MEU AMOR É UM VAMPIRO (cap. 13)
Aline também se sentia enfeitiçada. Desde aquela noite em que o homem misterioso a levara até em casa, protegendo seus passos sem nada pedir em troca, não pensava em outra coisa. As notas passaram a cair vertiginosamente e a garota temia a hora em que seus pais descobrissem seu fraco desempenho escolar, logo ela, a melhor aluna da turma.
Com a mente eternamente nas nuvens, Aline dava um jeito de driblar a vigilância severa dos pais e, sempre que podia, saía sozinha para tentar encontrar o homem misterioso. Já tinha prometido para si mesma que da próxima vez que se deparasse com ele, daria um jeito para conversarem. Aline sonhava com o forasteiro 24 horas por dia, o que tornava sua vida um tormento. Quando ele iria aparecer novamente?
Naquele anoitecer Aline estava mais angustiada que de costume. Não conseguia se manter parada. Andava de um lado para outro na casa, observando com inveja a calma de Kassandra que estudava e os pais absortos conferindo alguns documentos da igreja. De repente teve uma idéia. Foi até o pátio, colocou Diana na coleira, voltou até a sala e anunciou em alto e bom som:
- Vou passear com Diana.
Aline sentiu todos os olhos da família pousar sobre ela, mas nada a faria desistir de sair para a rua e procurar o homem.
O pastor tirou os óculos e perguntou surpreso:
- Agora? Você sabe que horas já são?
- Sei. Ainda é cedo. Qual é o problema? - perguntou ela, desafiadora.
- Dois problemas - respondeu Laura. - Você não fez suas tarefas escolares e morre de medo de sair à noite, sozinha. Não estou entendendo.
- Não tenha tarefa alguma - mentiu Aline, decidida, porém nervosa - e Diana me protege.
- Minha filha - ponderou o pastor - nunca nada aconteceu nesta cidade, mas...
-... mas nada vai acontecer hoje, pai. Só quero levar Diana para passear. Vou até a esquina e volto. Veja, ela está inquieta.
Impassível, Diana observava a cena sentada no chão e não parecia estar com muita vontade de sair pelo modo que resistia aos puxões nervosos de Aline na coleira.
- Não sei se é Diana que está inquieta... - comentou a mãe, desconfiada.
- Não se preocupem - falou Kassandra, apaziguadora, largando o livro na mesa. - Eu vou com Aline. Quero mesmo arejar a cabeça.
Quando Kassandra percebeu o olhar lancinante que a irmã lhe enviou, teve ímpetos de desistir. Porém a mãe foi logo dizendo:
- Boa idéia. Assim fico mais descansada.
Aline, sem se despedir, arrastou Diana para a rua, seguida de Kassandra que vinha logo atrás. Nos primeiros cinco minutos de passeio Aline não falou nem olhou para a irmã, que, constrangida, perguntou:
- Você iria se encontrar com alguém?
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