OLGA "A ÓRFÃ"

Naquele final de tarde fria, uma garoa fina caía na estrada. Era quase impossível ver alguns metros á frente. Os para brisas do Mustang “Eleanor” não adiantava muito naquele momento. Marvin até pensou em parar o carro no acostamento, mas as crianças estavam cansadas e dormiam no banco traseiro. Estavam retornando de uma viagem á Massachusetts, onde ficava o escritório central da empresa em que sua esposa trabalhava. Meg, ao contrário das crianças, estava atenta na estrada. Uma musica do Lou Reed tocava baixinho no radio do carro. A viagem estava tranquila e logo estariam em casa.

 

Naquele final de dia frio, chuva fina, estrada vazia. Não havia movimento de carros indo e nem vindo. A margem da estrada era de plantações de milho que ocupavam por boa parte da área ao lado da rodovia. Apesar de estar sozinho na estrada, Marvin era prudente e mantinha uma velocidade controlada, quando alguma coisa chamou atenção de Meg.

Uma garotinha andava sozinha do outro lado da rodovia, estava totalmente molhada e com muito frio, carregava alguma coisa nos braços.

- encoste o carro querido, olhe aquela menina sozinha, está com frio e molhada, o que será que ela está fazendo sozinha nessa estrada há essas horas?

- querida é melhor irmos embora, não é problema nosso, deve ter alguém com ela ou deve morar por perto, pode ser até mesmo uma cilada, já ouvi casos assim onde pessoas param para ajudar e são assaltadas, vamos embora.

- mas não tem ninguém alem dela, não há casas e nem carros por perto, vamos só perguntar se ela não quer uma carona, não custa nada.

Marvin contrariado acaba atendendo ao pedido da esposa e parou o carro no acostamento.

A menina aparentava ter entre oito e dez anos, descalça, com frio e toda molhada segurava nos braços uma pequena boneca de porcelana, com braços e pernas de borracha. Permanecia sempre de cabeça baixa.

- garota, espere, para onde está indo? Onde está sua mãe? – perguntou Meg.

A menina continuou andando sem dar a menor atenção a Meg.

- vamos querida, a deixa ir embora, deve estar acostumada a fazer isso.

- mas é uma criança, é perigoso pra ela andar nesta estrada sozinha e ainda está toda molhada.

Meg resolveu sair do carro e foi ao encontro da garota.

- querida não fique com medo, só queremos ajudá-la, para onde está indo?

A garota cabisbaixa e aparentando estar chorando respondeu:

- não sei, não me lembro, quero minha casa.

- como assim? O que acontece? Onde estão sua família, seus pais, irmãos...

- não sei, estou perdida, quero ir pra casa.

Meg não soube bem o que fazer, mas resolveu leve-la até o carro e conversar com o esposo, nesse momento as crianças acordaram.

- o que foi pai, porque estamos parados aqui? Pergunto Sophia a caçula.

- é sua mãe com mania de ajudar todo mundo.

- querido ela disse que está perdida e que não se lembra de nada, vamos levá-la até o posto policial, depois vamos embora.

Meg pega uma toalha no carro e enxuga a menina, lhe cobre com um cobertor e a senta junto às meninas que acham a garota estranha.

 

Marvin seguiu a estrada. O posto policial ficava há alguns quilômetros á frente. Chegando no posto, Marvin desceu e foi explicar o acontecido com o policial, depois de quase uma hora de conversa, e interrogação da menina, os policiais não encontraram nenhum registro da menina, nem registro de desaparecimentos na região. Meg perguntou o que ia acontecer com a menina, o policial de descendência latina, respondeu que ficaria no posto durante á noite e pela manhã seria levada até a cidade, onde seria entrevistada pela assistente social. Meg perguntou também se ela não poderia cuidar dela até a chegada da assistente, o policial Vargas assentiu que sim, mas que seria preciso ela assinar uma nota de responsabilidade pela criança. Marvin balançou a cabeça desaprovando a atitude da esposa, mas mesmo assim ela levou a criança para casa. A única coisa que o policial conseguiu descobrir da garota é que se chamava Olga.

Mirra e Steffi, filhas do casal, se encolheram no banco traseiro do carro com medo da menina, que momento algum olhou para as duas ou disse alguma palavra, apenas segurava forte aquela boneca sinistra.

A família morava em Kansas (u.s.a) na cidade de Dodge City.

Apesar de morarem numa cidade “caipira” não falavam arrastados nem se vestiam como os moradores locais. Kansas é um dos líderes nacionais indústria agropecuária. O estado é o maior produtor de trigo do país. Isto lhe rendeu os cognomes de Wheat State (Estado-trigo) e Breadbasket of America (Cesta de pães dos Estados Unidos da América). Além disso, Kansas possui um dos maiores rebanhos de gado bovino do país. A agropecuária foi durante muito da história do Kansas sua principal fonte de renda.

