara a cidade. As três iriam se encontrar às 10h em frente ao Parlamento húngaro, que é uma das construções mais bonitas do continente europeu. Quando estava prestes a sair de casa, recebeu uma ligação de sua mãe:

- Carol? É a mãe, tudo bem?

- Oi mãe, tudo sim. Estava saindo agora mesmo, mas o que está fazendo acordada a essa hora? Está tudo bem? – Perguntou Carolina preocupada.

- Sim, está tudo bem. Eu acordei porque tive um sonho e não consegui voltar a dormir então resolvi te ligar.

- E o que sonhou?

- Sonhei que eu estava aí na Hungria, porém eu não te encontrava em lugar algum. Queria te visitar, mas tu não estava em casa e nem no trabalho. Andando pela cidade, uma senhora me parou na rua e me disse alguma palavra de outro idioma, talvez fosse húngaro, me mostrava uma casa azul em uma foto, como se desse a entender que tu estaria lá.

- Que sonho estranho mãe! Será que serei sequestrada? – Disse Carolina rindo.

- Espero que não! Achei que tu gostaria de ficar sabendo.

- Obrigada, mãe. Agora volta a dormir, é muito cedo aí no Brasil. Vou desligar, estou indo pedalar até Szentendre, vou encontrar a Sandra e a Maria, beijos, depois nos falamos melhor.

Assim que desligou o telefone, pegou sua bicicleta e foi ao encontro das duas amigas. Já lhe estavam esperando. Sandra e Maria foram as primeiras amigas de Carolina em Budapeste, eram quase inseparáveis. Sandra era loira e alta, típica mulher nórdica já Maria baixa e de pele morena, típica latina americana, as duas já se conheciam antes de conhecerem Carolina, haviam estudado juntas em Munique, o destino ou coincidência às pôs juntas em Budapeste:

- Então, pronta para ir? – Perguntou Sandra

- Claro, só espero não morrer de cansaço no meio do caminho – Disse Carolina

- Tu, tranquila. O caminho é muito bonito, podemos ir parando, sentamos em algum bar, tiramos algumas fotos. Já fiz o caminho duas vezes, não é tão cansativo – Disse Maria, como sempre alegre

Assim, começaram a pedalar. Maria que era mais experiente ia guiando as estreantes. Haviam outros ciclistas logo a frente, provavelmente indo também até lá. Carolina que não tinha um hábito regular com a bicicleta, sentia que não iria ser uma tarefa fácil, mal haviam começado e já estava cansada. Ao mesmo tempo que se concentrava para não se descuidar, pensava no sonho de sua mãe. Não era uma pessoa supersticiosa e quando sonhava não dava muita importância, mas por alguma razão não conseguia tirar da cabeça aquela imagem de sua mãe a procurando. Uma vez lhe haviam dito que os sonhos são lembranças, desejos em forma de fantasia de algo que esquecemos um dia ter acontecido, mas esse não era o momento para pensar nisso, um deslize de foco no caminho poderia lhe trazer problemas.

Já haviam saído de Budapeste, nesse momento se encontravam em um trecho difícil de pedalar. Eram puras pedras e areia, o sol já escaldava em suas cabeças e os corpos pediam uma parada para se reidratar. Pararam logo que viram um bar. Era um barco-bar, flutuava sobre aquele trecho estreito do Danúbio. É um local onde muitos ciclistas costumam parar, havia diversas bicicletas encostadas, mais do que havia pessoas no estabelecimento. Era um barco pequeno e velho, que aparentava nunca ter saído daquele local, a tinta já estava toda descascada, era praticamente um barco incolor, porém o nome da embarcação estava bem grifado, Remény, que significa esperança segundo Sandra.

Entrando no bar sentaram-se em uma das mesas vazias que ali se encontravam, quando veio uma garçonete com um sorriso no rosto lhes atender:

- Bom dia garotas. O que gostariam de pedir?

- Nos poderia trazer três garrafas de água, duas com gás e uma sem gás? – Disse Sandra.

- Claro que sim, algo mais?

- Na verdade sim. Porque o barco se chama esperança? – Perguntou Maria curiosa.

- Esse barco foi construído na primeira guerra mundial, na verdade ele é apenas parte do que restou de um grande barco turístico que foi derrubado pelos Russos. Meu avô tomou posse dessa parte e a reformou. Como nosso país sofreu muito na formação de nossa história, meu avô deu o nome de Remény, esperança, acreditando em uma Hungria livre e melhor.

- Uau, que demais! Me sinto honrada em aqui estar. – disse Maria admirada do que acabara de ouvir.

