a estrada - parte 4
Caminho ainda e já faz um bom tempo. Tenho duas perguntas que não saem de minha cabeça. Uma delas é: que lugar é este? Nunca nem sequer ouvi falar desta estrada. E a outra é: como vim parar aqui e como saio? Na verdade, lembro-me somente de ter dormido e, ao acordar, já estava no meio do caminho. Aqui neste deserto.
A poeira sobe enquanto caminho. Tudo está muito parado, não há nada e nem ninguém aqui além de mim e a estrada. Não passam carros ou pessoas, nem animais de nenhum tipo ou gênero. Estou com saudades de casa. Quero voltar logo.
Vou voltar... Tomar o caminho contrário. Andar para a direção que leva ao lugar onde comecei a caminhar... Voltarei correndo...
Vai demorar um pouco pra chegar, mas não me importo. Quero somente chegar.
Vejo a velha cabana onde hospedei-me na ultima noite. Ela parece olhar para mim e dizer algo, mas, claro, não entendo.
Está anoitecendo e eu estou quase chegando. Já consigo ver o local. Está começando a ficar frio. Frio demais. Esta é a hora mais fria do dia por aqui. Mas eu não paro de correr até chegar lá. E, ao chegar, começo novamente a ouvir os gritos que ouvi antes. Gritos medonhos que assustam-me o bastante para que eu não consiga mais mexer-me.
Preciso sair do lugar. Preciso pelo menos tentar. Tenho medo do que pode estar vindo ao meu encontro...