Dodge City é considerada por muitos como a "capital mundial dos cowboys". Kansas também possui uma forte indústria de mineração, sendo um líder nacional na produção de petróleo e gás natural. Atualmente, as principais fontes de renda do estado são o comércio e a manufatura. Marvin era veterinário e estudou na universidade de Massachusetts, nasceu na Califórnia onde conheceu Meg numa conferencia nacional dos profissionais da medicina veterinária, onde Meg era uma das palestrantes que representava uma fabrica de remédios veterinários. Em dois anos casaram e tiveram duas filhas. Logo depois do nascimento de Steffi, Meg recebeu uma proposta para dirigir um escritório da empresa em Kansas, foi um bom negócio, já que para Marvin não faltaria emprego.

Já em Kansas, a vista era de pura tranqüilidade, fazendas de gado se destacavam entre as outras de trigo. A casa dos “Winchesters” (sobrenome de Marvin) era bem aconchegante.

Construída de Wood frame, O Wood Frame é um sistema construtivo que faz parte do Sistema CES - Construção Energitérmica Sustentável.

A estrutura é composta por perfis de madeira que em conjunto com as placas estruturais LP OSB Home Plus formam painéis estruturais (diafragma) capazes de resistir às cargas verticais (telhados e pavimentos), perpendiculares (ventos) e de corte transmitir as cargas até a fundação. As placas LP OSB Home contra ventam a estrutura de paredes, coberturas, mezaninos, lajes secas, plataforma de pisos e forros. O LP OSB Home é tão prático e resistente que dispensa o uso de fitas e barras de resistência a esforços de ventos e abalos sísmicos. As placas LP OSB são leves, simples e rápidas de serem montadas.

 

A casa era composta de seis cômodos na parte de baixo, três quartos, sala, cozinha e outro cômodo usado como escritório, alem de dois banheiros. Na parte de cima ficava uma grande sala que era dividida, uma parte como espaço para casa de bonecas e demais brinquedos das meninas, outra parte com vista para o campo era destinado a um ateliê onde Meg gostava de pintar seus quadros.

Marvin estacionou o carro em frente de casa, com a parada no posto policial, se atrasaram para chegar em casa. Passava alguns minutos das dez horas da noite. Meg levou as meninas para dentro de casa, enquanto Marvin retirava as malas do bagageiro.

Mirra e Steffi correram para seus quartos, enquanto Meg levou Olga para o banheiro.

 

- querida, tome um banho quente para não ficar resfriada, vou trazer roupas secas pra você, já volto.

Olga sem dizer uma palavra, entrou debaixo do chuveiro, mas não largou a boneca de porcelana. Meg retornou com roupas secas que eram de Mirra, a mais velha que servia em Olga.

- se vista Olga, vá para a sala e assista teve enquanto preparo um lanche pra gente – disse Meg.

A sala grande se dividia em dois ambientes, ao lado da escada de madeira que dava acesso a parte de cima da casa, havia um bar planejado por Marvin, adepto de um bom vinho e claro, também um bom malte escocês. No centro uma mesa de vidro temperado giratória decorada com vasos turcos e uma ampulheta grega. Marvin usava a ampulheta para marcar o tempo que as meninas ficavam de castigo, elas simplesmente a detestavam, mas para Marvin era uma peça rara conquistada por alguns milhares de dólares. Um quadro de Meg decorava a parede, que era iluminado por uma lâmpada presa á uma arandela de bronze. Um tapete de couro malhado em branco e marrom ficava esticado no centro. Olga já estava sentada no sofá retrátil de pelica. Ainda tímida e cabisbaixa Olga segurava a boneca como se fosse a sua única amiga e companheira, as crianças também já haviam tomado banho e se trocado, mas não faziam questão de irem para a sala, por algum motivo tinham medo de Olga. Marvin foi tomar banho enquanto Meg preparava o lanche, enquanto tomava banho, a energia acabou. Aquilo deixou Marvin nervoso. – logo agora tinha que acabar a energia! – esbravejou ele.

Saindo do banheiro ainda ensaboado, se enxugou e vestiu o pijama.

Quando se preparava para ver se era um disjuntor tinha desarmado, a energia retornou. Meg com um sorriso sarcástico disse: - ah você não queria tomar banho mesmo...

Finalmente Meg reuniu as crianças na mesa. Colocou os lanches feitos com queijo, presunto e bacon sobre a mesa junto com suco de laranja. Olga rapidamente pegou um e começou a comer rapidamente, estava com muita fome, Mirra e Steffi a olhavam surpresas. Olga comia segurando o lanche numa mão e a boneca na outra.

- Olga, ponha a boneca do lado para comer melhor, ninguém vai pegar. – disse Meg.

Olga simplesmente a segurou forte pressionando contra o corpo. Por algum motivo Olga mantinha uma afetividade muito grande com aquela boneca.

Depois de todos se alimentarem, chegou a hora de por as crianças na cama.

- já é tarde, meninas, vão dormir.

Apesar de Mirra e Steffi terem seus próprios quartos, elas dormiam sempre juntas, Olga foi dormir no quarto que era de Steffi. Depois de se despedir das meninas, Marvin e Meg finalmente foram para o quarto.