- Meu avô era uma pessoa maravilhosa. Apesar de ver seus pais serem torturados e passar por humilhações durante as guerras, tinha uma alegria tremenda dentro de si, dizia sempre: “As pessoas lhe vão tratar mal alguma vez na vida, mas tu tratar a ti mal, isso é inadmissível. O ódio é o pior dos sentimentos, pois lhe dá a uma sensação boa sobre uma causa ruim.” – disse a garçonete em tom reflexivo. Logo virou-se, para buscar o que lhe haviam pedido.

Carolina não se deixava impressionar muito por essas histórias, não era uma pessoa tão sentimental como Maria. Inclusive, esse era o motivo frequente de desentendimentos entre as duas. Maria constantemente dizia que Carolina não era latina americana, pois não se deixava envolver pelas emoções, indicava que ela precisava se soltar mais para aproveitar a sua vida melhor.

Tomaram a água, se despediram da garçonete e continuaram o seu caminho que tinha passado da metade. Agora, mais relaxada Carolina sentia-se a vontade e feliz por ter tido a ideia de fazer esse passeio, que para ela era quase uma vitória se pudera completa-lo. Esse sentimento de satisfação pessoal deu lugar a um sentimento de angústia com calafrios quando viu a sua frente Maria apagar e chocar-se contra uma árvore. Imediatamente Carolina e Sandra pararam para socorrer a amiga que estava inconsciente.

- Ai meu Deus! O que será que aconteceu com ela? Ela estava tão bem! – Disse Carolina aflita.

- Eu não sei, ela estava a minha frente, de repente sua bicicleta começou a andar em zigue-zague, como se tivesse perdido o controle. Não sei dizer se ela desmaiou primeiro antes de bater ou se depois. – Disse Sandra com aqueles olhos azuis incrédulos.

- O problema que só há árvores ao redor, esse trecho é muito estreito também, ambulância nenhuma teria acesso aqui. Será que é o calor? Mas, nem está tão quente assim. – Disse Carolina tentando ver se a amiga estava respirando.

- Temos que leva-la até Szentendre o mais depressa possível, não deve estar muito longe. Seria bom que tu fosse na frente, assim tentava achar algum posto de saúde próximo. Eu vou pôr Maria na minha bicicleta e tentar levar a dela junto, mas isso vai me levar tempo. Vá na frente, irei tentar pedir ajuda a outros ciclistas que passarem. – disse Sandra.

- Não! Deixa a bicicleta dela por aí, não creio que irão tentar roubar, depois que tudo passar voltamos e buscamos. Estou indo. – Disse Carolina já indo a frente.

Carolina não podia acreditar no que passava, estava tudo perfeito, mas não contava que Maria, logo Maria, fosse passar mal. Carolina não conhecia nada de Szentendre e tinha medo que não conseguisse encontrar um posto de saúde. Ela tentava ficar tranquila para não perder o controle emocional, sua amiga precisava mais dela calma do que aflita. Lembrou-se de uma vez que seu pai havia passado mal em uma pescaria devido ao forte calor daquele verão. Naquela ocasião ele foi levado a um centro de primeiros socorros em beira de estrada, descansou por um tempo e foi levado para casa. Esperava que o mesmo acontecesse com Maria.

Já se podia ver a avenida principal da cidade. Havia muitas pessoas nos restaurantes e caminhando, tomando sorvete ou comendo Lángos, um pão chato feito no forno ou frito que é uma especialidade húngara. Carolina tinha que encontrar um posto de saúde, não sabia muito bem por onde começar, com quem falar. Assim começou a perguntar ao redor por quem passava. Muitos não sabiam onde havia um, ou não entendiam o que falava. Até que um senhor que estava sentado em um dos bancos da cidade a viu e veio ao seu encontro:

- Boa Tarde minha jovem, lhe poderia ajudar talvez? O que procuras?

- Oi, obrigada. Uma amiga minha passou mal no trecho de bicicleta e eu estou procurando um posto de saúde, um hospital o que seja.

- Sou médico, onde está a sua amiga nesse momento?

- Uma outra amiga está vindo com ela, elas devem estar chegando a qualquer momento, o senhor sabe onde há um posto médico? –

- Sei de alguns, mas talvez não seja a melhor solução. Podem haver pessoas na fila o que lhes custaria tempo. Vamos até a minha casa, fica logo na rua de cima, talvez a posso examinar e caso for algo mais sério a levamos ao hospital.

