* SHAW DARKHOLME: VISITA SOTURNA

Seria uma noite, como tantas outras, a lua cheia parecia ainda mais brilhante aos meus olhos, acompanhando meus passos pela calçada, apressada retornava para casa, ansiosa por merecido e desejado descanso, entrei pela casa e descobri estar sozinha naquela noite, tudo era silencio, apenas o ruído do abrir e fechar das portas, e com mais atenção podia ouvir o som emitido pelo relógio de parede, que marcava uma hora sem fim. Seminua, caminhei pelo quarto, como procurasse por algo, mas desejava era um banho e poder descansar, relaxar um pouco do estresse de um dia agitado pelo trabalho, transito caótico e todo tumulto de uma vida urbana. Aquela água morna aliviaria a sensação de desconforto, e caminhava em direção ao banho quando um vento repentino abriu as janelas, trazendo consigo as cortinas, que pareceu bailar diante de meus olhos, senti a pele eriçar com aquela caricia ousada do vento gélido ao roçar minha pele, uma sensação como lábios ousados ofegasse junto de meu corpo, confessando um desejo lúbrico e ardente, prometendo uma noite de luxuria e prazer. E por um segundo, um pensamento acometeu minha mente, lembrei dele, assim como de suas palavras. Entrei para o banho, sentindo a água morna acariciar minha pele, e pude imaginar as mãos percorrendo meu corpo ansiosa e vorazmente, como quisesse devorar meu corpo com todos seus desejos, aqueles que sinto haver despertado e provocado nele. É uma sensação estranha, posso imaginar, e não vejo seu rosto, apenas sinto o olhar, que parece cobrir minha pele com uma caricia delicada, mas intensa e provocante, que avança deixando meu corpo em um estado natural de excitação.

Após o banho, sentada na cama, tento concentrar minha atenção nos cuidados com o corpo e pele, mas sinto aquele olhar, parece estar oculto no espelho, observando e apreciando cada detalhe, em uma satisfação incomum, de vigiar cada gesto e atitude, desafio acariciando a parte interna das longas pernas, as coxas grossas, e imagino aquele sorriso sombrio e iluminado, que provoco, e instigo com aquela caricia delicada, meu corpo reage, e deito de olhos cerrados, a mão deslizando sobre meu ventre, e com a ponta do dedo, imagino aqueles lábios úmidos e quente percorrendo minha pele, suspiro profundamente, ao imaginar que continua observando meu corpo imerso na sensação de ser observada, apreciada em um detalhe horizontal, os seios intumescidos denuncia meu estado de excitação, e ao abrir os olhos e voltar minha atenção para a janela, posso ver a silhueta, formada pelas sombras da noite, um vulto sombrio, que não assusta, mas provoca, com aquele olhar sequioso, uma brisa gélida, atiça meu olfato, e sinto aquele aroma de cravo e canela, adentrar o ambiente, minha pele eriça, e minhas mãos parece ser conduzidas para meus seios, que em uma caricia lenta, molda sob as mãos, meu corpo fervilha, minha mente submersa nas sensações e emoções que aquela presença soturna provoca, reage instintivamente, posso sentir meu coração descompassar, os lábios são umedecidos pela saliva, e estremeço ao imaginar toda proximidade dele, ouvindo os ruídos dos passos pelo assoalho, é um ruído que ecoa em meu ouvido.

Mais do que sentir a presença, meu corpo sente o pensamento obsceno de sua mente, e minhas mãos permeia minha pele em caricias e carinhos ousados, posso sentir seu sorriso sombrio, por saber que desperta em mim, esse querer, esse desejo volátil que atinge meu corpo como combustível para uma noite de prazer e luxuria, onde apenas imaginar seu toque, sua boca deslizar suavemente em minha pele, faz meu corpo reagir instintivamente. Posso sentir o olhar, que percorre minha pele, com a intenção de desnudar e provocar todas as inúmeras sensações pelo qual meu corpo irá clamar ávido e sequioso por ser acometido do êxtase de ser e estar sob todo domínio dele, rendida em seus mais obscenos e profanos desejos.