- Meg, seja sincera, não acha essa criança estranha?

- acho que ela está assim porque aconteceu alguma coisa com ela, talvez tenha sofrido algum abuso ou maus-tratos dentro de casa e resolveu fugir.

- pode ser. Talvez explicasse o fato de ser tão apegada á boneca, mas de qualquer forma, ela está protegida esta noite, amanhã a assistente trará alguma noticia e uma solução.

Todos já adormeciam, quando no quarto onde estava Olga, ela conversava com alguém.

- eles são maus Olga, eles são maus, acabe com o mau.

- mas eu gosto deles, são meus amigos, eu gosto de Meg.

- ela também é má, você tem que acabar com as pessoas más.

 

Ao amanhecer Meg e Marvin foram acordar as meninas, era um domingo, o dia apesar de estar um pouco frio, não garoava. O café e o chocolate quente já estavam na mesa, quando Meg entrou no quarto onde estava Olga, tomou um susto! Os brinquedos estavam todos quebrados, roupas das meninas estavam rasgadas espalhadas pelo chão.

- o que você fez Olga? Porque fez isso com as roupas e os brinquedos?

Pela primeira vez Olga falou. – não fui eu tia, não fui eu.

- se não foi você, quem foi então? Nós te ajudamos e é assim que retribui?

Oga olhou com os olhos negros e malignos para Meg e depois abaixou a cabeça.

- já disse tia, não fui eu.

- o que foi querida? Nossa! O que aconteceu aqui?

- ela insiste em dizer que não foi ela que fez isso, mas se só tinha ela aqui, como pode ser outra pessoa? Ela está mentindo.

 

Olga correu para um canto do quarto, ajoelhada e de costas começou a chorar. – já disse que eu não fiz isso.

- tudo bem, tudo bem, vamos descer e tomar café, daqui a pouco a assistente social estará aqui e vai levar você de volta para sua família. Olga desceu cobrindo os olhos como se estivesse com vergonha, mas na verdade estava rindo.

 

CAPITULO 2 FINAL

A VISITA DA ASSISTENTE SOCIAL...

 

A segunda feira estava mais fria que os dias anteriores, porem não chovia. Nuvens negras no céu de Dodge City anunciavam mau pressentimento para Marvin.

 

Depois de todos tomarem o café, Olga simplesmente estava diferente.

Aquela menina estranha e sem palavras do dia anterior não existia mais; desceu para tomar café e deixou sua boneca estranha no quarto. Agora sentada no sofá da sala, aproximou-se de Mirra e Steffi dizendo que não foi ela que fez aquilo com suas roupas e brinquedos. Mirra e Steffi apenas a olharam sem acreditar. Enquanto Meg arrumava a bagunça no quarto, Marvin foi até o jardim buscar seu jornal que o entregador jogou, quando retornou viu as meninas brincando no chão da sala com as bonecas.

 

No quarto enquanto Meg recolhia as coisas no chão, observou a boneca deitada na cama,assim que se aproximou para pegar, a porta do quarto bateu fortemente a assustando, que acabou desistindo da boneca. Ao sair do quarto ainda com o coração batendo forte, encontrou Marvin.

- nossa! Estava no quarto e do nada a porta se fechou com muita força, até me assustei. – deve ter sido na hora que entrei, a corrente de ar que entrou quando abri a porta da sala, deve ter feito isso. Explicou Marvin. – pode ser, mas foi bem na hora que eu ia ver aquela boneca de perto. Deixaram a conversa de lado quando estranharam o fato de a menina estar brincando com as filhas, quando nesse momento alguém tocou a campainha.

 

Ding, dong,ding, dong a campainha soou.

-bom dia, é a senhora Mackenzie?

- bom dia, sim, sou eu mesma.

- meu nome é Mary, sou assistente social e vim ver como está Olga.

- claro, pode entrar, ela está brincando na sala.

Mary entrou observando a decoração da bela casa, quando foi convidada a se sentar.

Quando Olga viu aquela mulher de roupa social e pasta com documentos na mão, correu ao encontro de Meg e a abraçou.

- pelo que vejo, ela se apegou á senhora e as meninas.

Meg ainda perplexa com a atitude de Olga, respondeu forçadamente.

- bem... Sim, ela está se acostumando.

Mas o que ela queria ter dito mesmo, era se encontraram a família da garota.

Marvin pediu para as meninas irem brincar no andar de cima, enquanto Mirra e Steffi subiu correndo as escadas, Olga foi bem devagar sempre olhando em direção da assistente.

- senhor e senhora Mackenzie, vou ser bem sincera com os senhores, por enquanto não encontramos ninguém, nenhum parente da menina, nem mesmo sabemos se ela se chama mesmo Olga, não localizamos nenhum registro de meninas na região registrada com este nome.

- ta, mas o que vão fazer com ela, nós fizemos a nossa parte de tirar ela da rua e dar abrigo até agora, mas não queremos ser responsáveis por ela, - disse Marvin.