Ficou em dúvida por um tempo. Não sabia se poderia confiar naquele homem, que mesmo com uma aparência inofensiva a deixava intrigada, mas não tinha muita escolha. Uma de suas melhores amigas estava desacordada e poderia ser algo mais sério que um simples mal estar. Não tinha muito tempo para calcular se seria arriscado ou não, caso desconfiasse de algo poderia voltar. Assim, aceitou a proposta.

Caminhou com aquele senhor umas duas quadras para dentro da cidade. No trajeto percebeu que as casas não eram muito grandes e havia muitos becos entre elas. A maioria das casas havia uma bandeira húngara aposta, como se fosse necessário marcar território onde moravam. As ruas também não eram asfaltadas agora, e sim puros paralelepípedos que dava um ar mais rústico aquelas moradas, deveria ser difícil pedalar em dia de chuva por ali. Seu telefone tocou:

- Oi, Sandra! Então, Maria acordou?

- Ainda não! Parece que está em um sono profundo, está respirando normalmente, mas não acordou. Um rapaz me está ajudando, estamos caminhando, chegamos em torno de 20 minutos segundo ele. Tu achou algum posto médico?

- Na verdade não, mas encontrei um médico que mora logo na entrada de Szentendre. Estou indo com ele até sua casa, assim pode examinar Maria mais rapidamente. Quando estiver aqui me liga que vou até a esquina da rua apanhá-las.

- Está bem, até mais.

Acabavam de chegar. Era uma casa simples, parecida com as outras que havia visto. Tinha uma cor mostarda com grandes janelas antigas. A porta de entrada era rica em detalhes, possuía figuras de anjos flutuando perto de um círculo que refletia raios, parecia ser um sol. Carolina não se sentia mais apreensiva, aquelas figuras angelicais lhe havia dado uma impressão que não estava em perigo, se convenceu que era apenas uma boa pessoa.

Dentro da casa haviam diversas cabeças de animais penduradas nas paredes, na Hungria era comum pessoas de distraírem caçando, deveria ser o hobby daquele homem. Ele lhe convidou a sentar-se, dizendo que já viria. Carolina ficou pensando se ele morava sozinho ali, não haviam fotos de parentes ou nada parecido que pudessem sugerir que ele tivesse uma família. Apesar de Carolina ser uma jovem independente achava triste alguém não ter um parente, alguém que tu sempre possa contar.

O senhor acabava de voltar de outro cômodo da casa com uma jarra com água e um copo, era não muito velho, devia ter os seus 55 anos, alto de pele bem clara e olhos verdes. Sentou-se perto de Carolina e disse:

- Perdão, minha jovem. Nem tive a elegância de me apresentar, meu nome é Péter Kovács, sou de Szeged, ao sul perto da fronteira com a Sérvia e Romênia. Estudei em Budapeste medicina e vivo em Szentendre desde 1995. – Disse Péter com um sorriso um pouco amarelo.

- Tudo bem, também estava tensa e esqueci de me apresentar. Me chamo Carolina Materazzi e sou brasileira. E o senhor, não tem um consultório? Ou trabalha em algum hospital? – Perguntou Carolina intrigada.

- Não posso exercer a profissão formalmente, meu título foi retirado depois de uma cirurgia. Meu paciente tinha um tumor no lobo esquerdo frontal, que é a região que alivia nossos impulsos emocionais, a parte que nos mantêm em equilíbrio. Quando retirei o tumor parte do lobo esquerdo foi danificada. Depois de sua recuperação, o paciente mudou drasticamente de caráter. Passou a ser uma pessoa violenta e hostil. Fui processado por sua família, que pediu minha carteira médica revogada. Eles ganharam e decidi ficar em Szentendre que era mais tranquila. – Disse Péter como se estivesse incomodado.

- Sinto muito. E tu mora sozinho aqui? Não tem família? – Perguntou Carolina com receio.

- Sim, moro sozinho. Sua amiga deve estar chegando em breve. Talvez seja melhor que esperemos na entrada da casa. – Disse Péter levantando-se que visivelmente ficou perturbado com essa pergunta.

O telefone tocou novamente, era Sandra dizendo que já havia chegado e estava na avenida principal. Carolina foi até a esquina para encontra-los. Sandra, Maria ainda desacordada e um jovem seguiram a até a casa de Péter que os esperava do lado de fora. Logo que chegou Péter já viu a respiração e os batimentos cardíacos de Maria. O jovem se pronunciou:

- Meu nome é Laszlo, também sou húngaro e estudante de medicina. Aparentemente ela está bem, porém creio que fraturou o pulso quando caiu. Ela está desacordada como se tivesse ingerido algum tipo de calmante.

- Lhe vou examinar. Me ajude a coloca-la no quarto. – disse Péter.

