MEU AMOR É UM VAMPIRO - Cap. 46

Já passavam das onze horas da noite quando Kassandra entrou pálida em casa. Encontrou a mãe desolada, sendo amparada por uma irmã. A sala estava cheia de parentes e amigos. Ao ver a filha mais velha, Laura se levantou. Seu estado era lastimável.

- Acharam alguma pista, Kassandra?

- Não. A polícia de Rosas e de mais duas cidades está ajudando nas buscas. Papai está junto. O prefeito pediu para aqueles que têm carro procurarem Aline pelas estradas, trilhas, pelo bosque. E amanhã virão mergulhadores vasculhar o rio.

Kassandra sentou-se no sofá, arrasada. Desde que se deram conta do sumiço de Aline por volta das quatro horas da tarde, sua vida dera um giro de 180 graus. Sua casa estava em rebuliço. Entrava e saia gente a toda hora. Laura tinha crises de choro de minuto em minuto. Somente o pastor ainda mantinha certo controle. Ele acreditava piamente que Aline estava sofrendo de alguma espécie de pânico por causa da festa. Talvez tivesse achado a responsabilidade grande demais e fugido. Kassandra, porém, suspeitava de algo pior, sem ter ainda ligado os fatos. Apenas achava estranho que Aline, tão fraca como parecia estar, tivesse conseguido fugir sem deixar rastros. E para piorar a chuva que caía há horas já devia ter acabado com qualquer pista por ela deixada.

- E a festa, Kassi? - perguntou Laura.

- Foi cancelada - murmurou Kassandra. - Não vai haver mais baile nenhum.

Laura começou a chorar de novo e sem poder mais suportar aquela situação, Kassandra abriu a porta e saiu de casa. Assim que pôs os pés na calçada, desnorteada, ela percebeu o que realmente queria. Ian. Precisava saber onde ele estava. Com passos firmes e com o coração batendo descontrolado, Kassandra chegou em poucos minutos no restaurante, sem se importar com a chuva que aos poucos lhe deixou ensopada. Abriu a porta como quem chega para briga e surpreendeu-se ao ver o restaurante quase vazio. Mas não era para menos. Houvera uma comoção em Rosas quando souberam que a favorita para ser escolhida Rainha da Primavera estava desaparecida. Além de umas duas pessoas sentadas no fundo do restaurante, somente Verena e um garçom se encontravam lá. Kassandra se aproximou do balcão. Ela falava ao telefone e, apesar de o seu tom de voz estar baixo, Kassandra soube que era com Ian que a mulher conversava:

- Fique tranquilo, querido. Não se preocupe, o restaurante está vazio devido a esse incidente que aconteceu aqui. Vou fechar mais cedo e ir para casa logo - ela fez uma pausa e acrescentou, elevando a voz - Também amo você.

Kassandra ficou surpresa com aquelas declarações de amor. Depois de toda a cidade comentar do seu namoro com Rafael, ela ainda tinha coragem de falar aquelas coisas para Ian?

Assim que desligou o telefone, Verena sorriu para Kassandra que a encarava firmemente. Carinhosamente Verena segurou as mãos dela.

- Estou muito sentida pelo que aconteceu com sua maninha. Eu e meu marido gostamos muito dela.

Kassandra observou Verena, sabendo que se não fosse pelo episódio com Rafael, seria facilmente envolvida pela sua falsa amizade.

- Onde está Aline? - perguntou Kassandra, furiosa, sentindo asco daquelas mãos frias e puxando as suas rapidamente.

Verena a olhou, demonstrando não estar entendendo nada. Respondeu:

- Se eu soubesse teria avisado à polícia.

- Era com Ian que você estava falando?

- Sim.

- E onde ele está?

- Na nossa casa. Quer que eu lhe dê o endereço ou já sabe ir sozinha? - Verena perguntou, irônica.

- Talvez minha irmã saiba ir sozinha. Eu não sei.

- Escute aqui, minha querida - começou Verena, muito calma, incitando a raiva de Kassandra. - Eu não sei o que você está querendo insinuar. Se sua irmãzinha desapareceu, não foi por influência minha ou do meu marido. Não faço a menor ideia onde ela esteja, com quem esteja, se está viva ou morta. Apenas aconselho a seus pais que cuidem melhor das suas filhas, pois talvez elas estejam se intrometendo em lugares perigosos. Uma já sumiu. E é bom eles cuidarem da que restou.

- Você é desprezível, Verena - explodiu Kassandra.

- Por quê? Por que Rafael se cansou de você?

Kassandra ficou vermelha de raiva e começou a rumar em direção à porta. Mas antes ouviu Verena dizer:

- Se desconfia de nós, Kassandra, mande a polícia procurar Aline onde você desconfia que ela esteja. Nada temos a temer e aconselho você a ir junto, se quiser.

A moça olhou rapidamente para trás, sem esconder o ódio que sentia. Bateu a porta do restaurante com força, estremecendo os vidros. Assim que Kassandra desapareceu de sua vista, Verena pegou novamente o telefone e ligou para Ian.

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Patrícia da Fonseca
Enviado por Patrícia da Fonseca em 13/10/2013
Reeditado em 13/10/2013
Código do texto: T4523480
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