Mary entendeu bem o que Marvin quis dizer, mas a resposta que ela tinha para essa pergunta, não era a que ele queria ouvir.

- a promotoria de juízo de menores, achou por bem os senhores ficarem com a guarda dela até algum responsável por ela ser encontrado, até lá infelizmente os senhores ficarão responsáveis por ela.

Marvin olhou para Meg com um olhar fumegante e balançando a cabeça.

Meg sentindo-se culpada abaixou a cabeça com os olhos lacrimejando.

- eu sei que devem ter seus problemas, mas como foram vocês que a encontraram e voluntariamente se ofereceram a ajudá-la, o juiz achou por bem, ela ficar com vocês, em vez de mandá-la para um abrigo, mas acredito que até no Maximo este final de semana, encontraremos sua família, preciso agora conversar com ela a sós.

 

Meg subiu com Mary até o andar de cima, onde ficava o quarto de brinquedos, pediu para que Olga ficasse. Enquanto isso, a senhora Mary ficou a sós com Olga.

Depois de alguns minutos, Mary desceu sorrindo e abraçada á menina.

Mary chamou o casal de lado e disse que a menina provavelmente sofreu algum trauma, não se lembrava da família, nem de onde morava, mas disse que estava feliz ali, e também não soube explicar o que estava fazendo na estrada.

 

- vou levar o relatório para o juiz avaliar, e o caso para a central de pessoas desaparecidas, fiquem com o meu cartão para qualquer eventualidade, e no mais tardar, até o final de semana teremos uma definição de onde ela irá ficar, tenham uma boa tarde.

Meg a acompanhou a assistente até a porta e despediu-se.

- falei que sua ideia não iria dar certo, eu falei, - disse Marvin em tom de raiva.

- é, tenho que admitir que você estava certo, mas agora temos que esperar.

 

Marvin tinha seu escritório e consultório em Topeka, capital de Kansas, já Meg tinha seu próprio escritório em casa, assim poderia cuidar da casa e levar as crianças pra escola, era segunda feira, Mirra e Steffi entravam na escola ás 7:30 e a tarde iam para a escola de musica, naquela segunda feira, as meninas não foram para a escola, mas á tarde, Meg as levou para a aula e musica, ficando em casa a sós com Olga, já que Marvin foi trabalhar.

Sozinha em casa com Olga, Meg tentou conversar com a menina, mas Olga a fritava com os olhos, deixando Meg amedrontada.Sem conseguir descobrir nada da garota, a deixou no quarto com sua boneca enquanto ligava para os clientes agendando visitas.

Meg começou a ouvir vozes, não era de Olga, mas de alguém, uma outra menina com fala rouca e quase não dava para entender, quando Meg se aproximou para ouvir na porta, ela foi puxada pelos cabelos violentamente para dentro do quarto, uma força sobrenatural a jogou fortemente nas paredes, seus cabelos foram arrancados em tufos.

Seus gritos não eram ouvidos por ninguém, seu corpo parecia uma boneca gigante que era jogada para todos os lados, suas pernas e mãos sofreram fraturas expostas e o sangue correu pelas paredes, Olga de pé em cima da cama dava gargalhadas enquanto observava o espírito daquela boneca sacudindo o corpo daquela que tentou lhe ajudar, Meg já não gritava mais, seu corpo não reagia, Meg estava morta!

as luzes acendiam e apagavam enquanto as portas e janelas abriam e fechavam quando algo sobrenatural saiu puxando o corpo de Meg pelo corredor da casa, saiu para fora e bateu a porta fortemente.

 

As horas se passaram. Meg não apareceu para pegar as meninas na escola, mirra preocupada ligou para o pai.

- pai, faz tempo que estamos esperando a mãe vir nos buscar e até agora não apareceu, o que a gente faz?

- como assim, ela nunca se atrasou para pegar vocês, já ligaram pra ela?

- já sim, mas o celular só toca, ela não atende.

- tudo bem, fiquem dentro da escola que já estou indo buscar vocês.

Preocupado, Marvin ligou varias vezes para a esposa, mas o telefone só chamava, depois de trinta minutos finalmente chego á escola, Mirra e Steffi o esperavam na secretaria. Marvin pressentiu que alguma coisa séria havia acontecido, Meg jamais se atrasou para pegar as meninas na escola, muito menos ficou sem atender ao telefone, embora estivesse preocupado, não queria transparecer para as meninas.

Já dentro do carro... – pai, o senhor conseguiu falar com a mamãe? – perguntou Mirra.

 

- não filha, provavelmente ela deve ter ido visitar algum cliente e se atrasou e o celular deve estar no vibra, e não percebeu que ligamos.

- é, mas ela poderia ter ligado pra gente, ela nunca fez isso. – completou Steffi.

 

Marvin sem respostas ficou calado enquanto dirigia, já chegando perto de casa, viu movimento de viaturas e ambulâncias numa rua próximo de casa, sem poder ver o que se tratava, ele seguiu até sua residência. Ao chegar, a televisão da sala estava ligada, na sala que servia de escritório de Meg não havia ninguém o computador ainda estava ligado e o celular encima da escrivaninha.

