MEU AMOR É UM VAMPIRO - Cap. 26

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“Se eu lhe contasse isso, você acreditaria em mim, Kassandra? Você acreditaria e me perdoaria novamente? Nunca aconteceu de você não conseguir resistir aos seus desejos? Da tentação ser mais forte que a razão? Por favor, acredite que meus sentimentos por você são os mais sinceros possíveis. Perdoe-me, Kassandra, mas eu não pude resistir.” Já passavam das quatro horas da manhã e Rafael ainda rolava na cama, febril. Não fazia muito tempo que ele havia retornado da rua, da Casa da Colina. E agora, depois de atender ao chamado de Verena, Rafael estava prostrado em cima da cama, sem forças sequer para se levantar e pegar um copo d’água.

Ele, porém, não fora de livre e espontânea vontade. Verena lhe chamou e ele não havia sido forte o suficiente para resistir. Mas como iria provar? Ela não estava por perto e nem ele mesmo ouvira a sua voz. Quando se deu conta, tomara o rumo da Casa da Colina, correndo como um louco pelas ruas desertas de Rosas e depois na estrada de chão batido que levava ao castelo de Verena. Quando parou na frente dos portões, perguntou-se se não estava ficando louco. Como se atrevia a ir à casa de uma mulher casada, sendo ela e o marido conhecidos em toda a cidade? E o que diria Kassandra, sua doce namorada, que mais uma vez o aceitara depois de tantas vergonhas que a fizera passar? Mas mesmo assim aquele impulso louco de entrar na casa persistira, a angústia que lhe consumia o coração estava se tornando insuportável e a vontade de possuir Verena, incontrolável. Não soube como e talvez na sua loucura jamais soubesse, mas a única coisa nítida que Rafael se lembrava no seu delírio era de estar nos braços de Verena e vice-versa, numa cama enorme, muito antiga. Depois, tudo se apagou. Desconhecia como chegara em casa e como conseguira dirigir no estado em que ela lhe deixara. Era como se estivesse embriagado, embriagado de Verena.

Jamais Rafael amara alguém como amara Verena aquela noite e também nunca seria amado da forma que foi. Mas por que ele estava com tanto medo de encontrá-la novamente? E por que queria tanto beijá-la mais outra vez? Antes que caísse num sono profundo, Rafael sentiu medo de enlouquecer e chamou mais de uma vez o nome de Kassandra.

Patrícia da Fonseca
Enviado por Patrícia da Fonseca em 04/06/2013
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