* SHAW DARKHOLME: NOITE DE VIOLÊNCIA ²

E pude ver aquela criatura, em forma de mulher, saltar pela janela e dizimar uma equipe de agentes, doze mortos, corpos espalhados pelo chão, e apenas três ainda permaneciam de pé, em um jogo mortal, onde mesmo municiado de duas pistolas automáticas calibre quarenta, e haver disparado uma sequencia que poderia parar uma dúzia de homens, aquela criatura, fosse qualquer coisa sobrenatural, continuara avançando, não posso dizer que talvez estivesse equipada com um colete a prova de balas, mas havia disparado com os membros inferiores, e continuara avançando, agarrando um de meus parceiros, e mostrando todo poder que havia em seu corpo de silhueta frágil e delicada. Paradise era uma cidade típica, tranqüila, acostumada a eventos normais entre seus cidadãos, e fora acometida de crimes violentos, uma sucessão de assassinatos cometidos por um criminoso hábil, voraz e perigoso. Nas últimas semanas, havia sido instalado um pânico entre a população quando esse assassino começara a agir, resultando no assassinato em uma noite de vários agentes da policia, foi quando fui designado para assumir a situação, mas não estava preparado para o que iria encontrar, na verdade, ao chegar na cidade, meu primeiro encontro foi com a jovem Anya, que relatara em detalhes o que havia ocorrido, agora encarcerada em uma instituição para doentes mentais, com um diagnostico de paranóia compulsiva, em que mencionava ser perseguida por uma criatura sombria, que parecia querer algo dela.

Nas noites seguintes, fui a diversos lugares, recorrendo a informantes da policia, que também temiam a ação daquele assassino, mas o que iria descobrir, colocaria meu caminho em rota de colisão com um universo sombrio. Havia atravessado a rua, acompanhado da equipe de elite da policia, integrada pelos melhores agentes, capacitados para agir em situações extremas, em que uso de força aliada a tática é necessária, mas ao entrar no casarão citado por um informante, onde vários corpos eram encontrados, mas por serem indigentes não eram contabilizados como resultado da ação de um psicopata, mas de brigas e ocorrências policiais envolvendo drogas e acertos de conta. Aquela lugar tinha um odor forte, podia sentir o piso de madeira apodrecido ranger sob meus pés, e avançando em direção ao interior do casarão, podia vislumbrar inúmeras marcas pelas paredes, a luminosidade da lanterna não favorecia nossa ação, precisaríamos voltar no dia seguinte, para fazer um rescaldo, mas naquele momento, precisava verificar cada cômodo, e ao abrir as portas, podia ver toda degradação do local.

A equipe foi dividida e marcamos como ponto de encontro pelo mapa que havia sido feito pelo informante na parte superior, em um imenso salão, que possivelmente era utilizado para festas e eventos, mas agora imaginara ser apenas mais um local, onde moribundos e criminosos eram reunidos para consumo de álcool e drogas. Ao chegar ao piso superior, pude perceber que o local era mais limpo, menos empoeirado, e menos iluminado, as janelas havia sido seladas com tabuas de madeira, algumas portas estavam trancadas, inclusive tendo de ser arrombadas, mas não havia nada, nenhum resquício de informação que poderia ser utilizado na investigação. Ao chegar ao enorme salão, fiquei esperando alguns minutos para reunir toda equipe, foi quando ouvimos uma gargalhada sinistra, acompanhada de passos pelo corredor, e um som metálico, como algo estivesse sendo arrastado pelo assoalho de madeira. Ficamos preparados para uma possível emboscada, e ao notar que a porta estava sendo aberta, dois dos homens equipados com rifles de assalto, começaram a efetuar disparos sucessivos, contra a porta, não posso dizer o que aconteceu, mas a porta havia sido destruída com os intermitentes disparos, um dos homens aproximou e verificou que não havia ninguém, nenhum corpo estendido no chão.

Foi quando ouvimos uma risada ainda mais sombria, uma gargalhada que fez sentir um calafrio, algo que há muito não sentia pela experiência em ação e táticas militares, minha ação foi preparar minha equipe para reagir ao primeiro sinal, mas fomos surpreendido quando aquela criatura surgiu através da janela, as tabuas espessas de madeira não foi obstáculo ao avanço dela, os sucessivos disparos de arma de fogo não foram suficientes para interpor uma ação efetiva contra aquela criatura, porque acredito, não era humana, não mais, embora possuísse silhueta de mulher, um corpo esguio, de cabelos longos castanhos avermelhados, um sorriso maquiavélico e um olhar sedutoramente sombrio e profundo, como guardasse em seu intimo uma fúria emergente, acompanhada de mistérios e segredos de uma outra vida, de um outro tempo.

Aquela criatura, agia rapidamente, saltando de um lado para outro, parecia esquivar dos disparos, por vezes, parecia ser atingida, cambaleava e retomava aquele avanço, com um sorriso nos lábios. Não foi difícil para aquela criatura, em forma de mulher, abater doze homens, profissionais treinados e capacitados, restando apenas três, que observava com atenção como apreciasse escolhendo sua presa, e sorrindo maliciosamente, avançou caminhando, quanto mais próxima de onde estávamos, acuados entre uma parede e aquela criatura, retomamos os disparos, que não causara sequer um efeito, e a criatura avançava, as vezes parava e sorria, como estivesse desafiando minha mente e coração a acreditar em tudo que acontecia diante de meus olhos. Era uma noite estranha, e havia apenas começado, e iria descobrir que aquele não era um encontro qualquer, era um encontro com o poder sombrio, ancestral e místico, que iria marcar minha vida para sempre.

• Damien Lockheart 2012 ²

DAMIEN DARKHOLME
Enviado por DAMIEN DARKHOLME em 04/02/2013
Reeditado em 24/03/2015
Código do texto: T4123364
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