- Mãe! Mãe! Mirra entrou chamando pela mãe. O coração de Marvin batia fortemente. Ao fazer buscas pela casa, não encontraram Meg, Marvin foi até o quarto de onde Olga ficava, assim que abriu a porta, viu Olga deitada dormindo ao lado da boneca, estava tudo arrumado e limpo como se nada tivesse acontecido.

- Olga acorde, você sabe onde Meg está?

Ainda sonolenta a menina se sentou na cama. – Meg? Ela estava sentada em frente ao computador, como estava frio, fui deitar e acabei dormindo – respondeu Olga.

 

O telefone da casa tocou, - é a mamãe, disse Steffi, e correu para atender. Uma voz do outro lado pediu para falar com seu pai. – pai, é uma mulher, ela quer falar com o senhor.

- senhor Mackenzie, aqui é a oficial de policia Laila, teve um acidente aqui na Rua Saint Paul, talvez o senhor conheça a vitima, posso enviar um oficial para busca-lo?

- a senhora disse uma vitima, é mulher?

- é melhor o senhor vir, um oficial ficará cuidando das crianças.

Uma viatura encostou-se à frente da casa de Marvin, dois oficiais desceram.

- senhor Mackenzie, não sabemos que é a vitima, ela está sem documentos, mas uma moradora disse que talvez o senhor a conheça. Sugiro não levar as crianças, o cabo Maurice ficará aqui com elas até o senhor retornar. Marvin acalmou as crianças dizendo que só ia ver o acidente, que já estava voltando, Mirra e Steffi ficaram chorando querendo ir com o pai, enquanto Olga ficou na sala só observando o movimento.

 

Ao chegar ao local, muitos curiosos observavam o corpo sob o lençol no asfalto. – senhor Mackenzie, sou a tenente Laila, o senhor tem que ser forte, ela está muito machucada, mas infelizmente só o senhor pode identificar. Tremendo muito Marvin levantou o lençol térmico que cobria o corpo. – oh meu Deus Meg! O que fizeram com você? O que estava fazendo aqui? Marvin desabou sobre o corpo da amada em prantos e gritando alto, - por quê? Por que Isso aconteceu? O que vai ser de nós Meg? Oh meu Deus!

Vizinhos, curiosos e os policiais se comoveram com a dor de Marvin e também não evitaram as lagrimas. Um médico e um enfermeiro retiraram Marvin de cima do corpo. - calma senhor, sente-se, infelizmente o senhor tem que se controlar, as crianças vão precisar muito do senhor. Marvin mesmo descontrolado com a situação ouviu e entendeu as palavras do médico, enquanto o corpo de Meg era colocado na ambulância e levado para o necrotério onde o corpo seria examinado para autópsia. Marvin aos prantos ligou para a família de Meg os sogros e os pais de Marvin estavam vindo para Dodge City, onde ficariam com as crianças e dariam apoio a Marvin e os auxiliariam com o funeral.

Sem saber o que fazer Marvin pediu ajuda aos policiais, uma assistente social foi chamada para dar assistência tanto para Marvin como principalmente para as filhas. Amigos do casal assim que souberam da noticia na televisão, correram para dar apoio a Marvin e as crianças enquanto as famílias não chegavam. Marvin retornou para casa depois de responder algumas perguntas para os investigadores. Dodge City era uma cidade tranquila e quase não havia esse tipo de acontecimento, foi um choque para os moradores. Policiais e peritos analisaram o local do acidente e não encontraram nenhum vestígio de que ela sofreu atropelamento, nenhuma marca de freada no asfalto, pedaços de vidros ou alguma parte do carro. – parece que o corpo dela foi simplesmente deixado aqui, não tem explicação, não há sinais de rastro de sangue no asfalto, o seu corpo teria que ser arrastado ou arremessado, deixando sinais, mas não há nada disso aqui, - comentou o perito criminal Lewis.

A vida dos Mackenzie jamais será a mesma, quando Marvin chegou em casa, seus amigos e uma assistente já estavam com as crianças. Dois policiais ficaram do lado de fora da casa. Naquela altura as meninas já sabiam o que tinha acontecido e correram ao encontro do pai, por um instante eles ficaram a sós.

 

Marvin abraçou as filhas e conversou com elas, depois foi conversar com Olga. – Olga, você estava em casa, me diga o que aconteceu, o que Meg foi fazer lá fora?

- senhor Marvin, respondeu Olga sem demonstrar nenhum sentimento, - ela estava sentada mexendo no computador, aí o telefone tocou, ela atendeu e saiu; eu estava vendo desenho, como ela demorou a voltar, resolvi ir deitar e acabei dormindo, só acordei quando o senhor chegou. Desconfiado da versão da menina, Marvin fingiu acreditar na sua historia, ele sabia que Meg jamais sairia sozinha e a pé até aquela rua, onde as casas eram bem distantes uma das outras e não havia clientes naquela redondeza. Depois de conversar com a assistente e mais calmo, Marvin foi interrogado. Louise amiga e vizinha do casal fez um lanche e suco para as meninas e café para Marvin, já passava da meia noite, quando os parentes de Meg e de Marvin chegaram, se cumprimentaram, choraram e Marvin contou a historia de tudo como tinha acontecido, ninguém conseguia entender o que ela estava fazendo àquela hora, naquele local, um mistério a ser desvendado.

