MEU AMOR É UM VAMPIRO (cap. 8)

Depois de um inverno frio e chuvoso, Aline acordou no primeiro sábado de primavera com o sol entrando pela janela do quarto. E aquele dia prometia. À tarde haveria treino do time de vôlei da escola. Já havia combinado com o pai de ele lhe levar depois das quatro horas da tarde para a quadra. Aline era uma das melhores jogadoras da turma e a grande esperança de vencer o campeonato entre as escolas da região.

Suas esperanças, porém, foram literalmente por água abaixo no início da tarde. Enquanto procurava as roupas do treino, a claridade do lado de fora pareceu desaparecer subitamente. Antes que chegasse até a janela, Kassandra entrou no quarto com uma expressão ligeiramente assustada.

- Acho que vai cair uma tempestade daquelas.

Ambas se aproximaram da janela tensas. Uma nuvem grossa de chuva se espalhava por toda Rosas. O vento varria as ruas, jogando poeira para todos os lados. Aline tremeu.

- Meu Deus, Kassi. Parece o fim do mundo.

Kassandra olhava para fora sem poder acreditar nos seus olhos. Poucos minutos antes o céu estava completamente azul.

- Não entendo… Não havia nenhuma previsão de chuva.

Um raio forte cruzou o céu, seguido logo depois de uma trovoada imensa. As duas irmãs estremeceram ante o barulhão. Kassandra pegou o celular e começou a ligar para alguém.

- Para quem você está telefonando? – Aline estava pálida.

- Preciso saber onde estão nossos pais.

Felizmente Romeu e Laura estavam seguros na igreja. Kassandra desligou o telefone, falando rapidamente:

- Mamãe disse para conferirmos se todas as janelas estão fechadas. E que nós não saíssemos de casa de maneira nenhuma.

A mente de Kassandra voou direto até Rafael. Será que ele estaria bem protegido?

- Espero que meu amor esteja em casa...

- Ah sim, com certeza. Depois da noitada de ontem com os amigos, ele deve estar atirado bêbado em cima da cama.

Kassandra estava pronta para dar uma resposta desaforada para sua irmã caçula, quando Aline deu um grito. E ficou mais pálida do que já estava.

- Diana! Ela está lá no pátio!

Sem esperar pela resposta da irmã, Aline saiu correndo do quarto e desceu os degraus de dois em dois. Escutando os uivos sinistros do vento lá fora, a garota atravessou a sala e a cozinha, alcançando a porta da área. Mal a abriu e o vendaval quase lhe atirou ao chão.

A cena era de dar medo. O vento derrubara o balanço de Laura e as roupas no varal estavam a ponto de serem levadas pelos ares. No canto, a casinha de Diana estava virada. Ao lado, a cadelinha gania encolhida na parede.

Lutando contra o vento e seu medo, Aline enfrentou a força dos ventos e cruzou o grande pátio para buscar Diana. A poeira lhe fustigava o rosto, os braços e as pernas, enquanto juntava a cachorra do chão e retornava para dentro de casa. Diana veio esperneando no seu colo, apavorada. Empurrando a porta, Aline praticamente se jogou dentro da cozinha, enquanto Diana corria para se esconder atrás da geladeira.

Aline retornou à sala ao mesmo tempo em que a chuva desabava de vez sobre Rosas. Kassandra brigava com as cortinas para fechar as vidraças. Afobada, ela se virou para a irmã mais nova e falou quase gritando:

- Corra para o seu quarto e feche tudo. Não tive tempo de fazer isso para você!

Aline fez o caminho de volta, escutando a chuvarada cair sobre a casa. No quarto a água entrava livre, molhando tudo o que estava próximo à janela e quase atingindo sua cama. Soltando um palavrão - o pastor esfregaria sabão na sua boca se a ouvisse falando palavras sujas -, Aline se aproximou da janela, temendo pelas pessoas que não haviam conseguido abrigo contra a fúria dos céus.

Havia um carro parado do outro lado da rua.

Leia o final do capítulo 8 - A Tempestade - de Meu Amor é um Vampiro acessando o blog www.vampirespati.blogspot.com.br.

Patrícia da Fonseca
Enviado por Patrícia da Fonseca em 17/03/2013
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