"O Demônio de Blackchapel" - Parte V

Capítulo 5: Sophie na Cena do Crime

Clarisse entrou em desespero quando viu a imagem que se projetava bem abaixo dela, dentro do saco preto. O pavor que sentira até então não se comparava com o de agora. Teve vontade de vomitar e por um momento, pensou que algo dentro de si fosse a sufocar.

Tentou fechar os olhos, mas após visto aquilo uma vez, era quase impossível desviar o olhar. Se em algum momento Clarisse tivesse alguma dúvida quanto ao seu destino, agora fora tomada pela certeza de que iria morrer.

...

A polícia chegou na casa de Mary aproximadamente 20 minutos depois da ligação da garota. Mary explicou a situação aos policias.

Após todo o procedimento padrão, que durou em torno de 15 minutos, a viatura se deslocou para o primeiro destino lógico, a casa de Clarisse.

(...)

Ao chegar no local, os oficiais deram uma boa olhada costumeira no local, nada de estranho à primeira vista. O lugar era calmo e silencioso.

Clarisse morava ao final da rua, em uma casa de dois andares e de tamanho médio. A vizinhança ali existente, era bem pacata e pouco sociável, praticamente todos os vizinhos eram bastante reclusos e raramente saiam de suas casas confortáveis e silenciosas. Clari nunca conhecera bem seus vizinhos, mas aparentemente eles não representavam nenhum problema com o que se preocupar, não obstante, existia um rapaz que magro, alto e de cabelos loiros que sempre observava Clarisse pela janela de sua casam localizada em frente a casa da jovem. Ela não sabia o motivo, mas seu instinto feminino lhe dizia que aquele homem não tinha boas intenções.

Ao se aproximar da casa da jovem desaparecida, os policiais atentaram para o clima macabro e sombrio da residência. As luzes estava todas apagadas e não havia nenhum sinal de vida, como se alguém não estivesse tido ali há muito tempo. O ambiente noturno conferia um aspecto ainda mais assustador ao local.

Ao olhar para a casa como um todo, um dos oficiais reparou num sutil e peculiar detalhe na janela do segundo andar, em seguida, ele cutucou com o braço o parceiro e disse:

- Da uma olhada naquilo ali.

- O que? - respondeu o outro policial enquanto direcionava seu olhar para a janela em questão. Quando o fez, sentiu um vento frio percorrer-lhe a espinha, como se tivesse visto um fantasma. Disse então quase num sussurro:

- Não sei o que é, mas parece que esta nos olhando.

...

Sophie Rockfeller era uma garota aparentemente tranquila e raramente perdia a cabeça, no entanto, por dentro, ela era insegura e ciumenta, principalmente em relação a Mary com Clarisse. A própria Sophie se perguntava as vezes, a origem de tanto ciúme e chegava a se assustar consigo mesma, com as coisas que se passavam em sua cabeça, quanto era tomada pelo seu mais expressivo sentimento. Era comum pensar se não seria ótimo se Clarisse não existisse e fosse somente "Mary e Sophie".

"E se Clarisse não morresse acidentalmente?"

Quando se encontrava pensando nisso, ela recobrava a noção de realidade e dizia pra si mesma "O que estou pensando? Isso é horrível!"

Apesar de calma e gentil, Sophie era muito instável psicologicamente e o fato de cogitar algo como assassinato a assustava. Ela então prometia que nunca se envolveria com coisas desse tipo, no entanto naquela noite que a amiga desapareceu, Sophie estava naquele exato momento, no mesmo quarto avermelhado que Clarisse, bem ao lado dela.

Nameless
Enviado por Nameless em 29/10/2013
Reeditado em 21/11/2013
Código do texto: T4547443
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