Medo do escuro
Jonatas andava pela rua a passos largos, um suor frio e incomodo descia pela sua face, os postes, com sua coloração laranja, deixavam as sombras fantasmagóricas ainda mais medonhas. Não olhe para trás. Os passos de Jonatas ecoavam pela rua de paralelepípedos do ele estava sozinho, não estava?
Um pingo, depois outro, uma chuva torrencial começou a desabar sobre a cabeça dele. Mas que porcaria! O homem sozinho na rua agora ia o mais rápido possível, as sombras pareciam olhar atentas para ele, vultos se moviam, eles estavam de olho nele, nunca o deixariam escapar.
De repente tudo ficou escuro, Jonatas entrou em pânico. Não, meu Deus, não! Alguém havia desligado os postes. Agora eles os pegariam, como um rato preso em uma armadinha, pobre homem... Seria aprisionado, torturado e morto! Não mais andava, corria, corria rumo à escuridão, sem destino, só corria, não escutava outros passos, como escutaria? O barulho da chuva era intenso, o pingo grossos batiam nos já tão sofridos paralelepípedos. Nunca mais veria sua família, sua filha, quem criaria sua filha? Jonatas entrou em pânico, se encostou em um poste, pelo menos achava que era isso, olhou ao redor, não conseguia ver nada. Começou a chorar e rezou, com todas suas forças, se agarrava ao poste como se estivesse suspenso em um penhasco, não podia solta-lo, não podia, não podia, não podia...
Um leve brilho iluminou sua cabeça, o poste! A luz voltara! Lentamente a rua voltava a ficar iluminada, Jonatas olhava, procurava, nada, ninguém, estava sozinho. Maldito medo do escuro!
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