"O Demônio de Blackchapel" - Parte II

Capítulo 2: A Garota e o Cachorro

"Um cachorro?!"

"Foi isso que abriu essa maldita porta?" exclamou Clarisse em seus pensamentos confusos e desesperados.

Quando a porta se abriu por completo, foi possível ver parado ali um animal. O cachorro da raça Husky Siberiano, com toda a sua beleza e imponência, ficou quase imóvel, como uma pedra. Seu olhar fixo e penetrante ia de encontro aos olhos da jovem deitada, que por um instante, esquecera de sua atual situação.

Após uma rápida admiração pelo animal, Clarisse pode voltar à realidade e junto com ela, uma ponta de raciocínio lógico: "Cachorros não abrem portas, pelo menos não usando as chaves de destrancando a fechadura." Uma vez lhe ocorrido esse óbvio pensamento, Clari foi capaz de ver que tinha algo a mais na cena. Dessa vez, uma sombra projetada atrás do cachorro. Ela sentiu uma ponta de desespero ao ver aquela figura olhando para ela.

...

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Mary, boquiaberta, o que dissera a voz ao telefone, ressoava em sua mente. A mensagem era clara:

- Você ligou para Clarisse Becker, no momento ela não pode atender. A partir deste momento, ela pertence a mim. É minha paciente. E nada do que "você" fizer, poderá salvar a vida dela. Entrarei em contato, quando acabar de comer o cérebro dela. - E assim se encerrou a mensagem.

Após o susto, Mary recobrou a noção de realidade e desesperada, pegou o telefone e quase que por instinto, ligou para Sophie. O telefone chamou duas vezes e a mãe de Sophie atendeu:

- Alô...

- Alô, senhora Rockfeller, aqui é a Mary - o tom de voz de dela era nitidamente desesperado - A Sophie está? Preciso falar com ela urgentemente.

- Não querida, Sophie saiu não faz muito tempo. Ela disse que tinha algo a resolver, que queria tratar de um assunto. O que aconteceu?

- Não é nada...eu...eu ligo depois. - Ofegante, Mary desligou o telefone rapidamente, no entanto, o que dissera a senhora Rockfeller, deixou Mary um tanto quanto curiosa. "...disse que tinha algo a resolver, que queria tratar de um assunto". Mary teve então um mau pressentimento.

...

"Esta me olhando". Clarisse não conseguiu conter o choro. Podia ver agora claramente "a sombra" que abrira a porta. Fitando ela com olhos demoníacos, atrás de uma máscara, a figura ali presente deixou a jovem com ainda mais medo.

O indivíduo enfim, entrou na sala, com calma e aparentemente indiferente ao fato de ter uma mulher presa ali. Ele trajava um jaleco branco de médico, e luvas cirúrgicas. Uma calça jeans comum e sapatos mocassim pretos. Seu rosto, no entanto, era o mais peculiar, ele usava uma máscara veneziana branca de rosto inteiro, que fora "trabalhada" para que seus olhos ficassem visíveis.

Apesar do porte do indivíduo, não era possível saber se era homem ou mulher, mas isso era o que pouco importava naquele momento. Após alguns instantes, a "figura branca" se aproximou de Clarisse e lhe sussurrou algo em seu ouvido.

...

(Alguns minutos antes)

Sophie se aproximou de forma rápida de uma mansão abandonada que ficava na parte mais distante de Blackchapel. Apesar das lendas e histórias que cercavam àquela misteriosa casa, Sophie gostava de ir lá, para pensar e ficar sozinha. O aspecto sombrio e o clima mórbido da mansão, exerciam um certo fascínio nela, mas desta vez, "Sofi" estava lá para fazer muito mais do que apenas pensar e não estava sozinha, ao lado dela, havia um animal bonito, preto e branco, com olhos azuis e penetrantes, um belo cachorro da raça Husky Siberiano. Sophie então susurrou para ele:

- Vamos Snow, têm algo que eu preciso terminar.

Nameless
Enviado por Nameless em 18/09/2013
Código do texto: T4487805
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