Brincadeiras

Camila

As luzes da boate embaçavam meus olhos, as batidas da musica pulsavam em meus ouvidos e aqueles corpos estranhos estremeciam e vibravam, me faziam balançar num ritmo infernal. Algo queimava minhas costas, um olhar eu presentia,um olhar que me buscava, me caçava entre a multidão e quando me acho acompanhou todos meus movimentos.

Cansada da lucidez dos loucos que se encontravam no salão, me afastei para o bar. Onde o dono dos olhos que me espreitavam sorriu, um lindo sorriso que conseguiu me desarmar. Começamos a conversar e descobri que ele estudava na mesma faculdade que eu.

Obvio que não nos conhecíamos eu faço advocacia e ele fazia medicina. A conversa foi rolando, o clima esquentando e logo fomos ao quarto dele. Chegamos ao prédio e logo começamos a nos beijar no elevador, ele abriu a porta e caminhamos ate o meio da sala. O vi olhar por cima do meu ombro, me virei buscando o ponto onde ele se concentrava, não tive tempo ele me puxou pelos braços me segurando com força enquanto um outro homem aplicou algo no meu braço, fiquei zonza mais antes de apagar totalmente reconheci o desgraçado.

Carlos

Ela estava lá perfeita para essa brincadeira, sozinha e frágil com os poucos amigos acho que não sentiriam falta. O João prometeu conversar com o primo dele que era o "coveiro" dessa roça, tanto lugar para fazer a primeira festa do ano e me escolhem um fim de mundo desse. Assim que chegamos ao quarto, colocar ela pra dormir foi muito fácil.

Coloquei ela no banco detrás do carro e segui para o cemitério, a brincadeira era simples dar um belo susto na estranha. Como ela se diz "gótica" nada melhor que prender ela em um cemitério, mas isso seria muito fácil. Porem se deixarmos ela em um caixão?Não seria perfeito.

João

Meu primo cobrou uns 70 paus para nos deixar sozinhos, ele tinha que fazer de graça já que ganhou a noite de folga. Pegamos a garota e colocamos em um caixão de madeira usado para indigentes, e o mesmo em cima de uma maca. No outro dia voltaríamos para ver se ela conseguiu sair.

Camila

Minha cabeça latejava, os músculos do meu corpo se contraiam. Abri meus olhos tentando descobrir onde estava era quente e apertado, passei minha mão pelo pela superfície que me cercava era áspera e suja.

Finquei minhas unhas naquilo e varias ferpas soltaram. Me desesperei, bati naquela madeira ate parti-la, a terra úmida caiu em cima de mim prensando meu corpo. Lutei para sair dali, cavei, meu corpo doía, mais consegui sair. Meus pulmões doíam quando eu respirava , não iria desistir .

Se eles querem brincar, vou mostrar como se brinca.