- Está bem. – disse Laszlo, examinando o rosto de Péter, como se o reconhecera de algum lugar.

Assim os dois entraram no quarto, carregando Maria aos braços. A colocaram na cama e Péter pediu licença para examiná-la, fechou a porta enquanto os três esperavam na sala de visitas. Carolina e Sandra estavam apreensivas, mas não mais que Laszlo que logo quebrou o silêncio:

- Como se chama esse senhor? – Perguntou Laszlo em voz baixa.

- Péter Kovács, disse ele. – Respondeu Carolina.

- Tenho a impressão que já vi esse rosto antes, mas esse nome não me soa familiar. Ele disse algo mais sobre ele?

- Disse que era médico, que não pode mais exercer a profissão legalmente, pois teve sua licença revogada por fazer uma cirurgia em um paciente que tinha um tumor no cérebro. Esse paciente sofreu uma mudança de caráter e a sua família processou Péter.

- Não tenho certeza se esse homem diz quem é ou se a história é essa. Preciso fazer uma ligação, me aguardem que vou ali fora – Disse Laszlo desconfiado.

Essa desconfiança de Laszlo não caiu bem ao ouvido das duas. Carolina contou para Sandra que fora Péter que lhe veio falar, mas que não havia notado nenhum perigo iminente e como estava preocupada com Maria aceitou sua oferta. Se antes tinha ficado tranquila, agora já não tinha o mesmo sentimento. Carolina ficou tão tensa, que nem pensava o quão desgastada estava.

Depois de 10 minutos Laszlo volta com uma cara de alguém que tinha recebido uma notícia terrível, estava pálido e com os olhos fundos, como se a ligação feita tivesse trazido uma péssima mensagem. As chamou para ir ao jardim para lhe contar algo:

- Garotas, eu lhes havia dito que esse senhor não me era estranho. Liguei para meu pai, que também é médico para confirmar uma história, que foi notícia em toda Hungria em outubro de 1994. Uma vez em uma das minha disciplinas de medicina, estudamos um caso de um homem chamado Gabor Juhász, que perdeu seu título de médico por operar um paciente com um suposto tumor cerebral, porém não havia tumor algum. O que fez foi por puro desejo de ódio e vingança. O homem operado, István Varga, que era dono de um parque de diversões em Pécs, havia sido considerado inocente por um acidente em um dos brinquedos do parque que matou uma menina de 12 anos, filha de Gabor Juhász. Gabor nunca mais tinha sido visto depois de seu título ser revogado, mas Péter e Gabor são muito parecidos fisicamente.

- Minha nossa! Mas qual seria o interesse dele em nós? – Perguntou Sandra.

- Não sei. Tão pouco sei se são a mesma pessoa é apenas uma suposição. Mas o que Gabor fez foi ainda pior. Além de mexer no lobo esquerdo frontal de István, mexeu ainda em seu neo córtex, a parte pensante do nosso cérebro. O que Gabor queria, era cortar a ligação da amígdala, onde se concentram nossos sentimentos com o raciocínio lógico de István, ou seja, queria transformá-lo em alguém frio e calculista que agisse por puro impulso, como um homem paleolítico. Seu objetivo se concretizou. István não só matou a própria filha como a esposa. Foi morto por policiais logo após os crimes.

- Temos que sair daqui! Vamos chamar a polícia! – Disse Sandra fora de controle.

- Não sabemos se é a mesma pessoa! – Disse Laszlo fazendo gestos com as mãos para que se acalma-se.

Nisso apareceu na porta Péter que lhes disse que Maria havia acordado e que queria ver suas amigas. Todos ficaram parados, estáticos como se estivessem petrificados. Suas mentes sabiam que o melhor a fazer era ir e tirar a amiga o mais rápido possível dali, mas seus corpos e corações diziam para correr. O medo já era visível em seus olhos, o sangue corria mais rápido que enquanto pedalavam, suas caras estavam gélidas e aquele homem parecia ser muito mais perigoso visto agora. Relutaram um pouco, até que Carolina deu o primeiro passo em direção a porta.

Passaram pela porta do quarto e Maria estava com os olhos entre abertos, como se estivesse dopada por algum medicamento. Maria tentava falar, porém não se entendia muito bem. Sua língua estava enrolada e suava muito, parecia que estava com uma febre alta. Carolina se aproximou da amiga para tentar escuta-la e percebeu que estava tentando dizer algo em espanhol. Pôs um pouco de esforço e entendeu o seguinte:

- Correr! Él te quiere.

- Como?

CONTINUA..

Leo Moreira
Enviado por Leo Moreira em 25/01/2014
Código do texto: T4664274
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