Aquela visita noturna possui um próprio e um preço, meu prazer. A visita dessa criatura sombria e sinistra, busca pelo prazer de apoderar de meu corpo, satisfazendo seus desejos e provocando meu prazer, sucessivamente, um prazer que sinto diante do desejo dele, de ser escolhida em noites de lua cheia. Posso sentir esse olhar, percorrer minha pele, e como pudesse ouvir minha mente, aproxima, agora silencioso, como aguardasse que ficasse desatenta a sua presença, na espreita e sob a proteção das sombras, paira junto de meu corpo, que anseia pelo toque, pelo carinho mais ousado, pela caricia mais provocante. Ouço aquele murmúrio, do vento roçando seus obstáculos, assim como quero que em meus lábios seja proferidos murmúrios diante das mãos, que com ritmo e cadencia faz com que cada caricia e carinho pareça ser sentida sob a pele, em uma intensidade voraz, em uma necessidade sequiosa de ser possuída completa e insanamente por toda noite.

Mais do que efeito de minha imaginação, meu corpo reage, quando sinto os lábios deslizando sobre minha pele, e prostrado entre minhas pernas, rendido sob esse aroma que meu corpo exala pela excitação, meu corpo é acometida de uma vibrante energia, produzida pelo ruído úmido que os lábios provoca insistentemente, instigando meu corpo sob as caricias suaves e sucessivas, minha mente emerge da escuridão, envolto nas sombras que aquela criatura produz, uma sombra intensa, que faz com que sequer um ponto luminoso possa ser visto. No espelho, apenas minha imagem é refletida, mas sinto, e profundamente, toda ânsia voraz e lasciva dos lábios, aprisionando meu corpo em uma sensação de prazer, de satisfação, de intensa volúpia. Clamo, meus lábios proferindo palavras desconexas, que imagino ecoar por todo ambiente, suplico em uma veemente ânsia de ser provocada ao limite, entre realidade e imaginação. Postado entre minhas pernas, sinto as mãos firmes, apreendendo meu corpo sob aquela insinuante e lasciva, por vezes ardente e impiedosa ânsia, que faz com que meu corpo estremeça, seja acometido de um calor voraz.

Suplico, diante da ânsia voluptuosa dos lábios, aguardando pelo desfecho desse insinuante desejo, e convulsiono imersa nas sensações que são provocadas, prazer indecente e obsceno, de uma comunhão com esse ser, que avança sobre meu corpo, vindo olhar dentro de meus olhos, como pudesse ver minha alma. Sabe e posso ser reconhecida em meio a multidão, sente meu gosto nos lábios, e meu cheiro no ar, e instigado avança sob a noite escura em meu encontro. Ofega, e sinto sua respiração quente, vejo no olhar esse desejo de possuir meu corpo, em uma permissão licenciosa, anseia por essa proposta de prazer que oferto, como uma oferenda ao que provoca quando sinto sua presença bem próxima. Sinto esse ofegar, acompanhado de uma aspiração profunda, como pudesse levar meu cheiro mais do que impregnado em sua pele, mas como um aroma que reconheceria em qualquer lugar e pudesse ser encontrada, não há mistério e segredo em mim, que esse ser não pareça reconhecer, e posso ver em seu olhar, imerso nas sombras e trevas, a penumbra é desfeita lentamente, e descubro estar sozinha, mas meu corpo sente, ainda sente esse prazer, no espelho apenas meu corpo inerte sobre a cama é refletido, em um estado de letargia, de satisfação e prazer, mas tenho por certo, que em noites sombrias, esse ser surge, de algum lugar entre realidade e fantasia, e fica apreciando minha companhia, em um prazer profano e sagrado, ao satisfazer meu desejo com sua soturna e sombria presença.

* Damien Lockheart

DAMIEN DARKHOLME
Enviado por DAMIEN DARKHOLME em 12/01/2013
Reeditado em 05/10/2014
Código do texto: T4081236
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