"O Demônio de Blackchapel" - Prólogo
Prólogo:
"Inferno!"
Não haveria outra palavra que melhor pudesse descrever aquele lugar.
"Com certeza estou no inferno" pensou Clarisse ao abrir seus olhos e a medida com que ia ficando lúcida, observava com dificuldade o ambiente ao seu redor. O espaço era pequeno e desconfortante. A iluminação era precária e se dava apenas por duas lâmpadas avermelhadas, localizadas em cantos opostos do quarto. "Que droga de lugar macabro é esse?" pensou.
A cabeça da jovem doía forte e ela não se lembrava de como teria ido parar ali e pela forma como se sentia, obviamente tinha sido dopada.
A moça de apenas 23 anos e longos cabelos negros, encontrava-se amarrada no que parecia ser uma cama de hospital. À sua direita, em cima de uma mesa, havia alguns pequenos equipamentos cirúrgicos sujos de um sangue, que parecia não ser recente e que provavelmente, não era lavado a dias. Ao lado esquerdo, outra mesa, desta vez de madeira, era usada para suportar algumas caixas de tamanho médio, luvas e uma máscara veneziana branca.
Após uma rápida olhada por aquele local macabro, Clarisse tentou em vão pedir ajuda:
- Socorro! Socorro!
Estranho o fato dela não estar amordaçada, mas naquele momento, Clarisse tinha outras coisas com o que se preocupar.
- Eu quero sair, por favor! Socorro! - Gritou.
No entanto, apenas o silêncio se fez ouvir.
"Onde estou?"
Rompendo aquele silêncio perturbador, ouviu-se um som de um cadeado sendo aberto e logo em seguida, a pequena porta do quarto se abriu devagar. A jovem não sabia se tinha medo ou esperança, mas era pouco provável que alguém viera lhe salvar.
Quando a pequena porta se abriu, para a surpresa de Clarisse, a figura que se apresentou era a única coisa que ela nunca imaginaria naquele momento.