 

Do instituto medico legal, um policial ligou para Marvin comparecer. Marvin seguiu para o instituto acompanhado do pai e do sogro.

- senhor Mackenzie, desculpe incomoda-lo, mas faz se necessário pela circunstância, preciso fazer algumas perguntas para o senhor, - disse o detetive Paul.

- claro detetive, pergunte o que for necessário.

- ok, como estava a relação de vocês, ouve alguma briga, ou algum desentendimento entre o senhor e sua esposa?

- não entendi o senhor, está desconfiando de mim? Isso é um absurdo!

- desculpe-me, é praxe do interrogatório, não descartamos nenhuma hipótese, só responda sim ou não.

- mas é claro que não, eu e Meg somos, “éramos” apaixonados, jamais tivemos alguma briga séria, só coisinhas do dia a dia, como educar as meninas.

- alguma discussão recentemente?

- bem, nós não nos entendemos muito bem, como o senhor deve saber, tem uma criança em casa que ela recolheu na rua, sem saber quem ela é de onde veio, não concordei com o fato de ela aceitar deixa-la em casa enquanto a policia e o juizado de menores encontram uma decisão, mas tirando isso, tudo estava perfeito.

- o senhor ou ela sofreram algum tipo de ameaça por parte de alguém, algum cliente, ou concorrente nos negócios?

- não senhor, eu trabalho para alguns clientes fixos, e Meg era a única que tinha escritório aqui na cidade, não há concorrentes por aqui, mas porque das perguntas detetive?

- venha, vou lhe mostrar.

 

O detetive levou Marvin até onde o corpo de Meg estava deitado para autópsia, seu pai não foi autorizado a entrar.

- sei que é doloroso para o senhor, mas tem que ser forte, pelos ferimentos no corpo dela, suspeitamos que não foi atropelamento.

Espantado com o que o detetive disse, Marvin perguntou: - não foi atropelamento? Mas como, ela estava no meio da rodovia toda retorcida, com fraturas expostas.

- sim, mas o senhor percebeu que não havia sinais de freadas de pneus no asfalto, nem pedaços de alguma parte do carro, como farol quebrado, para-lama, etc.

- mas o que o senhor supõe que tenha acontecido?

- não posso afirmar ainda, mas observe o corpo dela, o legista virou o corpo de Meg, está vendo essas marcas? Parecem unhas, garras de algum animal, pelas fraturas na cabeça, braços e pernas, foi se como tivesse sido jogada á distancia, seu corpo foi simplesmente deixado na estrada para parecer acidente, mas pode ter certeza que ela não foi morta ali, - disse o detetive Paul, com a aprovação do legista de traços alemão, doutor Hans.

- oh Meg, quem fez essa maldade com você querida, quem poderia lhe fazer tanto mal?

- senhor Marvin, sua esposa foi violentamente espancada e jogada da estrada, esse será o laudo da autópsia, morte por espancamento, - disse o legista. – agora o senhor já pode ir até a funerária e tomar as procedências necessárias.

 

Marvin saiu da sala levando o documento e foi com o pai dar entrada no funeral. Passou a madrugada toda resolvendo a burocracia, pela manhã o corpo de Meg já tinha sido levado para a capela do cemitério do Estado onde Meg nasceu,Louisiana.O corpo seria velado pela família e amigos. Foi tudo muito rápido, parentes, amigos, vizinhos, clientes velaram e acompanharam o sepultamento de Meg, ao lado do caixão antes de descer á sepultura, Marvin e as filhas deram o ultimo adeus a Meg, Olga também estava ao lado segurando a sua boneca de porcelana, antes de fechar o caixão, Olga se aproximou e disfarçadamente colocou a boneca entre as flores dentro do caixão, os coveiros se aproximaram, tamparam e o lacraram. O caixão desceu á sepultura sob choros e aplausos para Meg, uma mulher determinada, mãe, companheira e acima de tudo, admirada e amada por todos.

 

Passou-se uma semana, Marvin ficou esses dias na casa dos pais. Na volta para Dodge City, sua mãe, dona Clarice o acompanhou para ajudar o filho. Olga simplesmente era outra criança, ficou amiga das meninas, era dócil e obediente e respeitava muito á Marvin como se fosse seu pai. Aos poucos ela conquistava o coração de Marvin. Questionada por dona Clarice, Olga não sabia muito bem o que havia acontecido com ela, mas tinha vagas lembranças de algumas pessoas, talvez seus pais e um cachorro que era o que mais se lembrava perfeitamente, era um cão pequeno e marrom. Numa sexta feira, o detetive Paul e a assistente Mary bateram á sua porta, era pouco mais das 10: hrs. – bom dia senhor Marvin, podemos entrar? – perguntou Paul.

