• JOKER: SOPHIE ¹

- Bom dia Carissima!

- Quem é você?

- Quem sou eu, Sophie?

- Pude ouvir seu chamado...

Sophie sabia quem era, de certa forma, mas nunca poderia imaginar que seria capaz de algo, com tamanha ousadia e audacia, foi quando cobrindo o corpo com o lençol, indagou:

- Como entrou em meu quarto?

- O que quer agora?

- Calma sophie, tenho apenas um proposta para você...

- Mas compreenderei caso não queira ouvir.

Sophie olhou ao redor, acordara sentindo como estivesse sendo observada, e ao olhar em direção aos pes da cama, aquela silhueta formou em meio a penumbra, não podia ver o rosto detalhadamente, mas o brilho dos olhos, esses eram perceptiveis e nitido em meio a escuridão, foi quando indagou:

- Posso acender a luz?

- Não, tudo ao seu tempo...

- Por que todo esse misterio?

- Por que não posso ver você?

Sophie queria saber, por que aquele ser parecia saber tanto sobre ela, e tudo que sabia sobre aquela criatura, é que possuia uma silhueta e idéias, que apreciava, e que causava um fascinio que tentava compreender, indagou novamente:

- Por que não posso ver você?

Houve um silencio acompanhado, de um sorriso, que imaginou formar no rosto dele, foi quando disse:

- Tudo bem, não vou insistir...

Sophie pode vislumbrar um brilho no olhar dele, de um jeito irritante, sentia exercer uma influencia sobre seus sentidos, mas sabia que exercia sobre os sentidos dele, uma atração e fascinio, um encantamento, que podia sentir no jeito carinhoso e dedicado dele, diante dela. Ficou em silencio, e pode sentir o vulto aproximar lentamente dos pes da cama, imaginou gritar pedindo por socorro, em uma atitude de auto defesa, de preservaçao natural, mas de alguma forma, sentia que aquele ser, não causaria qualquer mal. Mais proximo, pode sentir um aroma de canela, um aroma sutil, que atraia e instigava o olhar atento dela, aquele olhar em que mesmo que pudesse não poderia ocultar aquele brilho lascivo, os sentidos aguçados, e sorrindo disse:

- Eu conheço esse aroma...

- Certamente conhece, Sophie...

Ficou em silencio, olhando para a silhueta dela, formada sob o lençol, uma forma feminina sinuosa e voluptuosa, que atraia sua atençao naquele momento, foi quando Sophie indagou:

- O que está olhando?

- Apenas apreciando.

- Sou apreciador de obras primas.

- E sabe que aprecio detalhes.

- E esses detalhes sob o lençol merecem ser apreciados minuciosamente

- Com todos os sentidos intensa e prazerosamente.

- Aprecio ver além do que pode ser visto...

- E o que vê, meu caro?

- O que realmente pode ver?

- O que vejo posso detalhar em sua pele, caso queira...

Sophie sentiu um calafrio, como uma brisa quente acariciasse todo seu corpo, em um progressivo e exciante contato, foi quando indagou:

- E qual seria sua proposta, meu caro?

- Para fazer urgente essa visita noturna.

- Não viria apenas pelo meu chamado

- O que quer de mim, meu caro?

Pode ver o brilho nos olhos dele, que aproximou um pouco mais sentou sobre a cama, olhando para o corpo dela, e sorrindo disse:

- Nada melhor do que uma visita surpresa, não é mesmo?

- Assim poderia surpreender você.

- E poderia ver sua naturalidade exposta em nuances

- Mas não é justo...

Sophie exclamou, lembrando que parecia estar completamente desnuda diante do olhar dele, que sorrindo disse:

- Não, não é justo...

- Mas a vida não é justa.

- E lembre, não falamos de justiça nesse momento, não é?

Sentiu seu pé ser acariciado sob o lençol, primeiramente com a ponta dos dedos, para em seguida, por toda mao dele, que sorrindo disse:

- Por que o silencio agora?

- Essa audacia em você incomoda.

- E vida é feita de audácia, Carissima!

- De fazer aquilo que nunca foi feito.

- De fazer aquilo que o coração e alma anseia.

- E o que mais incomoda, Sophie?

Sophie ficou em silencio, apenas olhando para aquele vulto, envolto na penumbra, por vezes, algum feixe de luz parecia aproximar do rosto, mas seu interlocutor, desviava o rosto, e continuava acariciando um pe e outro alternadamente, foi quando sorrindo disse:

- Não respondeu, o que incomoda você?

Sophie suspirou, pensou em responder, mas por vezes, seu silencio podia ser interpretado, como uma mensagem subliminar, audível aos sentidos dele, que sorrindo disse:

- Gosto desse sorriso em seus lábios.

- Que sorriso?

Sophie sentiu a massagem ser aplicada pelas duas maos em um dos seus pes, os dedos e peito do pe, em seguida a palma, pressionava e acariciava lentamente, e não resistindo indagou:

- Por que está fazendo isso?

- Quer mesmo saber a resposta?

- Ou precisamos toda essa formalidade?

- Não pode responder uma pergunta com outra pergunta.

- Sim, eu posso.

Sophie sentiu os dedos pressionando e massageando lentamente, acariciava com delicadeza e firmeza, e concentrado naquela massagem, aquele ser, permaneceu em silencio. Sophie ficou apreciando o movimento dos dedos, apertou os tornozelos, e olhando para Sophie disse:

- Tenho que ir, Carissima.

- Mas assim?

- Certamente voltarei qualquer noite dessas.

- E a proposta?

- Bem, o tempo urge.

- Não terei tempo de detalhar...

- Mas atenderei seu clamor qualquer noite dessas.

- Não pode ir, assim vou ficar curiosa.

- Bem, irá amanhecer.

- Não é justo ir e vir assim.

- Não, mas tenho que partir.

- Não tenho uma relação com o dia.

- É na noite mais escura que alço voo além da imensidão...

- E por vezes, apenas em algumas vezes, venho ver você dormir...

- Como é?

Sohpie indagou, sentindo um arrepio percorrer todo seu corpo, ficou apreensiva, ansiava por uma resposta, e novamente indagou:

- Pode explicar isso para mim?

- Algum dia...

- Mas não como quer ouvir.

- Porque apenas isso não irá satisfazer você, não é mesmo?

- Quem sabe possa esculpir em seu corpo uma resposta aprazivel

- E assim formulará uma conclusão.

- Ou teremos mais indagações para serem respondidas.

Sophie pode ver a silhueta desfazer lentamente diante de seus olhos, apenas ouviu a voz ecoar pelo quarto, dizendo:

- Sophie, abrace o que faz você sorrir...

- Seja feliz...

Sophie acordou sobressaltada, ainda podia sentir aquela sensação nos pés, como as pontas dos dedos prolongasse sobre a pele em um carinho terno e delicado, e procurou olhando em torno da cama, apenas aquela imensidão, e ficou envolta em uma sonolência, em que dormiu profunda e intensamente novamente.

Poderia ter sido um sonho, mas foi perceptivel ao ponto de sentir a firmeza e força das mãos percorrendo a pele, os pés ao qual dedicara uma terna e carinhosa massagem, que era uma lembrança da presença dele, uma presença, que percorria seu corpo, assim como uma brisa suave envolvendo em um carinho sutil e delicado, amenizando todo ardor de seu coração e alma, por mais uma noite, apenas por mais uma noite.

- Joker

DAMIEN DARKHOLME
Enviado por DAMIEN DARKHOLME em 13/02/2013
Reeditado em 20/05/2016
Código do texto: T4138840
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