O vento tocava o rosto de Rogério trazendo-lhe calafrios. O sol pouco se erguera deixando que uma fria brisa da manhã dominasse a cerimônia que se alongara além do esperado. Todos aguardavam com a cabeça baixa o derradeiro final de um sofrimento que se alongava enquanto o caixão de Márcia descia lentamente para o seu repouso final.
Rogério foi para casa, sentou em uma cama próxima ao armário do casal. Começou a revirar os pertences de sua esposa agora sepultada. Uma dor tomava-lhe o corpo enquanto olhava velhas fotos, álbuns de fotografia. Entre detalhes de uma história de vida, composta pelas pequenas lembranças de uma esposa querida. Rogério encontrou algo que lhe chamou a atenção. Caminhou até à mesa da cozinha, onde colocara espalhadas sobre o móvel, fotos dos vestígios encontrados na sena do crime. Sua mente navegava entre lembranças e acontecimentos que se ligavam sinistramente aos motivos que levaram uma bela mulher ser violentamente assassinada. Uma intrigante mulher aparecia em todas as fotos, deixando a mente de Rogério navegar em imagens e se fixar em um único nome, Raquel.
As lágrimas não escondiam o ódio, suas mãos trêmulas não conseguiam limpar seu rosto tomado pela poeira das lápides do cemitério. Uma forte batida na porta chama a atenção de Rogério, que se levanta e a abre podendo assim ver um oficial de justiça que lhe entrega uma intimação.
Nada fazia sentido, todos os fatos se alinhavam formando um verdadeiro abismo. Um homem não poderia sofrer tanto assim. No mesmo dia em que a sua esposa fora enterrada recebera uma intimação para prestar depoimento sobre o crime. No dia anterior fora demitido de seu emprego. O seu aluguel estava sendo contestado e poderia ser despejado. Não encontrava seus filhos em sua casa.
O corpo transpirava como se banhado em uma cachoeira. Os olhos esbugalhados não escondiam o medo de passar por outro minuto vivo. Rogério estendeu a mão e abriu o seu refrigerador procurando algo para aplacar a sua perda de controle. Uma mão toca o seu ombro fazendo-lhe se virar bruscamente para observar quem adentrara em sua casa. Um grito ecoa por toda a casa: - Márcia!
Os corredores longos e frios, dominados pelo cheiro de éter, foram tomados por um grupo que corria em direção a gritos em desespero. Cochichos em troca de informações somavam-se à apreensão do que poderia ser encontrado.
Em frente a uma porta branca, por uma pequena janela, um médico observava um interno que se debatia, tentando sair das presilhas em couro que o mantinha preso a uma cama. O grupo que corria pelo corredor chega frente à porta e entra abruptamente no quarto. Um último grito toma o quarto proveniente do interno, antes de uma injeção de tranquilizante: - Márcia!
A Doutora Raquel senta ao lado da cama de Rogério, os outros médicos saem na intenção de irem em direção aos internos de suas responsabilidades:
- Hoje você está muito agitado Rogério.
- Márcia!
- Isso, continue a pensar que sou a minha irmã, não vou deixar você morrer, morrer é pouco. O que você imaginava que aconteceria depois de matá-la. Com toda a sua vida atrapalhada e da forma que a tratava ela só poderia te deixar e isso não lhe dava o direito de matá-la.
Raquel coloca outra substancia em uma seringa, injeta o líquido no braço de Rogério. Suas pupilas dilatam, sua mente divaga:
- Márcia – Falava em delírio, enquanto voltava ao pesadelo que se repetia.
- Sim, continue assim, pelo resto da sua miserável vida.
(...) O vento tocava o rosto de Rogério trazendo-lhe calafrios. O sol pouco se erguera deixando que uma fria brisa da manhã dominasse a cerimônia que se alongara além do esperado. Todos aguardavam com a cabeça baixa o derradeiro final de um sofrimento que se alongava enquanto o caixão de Márcia descia lentamente para o seu repouso final (...).
Rogério foi para casa, sentou em uma cama próxima ao armário do casal. Começou a revirar os pertences de sua esposa agora sepultada. Uma dor tomava-lhe o corpo enquanto olhava velhas fotos, álbuns de fotografia. Entre detalhes de uma história de vida, composta pelas pequenas lembranças de uma esposa querida. Rogério encontrou algo que lhe chamou a atenção. Caminhou até à mesa da cozinha, onde colocara espalhadas sobre o móvel, fotos dos vestígios encontrados na sena do crime. Sua mente navegava entre lembranças e acontecimentos que se ligavam sinistramente aos motivos que levaram uma bela mulher ser violentamente assassinada. Uma intrigante mulher aparecia em todas as fotos, deixando a mente de Rogério navegar em imagens e se fixar em um único nome, Raquel.
As lágrimas não escondiam o ódio, suas mãos trêmulas não conseguiam limpar seu rosto tomado pela poeira das lápides do cemitério. Uma forte batida na porta chama a atenção de Rogério, que se levanta e a abre podendo assim ver um oficial de justiça que lhe entrega uma intimação.
Nada fazia sentido, todos os fatos se alinhavam formando um verdadeiro abismo. Um homem não poderia sofrer tanto assim. No mesmo dia em que a sua esposa fora enterrada recebera uma intimação para prestar depoimento sobre o crime. No dia anterior fora demitido de seu emprego. O seu aluguel estava sendo contestado e poderia ser despejado. Não encontrava seus filhos em sua casa.
O corpo transpirava como se banhado em uma cachoeira. Os olhos esbugalhados não escondiam o medo de passar por outro minuto vivo. Rogério estendeu a mão e abriu o seu refrigerador procurando algo para aplacar a sua perda de controle. Uma mão toca o seu ombro fazendo-lhe se virar bruscamente para observar quem adentrara em sua casa. Um grito ecoa por toda a casa: - Márcia!
Os corredores longos e frios, dominados pelo cheiro de éter, foram tomados por um grupo que corria em direção a gritos em desespero. Cochichos em troca de informações somavam-se à apreensão do que poderia ser encontrado.
Em frente a uma porta branca, por uma pequena janela, um médico observava um interno que se debatia, tentando sair das presilhas em couro que o mantinha preso a uma cama. O grupo que corria pelo corredor chega frente à porta e entra abruptamente no quarto. Um último grito toma o quarto proveniente do interno, antes de uma injeção de tranquilizante: - Márcia!
A Doutora Raquel senta ao lado da cama de Rogério, os outros médicos saem na intenção de irem em direção aos internos de suas responsabilidades:
- Hoje você está muito agitado Rogério.
- Márcia!
- Isso, continue a pensar que sou a minha irmã, não vou deixar você morrer, morrer é pouco. O que você imaginava que aconteceria depois de matá-la. Com toda a sua vida atrapalhada e da forma que a tratava ela só poderia te deixar e isso não lhe dava o direito de matá-la.
Raquel coloca outra substancia em uma seringa, injeta o líquido no braço de Rogério. Suas pupilas dilatam, sua mente divaga:
- Márcia – Falava em delírio, enquanto voltava ao pesadelo que se repetia.
- Sim, continue assim, pelo resto da sua miserável vida.
(...) O vento tocava o rosto de Rogério trazendo-lhe calafrios. O sol pouco se erguera deixando que uma fria brisa da manhã dominasse a cerimônia que se alongara além do esperado. Todos aguardavam com a cabeça baixa o derradeiro final de um sofrimento que se alongava enquanto o caixão de Márcia descia lentamente para o seu repouso final (...).