O CARINHO INESPERADO

Michele dirigia com certa pressa naquela manhã. No banco traseiro, Vitor, o filho de um ano. Michele necessitava chegar rápido à casa da mãe, deixar o bebê e partir para mais um dia de trabalho.

Finalmente chegava a rua da esquina. Reduziu a velocidade para observar as paralelas quando num repente, surgiu um homem, baixo, moreno, vestindo um casado preto. Pressentindo algo ruim, Michele ainda tentou acelerar, mas o homem apontou uma pistola e com o olhar ameaçou. Ela parou. Ele ordenou: “Baixe o vidro”. Ela obedeceu. “Não se mexe” ouviu. Respondeu que sim com a cabeça. “Meu filho” tentou. O homem disse que não. Ela abriu a porta. O homem ordenou “Saia!”. “Meu filho” argumentou. O homem apontou a pistola em direção ao bebê... Um pavor tomou conta da mãe... Foi quando, calmamente Vitor, sorriu para o bandido e segurou a arma. A atitude da criança surpreendeu o assaltante. Vitor estendeu os bracinhos pedindo o colo do homem que simplesmente pegou a criança. Vitor então, passou as mãos no rosto dele que, ainda sem jeito, o entregou a mãe que chorava de medo.

O homem, visivelmente constrangido, disse um “Desculpe” antes de se retirar em passos rápidos, deixando a mãe chorando com um bebê sorrindo e, inocentemente, acenando um “até logo”.