A DAMA DA AVENIDA
Baseado num relato em fatos reais.
Elisa tinha o costume de cruzar a aquela mesma avenida com finalidade de economizar o dinheiro da passagem. Passar ali em plenas seis horas da tarde, não era uma ideia muito confortável, uma vez que a rodovia era extremamente perigosa. Havia um perigo imediato pondo sua vida ali.
Num dia de semana, nada em especial, enquanto ela retornava de mais um dia árduo de trabalho de longe uma silhueta a intrigou.
Quando avistou mais severamente viu uma senhora com chapéu, luvas e vestido longo estilo do século XIX a surpresa foi inevitável assim como a condenação por tias vestimentas.
Como ser indiferente a uma pessoa vestida de tal modo e em pleno verão carioca?
Estarrecedor!
As outras pessoas que passavam por ela eram indiferentes, não mostravam a menor preocupação com a mulher.Elisa pensou consigo: Alguém em íntegro calor massacrante brasileiro passasse despercebida naqueles trajes?
A moça, inda que intrigada, continuou caminhando em direção à emblemática senhora com seus pensamentos a respeito de suas vestes. E foi então que para completo espanto vindo em sua direção, ao passar ela e ao passar por Elisa segredou em seu ouvido:
-Me visto como desejar ninguém tem nada haver com isso!
Instantaneamente a jovem descontinuou os passos. O coração acelerou. As mãos tremiam, um ar gélido percorreu da nuca para espinha e assustada tentou raciocinar como ela pôde ouvir seus pensamentos.
E foi então que ao virar-se tudo fora elucidado.
A senhora permanecia caminhando, melhor flutuando, pois não havia atrito de seus pés no asfalto quente quase infernal, porque não tinha pés. E Elisa compreendeu que o esteve diante dos seus olhos fora uma alma em sua jornada ao infindo, tratava- se da Dama da Avenida.
Cuidado: Ela também sabe o que você pensa dela.