- claro. Alguma novidade detetive?

- sim, mas poderíamos conversar num lugar tranquilo?

Marvin os levou até o andar de cima, na sala onde era o lugar preferido de Meg.

- que quadros lindos, senhor Mackenzie! –disse Mary.

- são sim, foi pintado por Meg, ela ficava horas pintando enquanto observava a paisagem e as crianças lá embaixo brincando na grama. Lagrimas desceram pelo rosto de Marvin.

- desculpem-me, é que ainda não me acostumei, sinto muito a sua falta, mas me digam o que tem de novidade, descobriram algo sobre a família de Olga e do acidente de Meg?

- foi feita nova pericia no local onde Meg foi encontrada, mas nenhuma evidencia foi encontrada, também foi comprovado que ela foi morta em outro local, mas quem e como seu corpo foi deixado ali, não conseguiram explicações, se eu acreditasse diria que foi algo sobrenatural, falando nisso, o senhor não observou alguma coisa estranha antes nem depois da morte de Meg?

- sabe detetive, Meg começou a ter algumas mudanças depois que conhecemos Olga, ela e aquela boneca estranha não se separavam, quando Olga ficava longe da boneca, era outra criança, mas quando estava a segurando, sua aparência e comportamento mudavam, como se a gente fosse estranhos e queriam lhe fazer mal.

- o senhor disse uma boneca, ela ainda está com ela, pelo que vimos Olga está muito bem com suas filhas.

- Sim, ela mudou bastante depois da morte de Meg, achei estranho no começo, mas acredito que era só impressão, mas agora que percebi; não a vi mais com a boneca desde o funeral.

 

- é que a historia que descobrimos de Olga e sua família, está relacionada com esta boneca, Olga está muito distante de casa, Olga era filha única, ela e seus pais moravam numa pequena chácara na cidade do Alabama, depois de interrogar os vizinhos, quem deu informações importantes foi uma menina de doze anos, ela disse que o dono de uma chácara vizinha, resolveu escavar um poço artesiano e descobriu que havia uma construção antiga debaixo do terreno, encontrou alguns objetos antigos dentro de uma caixa, algumas moedas de ouro, uma foto antiga já bem gasta de uma velha que segundo a menina parecia uma índia, segurando uma boneca igual toda espetada com espinhos. O dono da chácara pegou as moedas e jogou a caixa com a boneca e a foto no mato, essa mesma menina juntamente com Olga viram onde o homem jogou a caixa, e foram ver. A boneca estava lá, juntamente com a foto da velha índia e algumas penas coloridas manchadas de tinta vermelha, que acreditamos ser “sangue”, assim que encontraram a caixa ela pegou a boneca porque a queria, mas assim que a pegou na mão, sentiu um calafrio e a boneca praticamente se jogou das suas mãos, com medo ela não quis mais a boneca, assim que Olga a pegou, os olhos de vidro da boneca se abriram e ficaram vermelhos, Olga segurou firme a boneca e saiu correndo para sua casa, eu fui logo atrás, mas depois disso coisas estranhas começaram acontecer com Olga e sua família. Olga não procurava mais as amigas nem saia de casa, depois de alguns dias os vizinhos perceberam que seus pais também sumiram e resolveram ir visitar sua casa pra ver se estava tudo bem, mas só encontraram o cachorro Cocker marrom que correu de alegria quando os viram chegando. Olga e seus pais não estavam em casa, não havia ninguém, na mesa os pratos e panelas do almoço ou jantar, ainda estavam sobre a mesa, um dos vizinhos ligou para a policia e começaram a vasculhar o local, depois de duas horas vasculhado beiras de rios e matas, finalmente encontraram os pais de Olga, seus corpos foram encontrados com múltiplas fraturas jogados sobre uma pedra logo abaixo de um barranco, como se tivessem caídos lá de cima sobre a pedra, mas não havia vestígios de sangue na pedra. Até agora não descobriram nada e as mortes foram dadas como acidente, não se tem noticias sobre parentes do casal morto, assim Olga se tornou órfã. Isso foi á oito semanas atrás, coincidentemente quando a encontraram na rodovia.

- mas justamente nós, estávamos tão felizes pela viagem, ainda avisei para Meg que não era boa ideia, mas para não contraria-la acabei acatando seu desejo.

- poderia ter acontecido com qualquer família que estivesse passando naquele momento, infelizmente foram vocês – respondeu Mary.

- e o que vai acontecer com Olga agora? – perguntou Marvin.

- Olga vai para um orfanato em Missouri, ficará lá até ser adotada por uma família, ou até algum parente a procurar – respondeu Mary.

- mas estou aqui pensando, se Olga não está mais andando com a boneca, onde ela a deixou? – perguntou Paul.

- é uma boa pergunta, nessa correria e preocupado com as meninas, nem me dei conta desse detalhe, porque não a chamam e conversam com ela.

