Telefonema do Além
O telefone jamais esquece de tocar. Preparava um almoço para o dia de verão. Decorava um bonito prato de salada mista. A cozinha estava aconchegante. No gabinete, alguém desejava minha presença. Interrompi a tarefa muitas vezes. Quando estava concluindo, deixei o telefone chamando, me demorei. No último toque, coloquei o fone ao ouvido:
– Alô! Alô!
– É a tia Julia.
– Sim... Silêncio... Pode falar. Escutei.
– É a tia Julia.
E continuava, aflita:
– É a tia Julia.
Que estranho, não dizia mais nada. Quem será? Pensei. Falei de novo.
– Sim, pode falar.
– É a tia Julia, sussurrou.
Tive uma ideia e perguntei:
– Com quem a senhora quer falar? Outro murmúrio.
– É a tia Julia.
Repeti a pergunta. Aquela voz fraquinha, sonora respondeu:
– Com a Eliane.
– Ah! Não é aqui.
Desliguei de imediato, toda arrepiada, pensando: que estranho, não conheço nenhuma Julia. Tia! Que tia?
Aquele fato ficou martelando na minha cabeça e a voz soando nos meus ouvidos.
Uma intuição informou-me: a tia Julia que falava é a tia do meu coração, com quem convivi desde criança, abraçou-me um dia antes da sua viagem para o Além. Faz mais de vinte anos! Perguntei-me por que Eliane e encontrei explicação. É o nome de uma das suas netas, minha prima em segundo grau. Fui advertida de que o vínculo afetivo permaneceu forte.
É fantástico!
Até o telefone facilita a comunicação com o Além.
O telefone jamais esquece de tocar. Preparava um almoço para o dia de verão. Decorava um bonito prato de salada mista. A cozinha estava aconchegante. No gabinete, alguém desejava minha presença. Interrompi a tarefa muitas vezes. Quando estava concluindo, deixei o telefone chamando, me demorei. No último toque, coloquei o fone ao ouvido:
– Alô! Alô!
– É a tia Julia.
– Sim... Silêncio... Pode falar. Escutei.
– É a tia Julia.
E continuava, aflita:
– É a tia Julia.
Que estranho, não dizia mais nada. Quem será? Pensei. Falei de novo.
– Sim, pode falar.
– É a tia Julia, sussurrou.
Tive uma ideia e perguntei:
– Com quem a senhora quer falar? Outro murmúrio.
– É a tia Julia.
Repeti a pergunta. Aquela voz fraquinha, sonora respondeu:
– Com a Eliane.
– Ah! Não é aqui.
Desliguei de imediato, toda arrepiada, pensando: que estranho, não conheço nenhuma Julia. Tia! Que tia?
Aquele fato ficou martelando na minha cabeça e a voz soando nos meus ouvidos.
Uma intuição informou-me: a tia Julia que falava é a tia do meu coração, com quem convivi desde criança, abraçou-me um dia antes da sua viagem para o Além. Faz mais de vinte anos! Perguntei-me por que Eliane e encontrei explicação. É o nome de uma das suas netas, minha prima em segundo grau. Fui advertida de que o vínculo afetivo permaneceu forte.
É fantástico!
Até o telefone facilita a comunicação com o Além.