Mary desceu as escadas e pediu para que Olga subisse sozinha, enquanto isso Mirra e Steffi ficaram com a avó. Assim que ela entrou na sala, Marvin a abraçou carinhosamente e pediu para responder as perguntas de Paul, ela não hesitou e disse que sim.

- Olga, o que aconteceu com seus pais, você se lembra de alguma coisa? E aquela boneca que você encontrou, ainda está com você?

- ah tio, eu lembro que morava em algum lugar com muitas arvores, Marvin já me perguntou da minha família, mas só lembro um homem e uma mulher, mas não me lembro de mais nada, só de um cachorrinho marrom, quanto a boneca eu não sei que boneca vocês estão falando, nunca tive boneca, aqui foi a primeira vez que brinquei com elas, mas eu não gosto, tenho medo delas, prefiro brincar com outros tipos de brinquedo.

 

Meg realmente não se lembrava de nada, e não poderiam culpa-la, era apenas uma criança que foi usada pelo mal. Segunda feira Meg foi levada pela assistente social para o orfanato, Meg chorou muito e dizia que não queria ir, Marvin mesmo comovido e ouvindo das filhas para o pai não deixar que a levassem, Marvin não queria se envolver mais com Olga. No dia seguinte Mary retornou com um juiz e sob muita tristeza de Mirra e Steffi, olga partiu chorando, Marvin mesmo sabendo do sofrimento de olga, não quis mudar o destino da menina nem o da sua familia, ele achou melhor assim.

 

Depois de seis meses, Marvin buscou informações na internet sobre casos de vodu. Encontrou algo semelhante e procurou um homem na cidade conhecido como caçador de bruxas pelo fato de descobrir pessoas que praticavam magia negra e vodu. Stefan um sul africano naturalizado americano, morava em Kansas City, tinha uma loja de artigos religiosos e artes africanas. Marvin o procurou e contou do caso de Olga e a boneca. Stefan disse que se tratava de um ritual vodu indígena, quando um espírito mau aparecia na aldeia, o pajé ou um feiticeira da aldeia capturava o espírito e o aprisionava num boneco de pano, a pessoa possuída era imobilizada e uma parte de seu sangue era jogado dentro da boneca de pano, e com rituais de rezas o espírito era transportado para a boneca ou boneco, dependia se o corpo que o espírito se apoderava, para o espírito não conseguir sair, usavam agulhas feitas com espinhos e embebidos em sangue e espetados no boneco para impedir que saísse. O pajé ou feiticeira os colocava dentro de alguma caixa e enterrava em algum lugar de difícil acesso e só quem a enterrou sabia onde estava. Assim não corria o risco de alguém por maldade querer soltar o espírito para fazer mal a alguém. Com o avançar dos tempos esses rituais foram acabando, já que os espíritos foram desaparecendo, mas há uns quarenta anos atrás houve noticias que esses espíritos voltaram e os pajés e feiticeiras das aldeias já estavam mais atualizados ao mundo moderno, em vez de aprisionar os espíritos em bonecos de pano, acharam melhor fazer isso com bonecas, provavelmente onde Olga encontrou a boneca já foi povoado por índios, e naquele lugar foi enterrado a boneca por um pajé, o problema é que com o passar do tempo os espinhos apodrecem e o espírito só está aguardando alguém encontrar e abrir a caixa para ele ser liberto. Por algum motivo Olga conseguiu se livrar da boneca e seria importante descobrir onde ela a escondeu, porque quando alguém a encontrar, será tomada pelo espírito do vodu, a única maneira de se livrar de uma vez, é encontrar a boneca e queimá-la, o problema é encontrá-la, depois de livre, o espírito usará de persuadição para escolher quem vai encontrá-lo, tem que achar onde ela guardou a boneca e queima-la.

 

Depois de ouvir tudo do caçador de bruxas, Marvin ficou preocupado onde Olga poderia ter deixado a boneca. Essa duvida Marvin não iria resolver, mas com certeza ele sabia que a boneca não estava na sua casa, pois ele vasculhou cada centímetro e cada canto.

 

Passou-se quatro anos, na semana seguinte seria o dia de retirar os ossos de Meg da sepultura, uma onda de tempestade estava prevista, o cemitério onde Meg foi enterrada ficava numa parte alta e mais abaixo se encontrava o mar, com as fortes chuvas o terreno onde ficava o cemitério cedeu, vários Túmulos desceram morro abaixo e os ossos mortais se perderam no mar, inclusive os restos de Meg.

 

Tempos depois, levada pelas ondas do mar,a boneca apareceu boiando numa praia de Cuba, onde havia muitos turistas se banhando e tomando sol. A onda levou a boneca até a beira da praia, onde uma menina brincava sentada fazendo castelo de areia. Assim que a menina a pegou, os olhos da boneca ficaram vermelhos. A menina de cabelos loiros, saiu correndo entre a multidão e desapareceu abraçada com a boneca.

THE END...

 

 

Cido Fernandes
Enviado por Cido Fernandes em 04/05/2013
Reeditado em 17/04/2023
Código do texto: T4273966
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